sexta-feira, 1 de agosto de 2008






Do verbo almodovar


tenho a perna nos tornozelos, olhos vidrados
no chão

chove sobre a nuvem da poeira
que teimou um dia levantar vôo

alçar pássaros
folhas
e se deixar levar sobre os canteiros

tenho as mãos sobre a imensidão do nada
céu
mar
azul verde abacate

alicate trago no olho direito que é pra te arrancar de mim
a mancha
o grude
o suor e o sangue na carne trêmula

almodovar, ar, ar
rimarei
meu desejo de beleza singela
com teu jeito cruel de cactus


Tânia Rodrigues

6 comentários:

Nane Pereira disse...

Lindo Tânia !
Abração a todos!
Nane

viegas disse...

Gostei bastante Tânia! Também curto Almodóvar. A propósito, estes dias andei revisitando o Espontâneas. Muito bom!
Abração,
Viegas

Ali Assumpção disse...

amo este verbo! q bom almodovar! vamos todos almodovar...

gracias,taninha!
beijos

Anônimo disse...

Q bom que gostaram, amigos,
quem sabe, da próxima vez, não "fridamos" algumas palavras, heim, hehe...!
Beijo em todos.

Ali Assumpção disse...

.
não tarda a data
em que esta vida de frida
me mata
.

Clara Mendes disse...

maravilha, tânia.
caramba, que coisa linda.