quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Próxima parada

O Coletivo inVERSUS desembarca na Fundação Cultural de Blumenau encerrando a programação do Projeto Folia dos Livros.



O Sarau, que acontece em sua terceira edição, propõe uma releitura dos poemas de Paulo Leminski, Cruz e Sousa e Ferreira Gullar, utilizando de música e teatro, numa amálgama literária.

Serviço:

Coletivo inVERSUS

Dia: 30 de outubro (sábado).

Local: Auditório Carlos Jardim. Fundação Cultural de Blumenau. Rua XV de Novembro, 161.

Horário: 20h

Atuação: Klauss Tofanetto e Paulo Castellain.

Percussão: Darlan Dias. Violino: Jairo Adriano.

Coordenação: Jamil Dias. SESC - Blumenau.


ENTRADA FRANCA - VAGAS LIMITADAS
1. AS ESTRELAS (Cruz e Sousa)
2. DESASTRE (Ferreira Gullar)
3. O SONETO (Cruz e Sousa)
4. EVOCAÇÃO DE SILÊNCIOS (Ferreira Gullar)
5. SORRISO INTERIOR (Cruz e Sousa)
6. SETE POEMAS PORTUGUESES (Ferreira Gullar)
7. TRISTEZA DO INFINITO (Cruz e Souza)
8. BARULHO (Ferreira Gullar)
9. A LUA NO CINEMA (Paulo Leminski)
10. VEZES VERSUS REVEZES (Paulo Leminski)
11. RENASCIMENTO(Cruz e Sousa)
12. GALO GALO (Ferreira Gullar)
13. DONNA MI PRIEGA 88 (Paulo Leminski)
14. SEM BUDISMO (Paulo Leminski)
15. HÓSPEDE DESPERCEBIDO
16. BEM NO FUNDO (Paulo Leminski)
17. O QUE QUER DIZER (Paulo Leminski)
18. DOIS E DOIS: QUATRO (Ferreira Gullar)
19. APARIÇÃO (Cruz e Sousa)
20. AS PÊRAS (Ferreira Gullar)





quinta-feira, 21 de outubro de 2010

DIA INTERNACIONAL DE ANIMAÇÃO - MOSTRAS EM BLUMENAU


Dia 28 de Outubro de 2010 - 19:30
Exibições em dois locais:
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Moradia provisória do Garcia
Rua Capitão Santos, 145 - Próx. Terminal Fonte
(Antigo Cesblu)
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Fundação Cultural de Blumenau
Rua XV de Novembro, 164, Centro.
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Entrada Gratuita

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nute Para Todos: Livro in-progress e Biblioteca virtual já estão no ar

O Projeto Nute Para Todos, que está pesquisando a trajetória do NUTE - grupo de teatro e escola, foi peça fundamental na construção do teatro contemporâneo em Blumenau e região - está a mil por hora. A equipe do projeto está lançando a Biblioteca Virtual www.nute.com.br  e diponibilizando os primeiros capítulos do livro sobre o Nute. Os dois materias estão sendo elaborados em processos colaborativos, in-progress, e estão abertos à participação e contribuição.
 
"Convidamos as pessoas que fizeram parte do Nute, que conheceram o grupo, a escola, a contribuir com novos documentos e informações, a nos ajudar a contar esta história", diz Édio Raniere, coordenador do projeto. O livro in-progress já está sendo disponibilizado; o Prólogo e o Primeiro Ensaio podem ser lidos no blog http://nuteparatodos.wordpress.com , e o autor, convida quem quiser contribuir no processo, contando casos interessantes ou sua versão dos fatos, a participar através próprio blog, com comentários, ou por e-mail (nuteparatodos@gmail.com ).
 
Também já está no ar a Biblioteca Virtual do Nute, um acervo digital, com mais de 3.000 documentos, entre fotos, vídeos, recortes de jornal, cartazes, programas, planos de aula e outros documentos. A Biblioteca ainda está sendo alimentada, e quem tiver outros documentos e materiais, ou puder complementar dados de documentos já disponibilizados, pode entrar em contato com a equipe.
 
Tanto o livro, quanto o blog e acervo resgatado, são frutos de uma pesquisa que já dura mais de um ano e de uma série de entrevistas. Todo o andamento do projeto pode ser acompanhado pelo blog http://nuteparatodos.wordpress.com .
 
 
Sobre o Nute
O Núcleo de Teatro Escola – NuTE  ou Núcleo de Teatro Experimental como era chamado pelos vanguardistas, possui uma  história singular entre os grupos teatrais Catarinenses. Uma intensa história teatral, como será apresentado a seguir, nos leva a propor um registro, um diálogo com a arte contemporânea e, por que não, a promoção de um confronto com alguns cenários do teatro comercial.
Em seus 18 anos de atividade, O NuTE produziu dezenas de espetáculos, entre montagens profissionais e de alunos, fundou a primeira escola “livre” de teatro em Santa Catarina. Inspirou a realização do Festival Universitário de Teatro de Blumenau.
+ Produziu por 13 anos consecutivos os JOTE-titac (Jogos de Teatro – Texto, Interpretação e Técnica em Artes Cênicas) fomentando a produção dramatúrgica e o “re-desenvolvimento” cenotécnico local;
 + Criou uma Biblioteca de Teatro com uma “textoteca” (um acervo de textos teatrais) Editando e publicando livros, cadernos e apostilas sobre teatro;
 + Ministrou cursos de Interpretação para Cinema e TV, produzindo vinhetas comerciais e o documentário (encomendado para o aniversário da TV Galega) “O Pioneiro da Imprensa: Hermann Baumgarten”
 + Criou escolas e cursos permanentes de teatro em cidades vizinhas (Pomerode, Indaial, Gaspar… );
 + Criou o mini-auditório “(O) Caso”, transformando um corredor ocioso do Teatro Carlos Gomes em palco/arena multiuso com platéia para cerca de 40 pessoas;
 + Incentivou a criação (apoiando na produção técnico-artística) de mais de 20 Grupos de Teatro;
 + mais de 2 mil alunos;
 + Produziu mais de cinqüenta espetáculos teatrais.

Mais sobre o projeto: www.nuteparatodos.wordpress.com.br

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LEIA A REPORTAGEM PUBLICADA NO JORNAL DE SANTA CATARINA DESTA SEGUNDA-FEIRA:

MEMÓRIA


 

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Programação Cultural Outubro SESC



Observações:



  1. Entrada Franca para todos os eventos
  2. As Oficinas têm um investimento de R$100,00(comunidade) e R$50,00(comerciário)

  3. Agendamentos de escolas para os espetáculos deverão ser feitos pelo email: jamildias@sesc-sc.com.br

Maiores informações: SESC Blumenau - 47 3322 5261

sábado, 2 de outubro de 2010

Amálgama

Amálgama

por Viegas Fernandes da Costa

Um homem, e está só. A um canto da arena, na penumbra, este homem, em silêncio, posta-se de pé e segura nas mãos seus sapatos usados; sob suas solas, possível é, a memória das terras que já não mais estão.
O homem só move-se lentamente, escoando seu tempo num ritmo diferente ao da modernidade inaugurada com o aparecimento da locomotiva. Passo a passo, encontra o local exato para depositar seus sapatos, cercando assim seu território, suas referências: o par de sapatos, o casaco, as flores e a cadeira, sobre a qual repousa o vestido vermelho manchado de esperma. É no interior deste quadrado – sapatos, flores, cadeira e casaco – circundado pelo público, que se anuncia ao mundo surdo e cego o vazio de uma vida repleta de memórias impossíveis de troca. Uma cadeira ou um altar? Que cheiro trescalam flores antigas? Um casaco que aquece, ou paletó que representa? E esse vestido manchado de um esperma antigo, ainda cheira um cheiro passível aos sentidos, ou cheira apenas na lembrança? E o homem só move seu corpo nos limites da sua história, resumida à necessidade dos instintos que nunca se satisfazem e ao absurdo da existência. O que resta, enfim, é a repetição. É na repetição que este homem só se reconhece e se inscreve no mundo, estabelece sua identidade, ainda que intangível à racionalidade do público. Há momentos em que a comunicação procura se estabelecer, o homem só aproxima-se de um ou outro espectador, mas quando tal, não há mais um homem só, tal qual aquele que grita, que se masturba e se entrega ao gozo mecânico, que se contorce freneticamente, que liga o aparelho de som e se deixa mergulhado no ritmo de um mantra, que fala o ininteligível em fonemas que remotamente lembram o alemão e o italiano (culturas presentes na construção identitária do Vale do Itajaí, contexto geográfico no qual se construiu a experiência dramatúrgica de “Amálgama”). Quando o homem só se aproxima do público, quando olha em seus olhos, quando quase o toca, este homem só é tão somente representação; procura arrumar o cabelo, alinhar suas roupas, sorrir ou sofrer como quem sorri ou sofre para alguém, não para si. Logo a fraude se anuncia estéril, vazia, e o homem só retorna ao centro do seu imundo, onde goza, grita, geme, busca, morre e ressuscita. E quando esse homem só diz que acabou, porque necessita que acreditemos que acabou para que possamos abandoná-lo a si mesmo, não aceitamos sua sentença, e permanecemos, nós plateia, muda, surda e cega, na espera de um sentido, de um algo a mais que nos territorialize. Porque afinal, não nos movemos ao teatro para compreender o outro, movemo-nos ao teatro porque queremos nos encontrar. Mas não há sentido, não há um algo mais além da repetição. E temos então um homem, e está só. A um canto da arena, na penumbra, este homem, em silêncio, posta-se de pé e segura nas mãos seus sapatos usados; sob suas solas, possível é, a memória das terras que já não mais estão...
“Amálgama” estreou em 2008, e retornou aos palcos da Temporada Blumenauense de Teatro em 2010. Com direção de Silvio da Luz e texto de Gregory Haertel, podemos dizer aqui que o espetáculo constitui-se mais como uma performance do ator Adriano Amaral, e não tanto como monólogo. Em “Amálgama”, apesar do texto, o que menos importa são as palavras. É o trabalho de ator, seu domínio sobre o corpo e a forma como este expressa a angústia e os conflitos do personagem que importam. Não é o verbo, mas o movimento e a austeridade dos elementos de cena, que imprimem significado ao espetáculo, associados a uma pesquisa rigorosa na construção do roteiro e do próprio ator. O resultado é uma atuação impecável de Amaral e uma dramaturgia que nos remete a Samuel Beckett e seu universo de vazios e ausências de sentido.
Importante o retorno de “Amálgama” aos palcos, e a certeza da possibilidade de se radicalizar ainda mais a proposta do espetáculo. Se o personagem afirma, em dado momento “Acabou! Vão embora! Preciso que vocês vão embora para saber que acabou!”, talvez seria interessante deixar nas mãos do público a decisão de encerrar a peça. Desafio interessante para os limites físicos do ator e do público, amalgamado na ausência das palmas e no vazio.