quinta-feira, 30 de junho de 2011

Renúncia de Daiana Schvartz ao Conselho do MAB

Por Daiana Schvartz*


Durante alguns anos venho participando do debate cultural na cidade de Blumenau. Além da minha formação acadêmica na Furb, comecei minha vida artística em 1998 através das oficinas culturais promovidas pela Fundação Cultural de Blumenau. Foi nas aulas de pintura em tela que comecei a participar das exposições e da vida cultural na cidade. Por isso, sempre acreditei e defendi muito o papel do órgão público na formação cultural de uma sociedade. Evidentemente que Blumenau há muito tempo não é mais uma referência na promoção de políticas públicas neste setor, mas ficou nítido que nos últimos anos vivemos um momento de decadência neste cenário. Por conta disso, tenho lutado ao lado de outros cidadãos para garantir continuidade e criação de políticas que permitam acesso a bens culturais para distintos públicos da cidade. Por este motivo, que na última Conferência de Cultura me candidatei para ser conselheira do Museu de Arte de Blumenau. No entanto, nos últimos meses a situação ficou insustentável através do autoritarismo e da incapacidade de gestão da atual administração da Fundação Cultural de Blumenau. Isto ficou explícito e inadmissível após a denúncia de “desacato” a uma conselheira do Conselho de Cultura, demonstrando impossibilidade de diálogo entre a sociedade e a atual administração da Fundação. Além disso, ficou evidente a inoperância das propostas feitas pelas conferências, como por exemplo a necessidade de resolver as ilegalidades no Casarão das Oficinas.


Não me resta outra alternativa, senão renunciar ao Conselho do MAB, já que o prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinubing, não foi capaz de dar a mínima atenção ao debates culturais da cidade em que foi eleito para administrar. Não estou desistindo, pois continuo acreditando no papel da sociedade civil na construção de políticas democráticas. Mas, estou convencida que com esta administração não há mais esperança sincera de mudança.


Há de chegar um dia em que a EDUCAÇÃO e CULTURA serão prioridades em Blumenau.


*Artista Visual e professora de desenho.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Carta Aberta de minha renúncia da Presidência do Conselho do Museu de Arte de Blumenau



A presidente da Fundação Cultural de Blumenau, Marlene Schlindwein, processou uma artista que participou de um Salão promovido dentro desta entidade, e esta mesma artista que também integrava seu próprio Conselho Municipal de Cultura. Nesta semana esta ex-conselheira pagou uma multa ao Fundo Penitenciário Nacional. Isto tudo porque fez críticas a atual gestão da Fundação Cultural de Blumenau, e foi processada por desacato.





É isso mesmo que estamos vendo, uma volta aos tempos da ditadura? E o pior é que até agora o poder público se mantém omisso diante de tudo que vem acontecendo na Fundação Cultural. Fica claro, desta forma, que o governo de João Paulo Kleinubing está conivente com tais posturas.



Eu, até então atual presidente do Conselho do Museu de Arte de Blumenau me sinto desrespeitado ao ver uma também conselheira de Blumenau sofrer um ato autoritário e covarde como este, haja vista que esta representante da sociedade civil nunca esteve sozinha nas críticas a Fundação Cultural. Agora pergunto, como poderei me manifestar dentro (ou fora) da Fundação com um precedente destes? Repressão. Este é o sentimento presente, e a cada dia que passa é maior a certeza que foi exatamente esta a intenção.





A classe artística e a comunidade vêm há anos se reunindo em encontros setoriais e conferências municipais de cultura para tentar de fato criar políticas públicas de cultura para Blumenau (não, ainda não temos) e tudo isso pra quê? Para ficar eternamente no plano das idéias, graças a esta gestão de banho-maria. Estamos há tempos falando para as paredes, podemos citar varias demandas levantadas nas conferências que até hoje não saíram do papel, e até de várias outras que já existiam e foram extintas, a citar o Casarão das Oficinas, que ao invés de ser regularizado em suas pendências, foi extinto, e hoje está em processo no Ministério Público.



Faz sentido que o governo municipal coloque na administração uma representação tão inoperante e equivocada. Marlene não é somente um bom “escudo” do governo de JPK. Trata-se de um belo tampão, uma conveniente rolha de poço, para que tudo siga muito, mas muito lentamente, e para conseguir isto há um arsenal de desculpas. E é assim que vamos nos arrastando, e claro, isto já não é novidade para ninguém, estamos sim bem informados, Dona Marlene. O que estamos vendo não é ilusão de ótica, o rei está nu. A presidente em entrevista recente novamente tentou nos impor de que as críticas a Fundação só acontecem por falta de conhecimento, ou seja: os loucos somos nós.



E quem foi que disse que precisamos de uma presidente que saiba tocar violão ou fazer bordado? Queremos alguém que nos represente e nos respeite enquanto cidadãos, que nos ouça, nos responda, e que de fato nos mantenha informados.



Se eu estava no conselho do MAB até hoje foi por acreditar que minhas humildes colaborações poderiam acrescentar algo para a cidade, independente de meu desprezo ou não com o atual governo, e sem interesses de conveniências.





Mas esta cumplicidade do governo municipal com tudo isto que vem acontecendo nos mostra o quão indiferentes estão com as nossas des-políticas culturais, e o quanto estamos fazendo papel de capivaras, nossa paciência e nossa razão estão há muito tempo sendo subestimadas.





Por fim, renuncio em ato de repúdio aos constantes desacatos cometidos pelo nosso atual Governo Municipal de Blumenau, que, em seu silêncio, gritam comigo e conosco.








Charles Steuck



Ex-Presidente do Conselho do Museu de Arte de Blumenau






Blumenau, 29 de junho de 2011.

domingo, 26 de junho de 2011

improbidade administrativa na Fundação Cultural de Blumenau




Casarão das Oficinas


Denúncia ao Ministério Público de improbidade administrativa na Fundação Cultural de Blumenau
1 – Em 2009, durante a Conferência Municipal de Cultura, houveram denúncias de irregularidades administrativas e trabalhistas no Casarão das Oficinas, entidade vinculada a Fundação Cultural de Blumenau, localizada na rua Alwin Schrader, e que promovia oficinas culturais para a comunidade. Apesar de se tratar de um setor do serviço público, os funcionários não possuíam qualquer tipo de contrato trabalhista. Seu funcionamento era estabelecido através de repasse de 80% do valor da mensalidade para o professor e os outros 20% ficavam com a Fundação para a manutenção do espaço físico. Estes valores eram cobrados sem entrar para o caixa geral da entidade e por isso, sem qualquer controle legal das contas, como devia ser regido no serviço público. A este respeito, citamos os anais da 4° Conferência Municipal de Cultura:


4. Reestruturação e ampliação do quadro profissional da FCB, considerando-se a
qualificação técnica para garantia das políticas públicas e continuidade dos projetos
culturais.
4.1. Reestruturações da Casa das Oficinas, implicando na contratação dos
profissionais por edital, ou concurso e garantias de estruturas adequadas para a
realização das oficinas, corrigindo a atual situação de ilegalidade. (ANAIS DA 4ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL. Fundação Cultural de Blumenau. Conselho Municipal de Cultura. Blumenau. 2009. p.9.)


Durante a Conferência, a própria presidente da Fundação, Marlene Félix Schlindwein reconheceu publicamente as irregularidades e comprometeu-se em resolver a situação. Na ocasião, o coordenador responsável do Casarão das Oficinas era o funcionário em cargo comissionado Evandro Stein, a quem foi atribuída a função de encontrar alternativas para o funcionamento legal da entidade.


2 – No início de 2010, o Casarão das Oficinas foi fechado e os professores ficaram sem seus empregos e sem qualquer indenização trabalhista pelos serviços prestados. Sendo que, havia professores que trabalhavam na entidade por mais de 10 anos. Em março, o Jornal de Santa Catarina publica extensa matéria sobre a situação irregular:


O edital para a seleção de profissionais que atuariam no projeto de oficinas da Fundação Cultural, sediado anteriormente em um casarão da Rua Alwin Schrader, deve ficar para junho. Depois que irregularidades sobre a forma de funcionamento das aulas terem vindo à tona durante a Conferência Municipal de Cultura, no ano passado, a atual administração da autarquia cessou as atividades em dezembro e só retornará após a elaboração do documento. As oficinas funcionavam ilegalmente em função de o espaço público, alugado pela Fundação Cultural, ser utilizado por professores particulares. A parceria fazia com que 80% dos valores das mensalidades ficasse com os profissionais, enquanto 20% era revertido para a Fundação Cultural. O edital está sendo elaborado pela Procuradoria-Geral do Município e levará em conta a formação e experiência de cada um dos profissionais. (BITTENCOURT, Wania. Oficinas só em junho. Jornal de Santa Catarina. 10/03/2010.)



Na mesma reportagem, a presidente da fundação se compromete com a reabertura do espaço e a realização de um edital público que deveria ser aberto até o mês de junho de 2010. Na mesma data, foi publicado artigo sobre o tema no Jornal de Santa Catarina:


Em Blumenau, no mês de setembro do último ano, foi realizada a 4ª Conferência Municipal de Cultura. Na conferência, uma das principais demandas discutidas foi a de garantir políticas públicas e gratuitas de cultura. Entre estas políticas, estava a manutenção e a regularização do Casarão das Oficinas. No entanto, devido a questões administrativas e trabalhistas, em vez de regularizar a situação, a Fundação optou simplesmente por fechar o espaço no último mês de dezembro. (SCHVARTZ, Daiana. O Casarão das Oficinas Caiu. Jornal de Santa Catarina. 10/03/2010).


Ainda sobre o mesmo tema, os colunistas Maicon Tenfen e Anamaria Kóvacs publicaram artigos fazendo referência a situação:


Por que não me surpreendo com o descaso do poder público de Blumenau em relação à Escolinha de Artes Monteiro Lobato e ao Casarão das Oficinas? Porque, óbvio ululante, o município simplesmente NÃO POSSUI política cultural. Ou, por outra, até possui no papel, mas a falta de verbas, de pessoal e de bom senso impedem que as palavras se transformem em ações. TENFEN, Maicon. Escolinha e Casarão. Jornal de Santa Catarina. 11/03/2010


Frequentei o Casarão das Oficinas, como aluna do curso de Desenho, durante dois anos; o estado do prédio é lamentável, por falta de conservação; o desprezo pela cultura manifestava-se nas salas precárias, nas mesas desmanteladas, na sujeira, nas paredes carentes de pintura, no sofá encardido da entrada. Os professores lutavam para conseguir, ao menos, cadeiras em número suficiente para todos os alunos, e, no caso da minha turma, o espaço nas mesas desconjuntadas era tão pequeno que acabávamos nos estorvando uns aos outros. Agora, nem isso temos mais. (KOVÁCS, Anamaria. Cultura? Bah. Jornal de Santa Catarina. 18/03/2010)


3 – Em agosto de 2010, veio ao público a divulgação de um nova “Casa das Oficinas”, na rua João Pessoa n° 1425 no bairro da Velha. Apesar de fazer uso de um nome semelhante, desta vez a entidade é de caráter privado e gerenciada pelo antigo coordenador do extinto “Casarão” – Evandro Stein. Na ocasião, e atualmente, ele ainda é funcionário em cargo comissionado da Fundação Cultural de Blumenau. A este respeito, o Jornal de Santa Catarina abordou da seguinte forma:


Em meio às adversidades, professores de diferentes modalidades artísticas e de lazer precisaram reinventar o próprio trabalho. E tornaram-se empreendedores. Com o fechamento do Casarão das Oficinas da Fundação Cultural de Blumenau, no final do ano passado, profissionais que atuavam no espaço decidiram montar um novo lugar para a cultura, onde pudessem ministrar suas aulas. Assim criaram a Casa das Oficinas, sediada na Rua João Pessoa, no Bairro da Velha, atualmente em pleno funcionamento e com matrículas abertas.
– Vimos que não tinha o que fazer para impedir o fechamento. Nos unimos e decidimos procurar um lugar – conta o diretor da Casa das Oficinas, Evandro Stein, que chegou a trabalhar na área administrativa do antigo casarão.
Além de Evandro, outros cinco profissionais aderiram à ideia de empreender culturalmente. A primeira alternativa idealizada foi a criação de uma cooperativa. No entanto, o que vingou foi o surgimento deste espaço comum, onde cada professor faria o seu horário e cobraria o valor adequado para sua atividade. Entre janeiro e abril, o grupo esteve em busca do local que comportasse todas as atividades e fosse capaz de atender a demanda de alunos. Até que encontraram essa residência na Rua João Pessoa. Com dois andares, várias salas e um espaço livre externo, a casa passou por uma reforma e abriu as portas em maio. Além dos cinco professores vindos do Casarão das Oficinas, outros profissionais se uniram a eles
. (BITTENCOURT, Wania. A nova Casa da Cultura. Jornal de Santa Catarina. 09/08/2010)


Na matéria fica evidente, que o coordenador não buscou alternativas para o funcionamento público de oficinas como havia sido deliberado na Conferência de Cultura. Assim, através da iniciativa privada e obteve beneficiamento individual. Esta questão foi denunciada pelo Jornal Expressão Universitária:


Após denuncia de irregularidades administrativas no Casarão das Oficinas, a Fundação Cultural decidiu fechar os cursos que eram oferecidos à população. Mas o que há de novo é que tem se tornado cada vez mais evidente que o desmonte das políticas públicas serviram aos interesses privados, como foi demonstrado na matéria do Jornal de Santa Catarina de 09 de agosto de 2010. A matéria apresenta como uma nova alternativa a “Casa das Oficinas”, mas que na verdade, se trata de um empreendimento privado do antigo coordenador do Casarão das Oficinas e ainda atual cargo comissionado da Fundação Cultural. Este é um belo exemplo de empreendedorismo ou oportunismo? (EXPRESSÃO UNIVERSITÁRIA. Jornal do Sindicado dos Servidores Públicos de Blumenau. Casarão das Oficinas: Público x privado. Setembro de 2010.p.5).

4 – Em novembro de 2010, foi realizada a 5ª Conferencia Municipal de Cultura e novamente esta situação de beneficiamento ilícito e ausência de oficinas culturais oferecidas pelo poder público foi denunciada pelos participantes.


5 – Em fevereiro de 2011 acontece uma grande divulgação pela internet e através de panfletos da Casa das Oficinas gerenciada por Evandro Stein. Desta vez, a divulgação foi feita com apoio da própria Fundação Cultural (conforme anexo). É preciso, ressaltar que o próprio funcionário em cargo comissionado e ao mesmo tempo gerente da Casa das oficinas é responsável pelo setor de publicidade da Fundação.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Presidente da Fundação Cultural de Blumenau processa ex-conselheira por desacato. Pode?

(extraído de Respública Cultural/Márcio Cubiak)

Breve retrospectiva


Cabe, diante dos movimentos atuais, apontar cronologicamente a ordem dos fatos, e centralizar as informações que saíram na mídias. Tudo isso diz respeito, neste momento, ao fato de a Presidente da Fundação Cultural de Blumenau, após reunião com a classe cultural em abril de 2010, ter movido uma ação judicial na qual acusa a ex-conselheira de cultura de Blumenau, Aline Assumpção, de crime de desacato. Isso mesmo, esse tipo de crime muito comum em épocas de ditadura.


Mas não se pode perder de vista que isto é apenas a ponta do Iceberg "Titanic". Marlene é o resultado de um governo que distribui cargos a partidos políticos sem critérios técnicos, só na base da politicagem. O governo João Paulo Kleinubing aprofundou a omissão do governo na área, desmontando instituições e se ausentando de formular políticas públicas, essa coisa tão bonitamente republicana. 


Então...
1) Carta aberta da Conselheira Aline Assumpção trazendo o caso a público - AQUI
2) Carta aberta do Conselheiro municipal de cultura Márcio Cubiak, esclarecendo os motivos de sua saída do conselho - AQUI.
3) Textos de artistas e produtores culturais de Blumenau em apoio a ex-conselheiro Aline: Gregory Haertel (Dramaturgo, AQUI); Cleiton Rocha (ator e pesquisador de teatro, AQUI); Rafael Koehler (ator e pesquisador, AQUI); Rodrigo Ramos (professor universitário, jornalista e produtor cultural, AQUI); Ricardo Machado (professor universitário, historiador e produtor cultural, AQUI), Conferência Municipal de Cultura - Etapas setoriais (AQUI).
4) Renúncia ao mandato de Conselheira (Carla Fernanda da Silva)  (atualização do Escambau)

4) Terça-feira, 21/06, o Jornal de Santa Catarina traz ampla cobertura sobre o fato, com:
4.1 - Coluna do Maicon Tenfen - AQUI;
4.2 - Matéria jornalística assinada por Ruca Souza: "Vazio Cultural", sendo capa do Caderno Lazer; Artistas "Também entram em Atrito" e "Gervásio Luz mantém opinião" (ex-presidente do conselho editorial da Editora Cultura em Movimento).

4.3 - OPINIÃO DO SANTA|Ambiente hostil (atualização do Escambau)
4.4 - Bancarrota cultural | ARTIGO | Viegas Fernandes da Costa - Artigos - Jornal de Santa Catarina (atualização do Escambau)



Como grande pano de fundo, cabe leituras de:
A IMPORTÂNCIA DO PROIBIDO - Marco Antonio Mattedi - AQUI 
DISCUSSÃO SOBRE FINANCIAMENTO A CULTURA  - AQUI
DISCUSSÃO SOBRE FINANCIAMENTO A CULTURA - AQUI 
CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA - AQUI
SOBRE FUNDAÇÃO CULTURAL E POLÍTICAS PÚBLICAS - AQUI, AQUI, AQUI
AMPLIAÇÃO DO PRÉDIO DA FUNDAÇÃO - AQUI 
 



Enfim, se assunte a respeito do tema. Blumenau autoritária mostrando-se na cultura.

Marlene, o escudo

Jornal de Santa Catarina. 21/06/2011 | N° 12286

Por MAICON TENFEN

Marlene, o escudo
  • A Dona Marlene Schlindwein não cansa de nos surpreender. Primeiro, ao assumir a presidência da Fundação Cultural de Blumenau, admitiu na cara-dura que sua indicação era fruto de um acordo oportunista entre o DEM e o PMDB. Depois, atestando sua incapacidade para o gerenciamento público, cometeu gafes e mais gafes perante a comunidade, inclusive “colando” da Wikipédia as respostas sobre a evolução do Salão Elke Hering que deu numa entrevista ao Santa.

    E agora, para completar o quadro do desastre, abriu um processo judicial contra um membro do Conselho Municipal de Cultura que cometeu o “desacato” de cumprir sua tarefa e questionar certos procedimentos administrativos. Ou chegamos ao tempo em que perguntar ofende, ou o processo se tornou o único argumento contra críticas que tinham, sim, procedência. Mas não pense o leitor que vou me limitar a “descer a lenha” na Dona Marlene e deixar a história terminar num descarregozinho de indignação, até porque, convenhamos, foi para isso mesmo, para levar pedradas, que ela foi empossada. Sem dinheiro, sem estrutura, sem ideias e sem competência para o cargo, restou à Dona Marlene a função de dublê, absorvendo para si as críticas endereçadas a um problema muito maior que os tropeços de uma gestão: a ausência de políticas culturais sérias. Somada aos ataques que recebe, a pouca habilidade diplomática da Dona Marlene só consegue piorar as coisas, daí os tiques autoritários que findaram nessa história ridícula do processo judicial.

    Por essas e outras (muitas outras), é difícil entender por que ela ainda não deixou o cargo. Alguns dirão que lhe falta visão, outros que lhe sobra masoquismo, mas a única resposta que me ocorre, e digo isso sem a menor ironia, é que ela aceitou o papel de mártir para salvar o governo e a reputação dos homens que a nomearam: o prefeito João Paulo Kleinübing e o vice-prefeito Rufinus Seibt. O primeiro é do DEM e o segundo é do PMDB, mas isso é dizer o óbvio sobre o acordão citado acima. Então vamos tentar de novo: o primeiro é historiador e o segundo é músico. Com essa bagagem, como é possível que estejam tratando a pasta da cultura com tanto descaso e irresponsabilidade?

    Diante de tudo o que está acontecendo, solicito que o prefeito e o vice-prefeito – os verdadeiros responsáveis pela situação – tenham a hombridade de tomar uma atitude ou pelo menos se pronunciar sobre a PÉSSIMA política cultural do município. Por enquanto, estão se escondendo atrás de um escudo chamado Marlene.

OPINIÃO DO SANTA

21/06/2011 | N° 12286 AlertaVoltar para a edição de hoje

OPINIÃO DO SANTA

Ambiente hostil

A eclosão de mais uma crise nas instâncias responsáveis pela gestão da área cultural da cidade, que levou à renúncia de cinco dos 17 integrantes do Conselho Municipal de Cultura, constitui um novo capítulo de um conflito que, não-resolvido e com graves consequências para a vida blumenauense, clama por uma solução definitiva. E esta passa pela imediata intervenção do Executivo municipal na questão, de modo a chamar para si a responsabilidade de encaminhar as medidas que pacifiquem este setor. De fato, a inquietação e a efervescência são ingredientes indispensáveis a uma produção cultural vigorosa e consistente, mas estas em momento algum devem se confundir com um ambiente hostil.

Bancarrota cultural

Jornal de Santa Catarina. 22/06/2011 | N° 12287

ARTIGO

Bancarrota cultural

Por Viegas Fernandes da Costa.

Tornou-se inadmissível e bizarra a situação alcançada por Blumenau no que diz respeito à gestão cultural. Não bastasse o desmonte de parte das atividades culturais ocorrido nestes últimos três anos (extinção das oficinas culturais, queda do telhado da Escola de Artes, fechamento do Museu Fritz Müller, inoperância da editora Cultura em Movimento etc), e o reconhecimento público de Marlene Schlindwein por sua falta de experiência no que diz respeito à economia criativa, agora a sociedade é informada de que uma conselheira municipal de Cultura, eleita por seus pares, é processada por desacato pela presidente da Fundação Cultural.

Não importa se Marlene Schlindwein alega que retirou o processo, mais tarde. Interessa que o processo foi aberto, e Marlene recorreu a um dispositivo próprio do coronelismo, impondo censura a uma ativista cultural legitimada pela classe artístico-cultural através de eleição democrática na Conferência Municipal de Cultural. Despreparo e autoritarismo são os adjetivos mais brandos que consigo atribuir à presidente da Fundação Cultural de Blumenau. Seu gesto é grave e abre um precedente perigoso porque estabelece uma política da mordaça, quando na realidade precisamos de uma política cultural efetiva e plural.

A responsabilidade por este caos na gestão cultural municipal é daqueles que indicaram Marlene Schlindwein para o cargo, a saber, o PMDB (seu partido) e o prefeito João Paulo Kleinübing. Vale lembrar que há anos não ocorre concurso público para a Fundação Cultural e que grande número de cargos são preenchidos por pessoas sem habilitação, atendendo apenas aos interesses políticos de ocasião.

O que se espera agora é que o Executivo municipal se pronuncie a respeito da bancarrota cultural em Blumenau e da ausência de uma política pública para a área. Já de Marlene Schlindwein espera-se que deixe o cargo de presidente da Fundação Cultural. Afinal, o autoritarismo de seu gesto insensato retirou-lhe o pouco da autoridade que o cargo ainda lhe conferia.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Renúncia ao mandato de Conselheira

Carta aberta de renúncia ao mandato de Conselheira
do Conselho Municipal de Cultura de Blumenau

Aos conselheiros municipais de cultura, artistas e comunidade em geral:
Quando coloquei meu nome à disposição para um mandato de conselheira, foi porque achei que poderia contribuir e lutar para a existência de políticas públicas de cultura em Blumenau, a iniciar pela discussão de projetos de lei de criação do Plano Municipal de Cultura, do Sistema Municipal de Cultura, a lei de mecenato, dentre outros. Instrumentos estes de participação democrática de artistas e agentes culturais na constituição de políticas públicas.

No entanto, o que se percebe é que ações públicas e democráticas não são de interesse de muitos, pois mais valem os velhos vícios provincianos. Diante disso, venho comunicar a minha Renúncia ao mandato de Conselheira, também pelos motivos que passo a relacionar:

1) Não tenho expectativas de mudanças e valorização da Cultura por parte do governo do prefeito João Paulo Kleinubing e sua equipe, e estou cansada da ausência de manifestação e descaso com que a artistas e agentes culturais têm sido tratados em Blumenau;
2) Não teremos, novamente, uma comissão externa para a seleção dos projetos enviados ao Edital de Incentivo à Cultura, o que irá expor novamente e pessoalmente os Conselheiros em relação àqueles que não compreendem as ações e decisões quanto à qualidade, originalidade e orçamento dos projetos; não compreendem os avanços democráticos e a importância de que o município tenha políticas culturais públicas que garantam o acesso a toda população, mas que de fato têm o velho vício de acharem que o papel de um Conselho de Políticas Culturais é laurear e recompensá-los financeiramente. Essa compreensão conduziu alguns ‘artistas’ e ‘agentes culturais’ a agredir verbalmente alguns conselheiros, além de inúmeros comentários difamatórios em blogs, prejudicando-os; observo que mesmo após os diversos manifestos dessa semana, ex-conselheiros continuam sendo ameaçados;

3) Minha renúncia também é um ato de Repúdio ao processo criminal movido contra a ex-conselheira Aline Assumpção, pela presidente da Fundação Cultural de Blumenau, Marlene Schlindwein. Entendo que o uso de Boletins de Ocorrência para fazer calar uma conselheira é uma intimidação, dirigida não só a todos os Conselheiros, mas também à comunidade representada. Enfim, um gesto autoritário que fere o princípio e objetivos democráticos da constituição de um conselho público. Aline teve uma atuação importantíssima na discussão e reelaboração da lei municipal de criação do conselho de políticas culturais do Município, lei esta que garantirá maior participação de representantes eleitos na elaboração do Plano Municipal de Cultura e do Sistema Municipal de Cultura.

4) Por fim, percebi que todos esses atritos estavam invadindo outros espaços, tanto o privado, quanto o profissional e acadêmico, e compreendo que a minha participação no conselho só vem me desgastando pessoalmente e profissionalmente.


Carla Fernanda da Silva,
historiadora e professora universitária

Blumenau, Inverno de 2011.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Testemunho do ator Cleiton Rocha


Por Cleiton Rocha

Lembro da minha pequena frigideira. E aquela colher que amassava o fundo da pobre panelinha. Enfim, eu tinha feito barulho. Não eu, propriamente, nem todo mundo. Mas estávamos lá sem poder esperar mais deles. E esperávamos muito. Tanto que até a fundação estava a despencar, não está mais, já demoliram. Só nos restaram as goteiras do Carlos Jardim, mas lá, lá é o recinto da ordem. A ordem foi inventada antes ou depois das panelas? De qualquer jeito, naquele dia, depois das panelas a ordem assumiu sua identidade. Fomos todos nos reunir como bons cidadãos contentes em exercer suas virtudes cívicas, dialogar na construção de uma cultura coletiva no espaço de atuação política da arte que transcende fronteiras e pode até dizer sobre a vida real às vezes! Falamos, falamos muito, gritamos também, lembro. Até rimos inclusive. Tudo bem, muitos choravam. Mas ninguém mentiu, não conseguiam. Nem nós, ricos cidadãos! Nem eles, esfarrapados do Estado. Afinal, havia abandono, e havia panelas. Até as panelas foram acusadas de desordem. Não havia ordem, mas havia honestidade. Ainda bem que somos honestos, ainda bem que não somos panelas.
Testemunho que as colheres foram as culpadas, eu as vi batendo nas panelas, as panelas ficaram furiosas e acusaram a Fundação Cultural de negligência, os donos das panelas as silenciaram e resolveram conversar, mas a ordem deve ter ficado surda, e achou um desacato da panela reclamar da colher que bate. Ou não foi assim, mas não foi o nada.

Devolvam as Nossas Línguas

Por Rafael Koehler


Naquela noite de abril de 2010 nos reunimos para protestar e pedir respostas a tantas perguntas que a mandatária da Fundação Cultural de Blumenau se negava a responder. Não, não foi um fato isolado e não foi naquela noite que decidimos pegar nossas panelas e vozes para tentar, mais uma vez, sermos ouvidos.
O Titanic Fundação Cultural de Blumenau já havia esbarrado no seu iceberg muito antes, logo após a enchente de 2008 devastar a cidade. A nomeação da nova mandatária da FCBLU (que admitiu ao Jornal de Santa Catarina que a sua nomeação era fruto de negociações partidárias) deveria ser aclamada pelos videntes, porque ao ser nomeada a mesma comparou os artistas de Blumenau aos violinistas do Titanic, que animam o povo enquanto o barco afunda. E realmente, o barco começou a afundar naquele ano. Desde então os artistas da cidade decidiram lutar contra a previsão da mandatária.
Em agosto de 2009 mais de 200 artistas organizaram e participaram do festival “Nosso Inverno”, que tinha como foco o protesto contra a falta de política pública cultural em Blumenau. A mandatária apareceu apenas na abertura do evento, viu o espetáculo manifesto e não voltou para o debate no final do Nosso Inverno. Ali teve início a não conversa com os artistas e a união dos mesmos iniciando o “Movimento Cultural Devolvam os Nossos Braços”.
Em abril de 2010 mais um buraco era feito no casco do Titanic: a falta de explicação e o atraso do pagamento dos artistas participantes do Salão Elke Hering. Na noite do dia 14 daquele mês nos reunimos em frente à FCBLU e iniciamos o nosso protesto em busca de respostas, não apenas para o pagamento do Salão, mas também para o fechamento do Casarão das Oficinas, o problema com a Escolinha de Artes, entre outros enigmas. A reunião deveria ter acontecido uma semana antes, porém a mandatária nos deixou esperando, e mais uma vez ficamos sem respostas.
Naquela noite tínhamos panelas, colheres e vozes. Tínhamos a união e representávamos os mais de 200 artistas do “Movimento Cultural Devolvam os Nossos Braços”. As panelas e as colheres se uniram antes da reunião, e foram silenciadas para que as vozes de quem as tinha em punho tomassem conta do espaço.
Na carta aberta que escrevi naquela noite, após a reunião, relatando os fatos, digo o que aqui faço questão de repetir:

“A reunião teve início e durante, aproximadamente, duas horas vimos uma “representante” da cultura se justificando, colocando a culpa no jurídico, nas gestões anteriores, na burocracia, nos artistas, etc. Somente após a artista Aline Assumpção falar sobre a desorganização do Edital do 9º Salão, citando algumas das falhas ocorridas, somente depois de não ter para onde fugir, de não ter como culpar outros, a presidente (...) assumiu que houve falhas durante o processo do 9º Salão, e disse que 21 projetos foram aprovados ontem. Isso mesmo: ONTEM. Após a pressão dos artistas a Fundação reconheceu o seu erro: “Edital errado, sim, horrível”, disse (...) a diretora administrativa e financeira”

Aline não foi a única a falar, porém foi a mais sensata, e como (na época) era uma das representantes dos artistas no Conselho Municipal de Cultura, falou em nome de todos. Tanto é que nenhum dos presentes se manifestou de forma contrária às palavras de Aline.
Não recordo com precisão a ordem dos fatos, mas desde então o Casarão das Oficinas, onde eu ministrava aulas de teatro, foi fechado; o telhado da Escolinha de Artes desabou e tudo foi demolido; o Museu Fritz Müller só acumula problemas; a Feira do Livro se tornou uma vergonha; a mandatária se sentiu ofendida e abriu um processo contra Aline Assumpção, na época Conselheira Municipal de Cultura, que em sua fala representava a classe artística e a população blumenauense; Márcio Cubiak e Aline Assumpção, dois Conselheiros Municipais de Cultura, pediram a destituição de suas funções; e os espaços da Fundação, antes gratuitos aos artistas, começaram a ser cobrados.
Sim, a mandatária conseguiu cortar os braços dos artistas e da população que clama por apoio às artes, braços estes que tentavam desesperadamente fechar os buracos no Titanic para que a água não entrasse. A luta continuou, mesmo sem braços, a agora a mandatária corta as nossas línguas, para que não possamos mais utilizar as nossas vozes pedindo socorro aos céus.
Hoje, 20 de junho de 2011, completa um ano que não moro mais em Blumenau. Atualmente resido no Rio de Janeiro/RJ e busco aprimorar a minha arte sem esquecer da importância que a cultura blumenauense tem na minha vida. São com os artistas de Blumenau que continuo a desenvolver meus projetos. O Titanic Fundação Cultural de Blumenau afundou e meus amigos artistas estão boiando em mar aberto tentando sobreviver. De onde estou me jogo no mar, não para resgatá-los, porque não cabe a mim fazer ressurgir do fundo da escuridão marítima a Fundação, mas para lutar com eles pelo direito de livre expressão.


Rafael Koehler
Ator
Grupo K - Teatro
http://waguater.blogspot.com/2011/06/devolvam-as-nossas-linguas.html

Que cultura é essa?

Por Rodrigo Ramos

A escritora Clarice Lispector proclamou certa vez: Porque há o direito ao grito. Então eu grito.
Ao ler a edição do SANTA de 18/19 de junho tomei conhecimento de que a jornalista e produtora cultural Aline Assumpção está sendo processada pela senhora presidente da Fundação Cultural de Blumenau, Marlene Schlindwein pelo crime de desacato.
Me causa estranheza o fato da indignação do movimento cultural em ficar assustada com tamanha atitude tomada pela “Dona Marlene”.
A presidente da FCBLU entra para a “história da cidade”, como a pior gestora cultural de todos os tempos.  Isso noticiado pelo SANTA e por tantos outros veículos midiáticos. O total despreparo no que tange ao diálogo pode ser sentido nas ações tomadas por esta senhora. Ninguém consegue entender como diante de tantas reclamações a mesma ainda permanece no cargo. É bem provável que, ao publicar este artigo, seja eu também intimado a responder processo na justiça.
Por isso, uso Clarice Lispector. A cultura em Blumenau nunca gritou tanto como antes. O posicionamento de Aline Assumpção é apenas o grito latente por uma gestão cultural eficaz, bem diferente do modelo atualmente apresentado.
Qualquer indivíduo tem a possibilidade de se manifestar, de buscar e receber informações, independentemente de sofrer pressões ou ameaças.
Não se justifica qualquer posicionamento de restringir a liberdade de expressão, ainda mais dentro da atividade cultural onde nenhuma autoridade pode limitar a liberdade de expressão de forma arbitrária.
Cultura se faz com liberdade, sensibilidade, promovendo a cidadania. É nela que está inserida o espaço de transformação social.
Se o posicionamento de Aline incomoda a gestão pública é sinal de que alguma coisa, como diria Caetano, está fora da ordem...

Rodrigo Ramos
Professor – Jornalista - Produtor Cultural 

Carta de Apoio a Aline Assumpção

A classe cultural reunida na Universidade Regional de Blumenau, para a Conferência Setorial de Cultura de Blumenau, dia 18 de junho de 2011, sob coordenação do Conselho Municipal de Cultura de Blumenau, manifesta-se em vista do processo judicial movido pela Sra. Marlene Felix Schlindwein, Presidente da Fundação Cultural de Blumenau, contra a Sra. Aline Assumpção, então Conselheira Municipal de Cultura.

Sobre este fato, houve relato por parte do Conselho Municipal de Cultura, que apresentou os fatos ocorridos para a plenária, que se manifestou em apoio a Sra. Aline, por conta de compreender que o motivo da ação judicial, foi uma colocação por parte da Sra. Aline, que no momento representava os artistas selecionados e premiados pelo Salão Elke Hering, e que não obtinham informações a respeito do pagamento dos prêmios conquistados no salão.
Diante do exposto, a classe cultural presente nesta Conferência Setorial de Cultura, apresenta apoio a Sra. Aline Assumpção, acreditando que a liberdade de expressão é garantia da carta magna que rege o regime democrático, e esta liberdade é direito pétreo   de todo cidadão, ainda mais quando diz respeito a cobranças  por parte da sociedade civil aos órgãos públicos.
A preocupação dos conferencistas é de que se mantenha aberto o diálogo entre todos os entes da sociedade, público ou privados, para que possamos construir uma sociedade livre e justa para todos.
Att.
Conferência Municipal de Cultura  de Blumenau
Sábado, 18 de junho 2011.

sábado, 18 de junho de 2011

Eu desacato!

"Pensa na escuridão e no grande frio
Que reinam nesse vale, onde soam lamentos."
Brecht, Ópera dos três vinténs

Naquele dia eu não pude estar fisicamente presente na manifestação e na reunião que se seguiu. Mas de outra forma, eu estava lá, assim como tantos outros, pois nos sentíamos representados pelas pessoas que estavam, sobretudo pelos conselheiros eleitos na ultima conferência de cultura. Naquele dia a voz da Aline e do Márcio era a nossa voz. Por isso, quando a presidente da Fundação acusa um deles de desacato é a todos que ela está acusando.

Eis mais um intolerável fato que não podemos tolerar. Se tornamos natural atitudes autoritárias como esta, estaremos abrindo mão de direitos fundamentais para o exercício da liberdade. Até agora pisaram nas nossas flores e mataram nossos cães. Mas, se nos calarmos, amanhã virão para cortar nossa garganta e aí definitivamente estaremos silenciados.

Marlene e aqueles que trabalham contra as potencialidades do tempo presente, nos desacatam diariamente, quando deixam morrer por falta de água e oxigênio o broto do futuro. É por este broto que morre todos os dias que não podemos nos calar. Por isso, hoje não resta outra saída senão, fazermos do desacato um instrumento permanente contra todos os monumentos de cultura que foram reduzidos a monumentos de barbárie. Só assim não esquecerão o significado da palavra desacato. Daqui em diante, conjugaremos o verbo desacatar em todos os tempos verbais, com todos os seus pronomes – no singular, mas, sobretudo, no plural.

Por Ricardo Machado, historiador.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Minha saída do conselho municipal de cultura de Blumenau

Por Márcio Jose Cubiak

Solicitei, há dois meses atrás, mais ou menos, minha saída do Conselho Municipal de Cultura de Blumenau. Neste momento, reitero minha saída, fazendo exposição de motivos. Foram 14 meses bastante importantes para minha experiência de vida. Uma boa arena para entender alguns caminhos trilhados no passado e indicativo de alguns bons caminhos para o futuro. Mas um futuro em que exista gestores municipais capazes de dar conta da complexidade e das oportunidades da área, bem como da existência de um campo artístico-cultural que seja atuante.


1)       Está ficando cada vez mais claro para minha pessoa que Blumenau não tem um campo artístico e cultural capaz de ir além da demanda. Demandar tem sido fácil. A internet ajuda a dar caminhos, a comunicar o que outros estão reivindicando. Mas isso não basta. Se o campo artístico-cultural não existe, a demanda acaba não reverberando, não encontrando legitimidade alguma. O campo artístico-cultural de Blumenau começou nos anos 1970, com o Bell e toda sua mobilização. O campo começou sua organização, mas eu ainda não entendi o porquê, depois da metade dos anos 1990, começa a se desarticular. Veja, nas várias edições da conferência municipal de cultura, todas as pessoas participantes assinaram como indivíduos. Nós não temos a participação firme e forte de associações, de empresas do setor, de manifestações culturais do município. A gente tem um monte de pessoas. Só isso. Políticas públicas de cultura só com campo formado, atuando e buscando se fortalecer. Ai está o desafio atual.
2)     *  Depois de tudo pelo que passamos nos últimos anos, a presidente da Fcblu fez-me perder totalmente a paciência depois de “errar” sobre o mecenato e não retirar a Aline do processo de “desacato”. Isso mostra quão despreparada se mostra essa senhora representante das mulheres da elite blumenauense (mulheres maçons, OASE, Rotarys e todos esses demais clubes de serviço). Pode até bem representá-las, como pessoa política, mas como gestora, Marlene Schlindwein não tem cacife algum. Pode até ser bem intencionada, como dizem uns trabalhadores lá de dentro da fundação. Mas isso não basta. Marlene foi capaz de não entender uma informação sobre seu próprio orçamento, no caso do mecenato e; no caso da Aline, não a considerar uma conselheira, uma vez que não houve desacato.  A única coisa pela qual trabalharei, em relação a Fundação, é pela saída de Marlene. Melhor seria solicitar uma grande auditoria de suas contas, fechar a Fundação e recomeçar do zero.
3)      Isso porque sem efetividade, ou seja, sem o poder público absorvendo e executando as reivindicações dos participantes das várias edições da conferência de cultura, não teremos mais a participação de ninguém. Nós temos, em demasiado número, apenas demandadores. Nada mais do que isso.
4)     Algumas vozes autoritárias me perseguiram e me ameaçaram fisicamente. Gente que já fez isso.  Sempre achei o conselho um lugar de embates, mas não um ringue de boxe. Esses autoritários não têm nada a perder, nem a ganhar. E não são agentes do caos, não! O caos é criativo. Eles representam apenas o autoritário. Essas vozes conseguiram minar parte da minha legitimidade, através da baixeza e da fofoca, como representante da “sociedade civil”, seja lá o que isso representa.
5)   Por fim, minha própria situação pessoal. Estou numa fase de transição. Nos últimos 08 anos estive ligado a cultura, nunca como artista, mas como animador, gestor, produtor e militante cultural. Agora, passo ao momento de ser pesquisador, lugar onde quero permanecer. Estou escrevendo minha dissertação de mestrado, onde trabalharei a arena da conferência municipal de cultura e a convergência de territorialidades em torno de políticas públicas. Vou abordar o campo cultural de Blumenau e suas tensões. Desta forma, acho melhor não ser vinculado ao conselho.

Um grande abraço!

sobre a inacreditável série de coisas que vêm acontecendo com a Cultura em Blumenau

por Gregory Haertel, sexta, 17 de junho de 2011 às 16:40

 
 "Bom, já faz tanto tempo que é difícil lembrar dos fatos em sua exatidão. Quando me esforço para recordar, lembro que era um fim de tarde, quase começo de noite, e que havia um grupo armado com panelas e vozes em frente ao prédio da Fundação Cultural. O grupo que lá se encontrava não era um grupo enorme, desses de fechar avenidas. Também não era um grupo de amigos (recordo-me que houve brigas e discussões entre os membros que ali estavam). Tampouco eram as afinidades artísticas o que unia aquelas pessoas. A única coisa que fazia com que aquelas pessoas estivessem ali, naquele local, naquela hora, era o descontentamento que já vinha de muito com os rumos que a administração da Fundação Cultural vinha tomando e, principalmente, a vontade de que, a partir da manifestação que se instaurava, tivesse início um processo de mudança que culminasse em uma nova forma de se enxergar a arte nesta cidade. Um processo de mudança realmente aconteceu. E muita coisa mudou. Para pior.
Quando a reunião (algumas vezes adiada) começou, eu já não estava mais ali. Saí porque tinha algum outro compromisso (que não recordo), mas saí tranqüilo. Muito tranqüilo. Saí tranqüilo porque participariam da reunião pessoas em quem eu confiava plenamente, no caráter e nas opiniões. Pessoas, entre outras, como Pépe Sedrez, grande amigo meu e uma das pessoas mais sensatas em termos de posicionamento político que eu conheço. Pessoas, entre outras, como Márcio Cubiak, de quem sempre admirei o espírito combativo e o embasamento das argumentações. E pessoas, entre outras, como Aline Assumpção, artista que nunca se negou a participar das lutas pelas coisas em que acredita e que, na época, Conselheira Municipal de Cultura, também não se furtou a participar da luta em que todos que ali estávamos (e muitos que não compareceram) acreditávamos. Eu saí do pátio da Fundação Cultural tranqüilo por saber que estaria, naquela reunião, bem representado. Eu saí do pátio da Fundação Cultural de Blumenau naquele fim de tarde, quase começo de noite, tranqüilo por saber que as vozes que se ergueriam durante a reunião seriam o eco das panelas que eu tinha ajudado a agitar um pouco antes, em plena rua XV de Novembro. E eu saí de lá, do pátio da Fundação Cultural de Blumenau, para ir não me recordo para onde, por saber que, em um processo democrático, a minha voz, erguida pela garganta de outros, seria ouvida. Mas a minha voz não foi. A minha voz, representada pela voz de outros, foi legalmente calada. E o processo de mudança, tão almejado, teve início. Pelo avesso.
De lá para cá, uma Conselheira Municipal de Cultura (Aline Assumpção) foi processada por, no exercício da função de me representar, ter tido uma palavra sua interpretada como ofensa pessoal pela mandatária da Fundação, e dois Conselheiros (os acima citados Márcio Cubiak e Aline Assumpção), depois de diversas decepções e incômodos, pediram a exoneração de suas funções. A minha voz, aquela que saiu tranqüila do pátio da Fundação Cultural de Blumenau naquele quase começo de noite, hoje se sente mais fraca. Muito mais fraca. Tão fraca que eu quase duvido que, enquanto escrevo, a minha voz consiga falar. Tento. Sai baixo. Bem baixo. Tão baixo que quase não escuto. Mas me acalmo. Mesmo baixo, muito baixo, a minha voz ainda teima em falar".

Lançamento 2.0 de "O Retrato da Nudez Eólica"






Cláudia Iara Vetter autografa hoje seu livro "O Retrato da Nudez Eólica" em festa Rock,  reunindo muita gente bacana da cena cultural local.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

evento-flor

como posso até ir para a cadeia por criticar a Fundação Cultural de Blumenau

Carta aberta aos artistas e cidadãos desta nau
(cai...não cai...?... ei, estamos todos na mesma nau!)

OU: 

Por que eu saí do Conselho Municipal de Cultura e como posso até ir para a cadeia por criticar a Fundação Cultural de Blumenau

Após muito refletir, me aconselhar, após noites não dormidas, cápsulas e mais cápsulas de diferentes fármacos para me anestesiar os ânimos, resolvi fazer o que deveria ter feito há quase um ano.

Meus caros, não meus, e não tão caros assim, o que vão ler a seguir é uma tentativa de relato, do que vivi nos últimos meses, tentativa de esclarecer episódios, posturas, silêncios,  arrependimentos, desgostos e transformações.

A questão que me faz neste momento vir a público é um fato extremo, uma das pontas de tudo que tem se passado em nosso cenário cultural. Como muitos sabem, e muitos não sabem,  em março último renunciei a minha cadeira de Conselheira Municipal de Cultura de Blumenau, eleita pela sociedade civil. Os motivos são alguns...

Um dos pontos mais sérios é que estou sendo processada judicialmente pela presidente da Fundação Cultural de Blumenau por crime de desacato, porque um dia, lá em abril de 2010, durante uma reunião com vários artistas para discutir problemas com o edital e o pagamento dos artistas aceitos no Salão Elke Hering (após panelaço, discussões e uma série de reuniões desmarcadas, lembram?? http://umescambau.blogspot.com/2010/04/resultado-ou-nao-da-reuniao-com-fcblu.html) eu perguntei  à diretoria da Fundação Cultural: “Por que vocês não são honestos e assumem que o edital tem uma série de problemas e erros e que vocês demoraram muito a se posicionar, que só se manifestaram agora, quando os artistas começaram a protestar?” Imediatamente minha expressão foi contestada: “Você está nos chamando de desonestas?/ Nunca fui tão ofendida, na minha vida!!”. Peraí, eu não as chamava de desonestas, eu lhes pedia honestidade e transparência, nesta questão específica, honestidade em admitir a sequência de erros e omissões (já se passavam dois meses de uma lista de e-mails e vai-e-vens entre o jurídico da fundação e artistas de todo o Brasil que participavam do Salão sem um retorno efetivo da Fundação). Após uma discussão sobre o significado das palavras honesta/desonesta/honestidade, uma intervenção da professora Noemi, a questão pareceu esclarecida. Naquela mesma noite, a presidência da Fundação foi ainda criticada por muitos outros artistas que a chamaram de “incompetente”, de “inapta”, sugeriram que se retirasse do cargo e aí por diante.

Mas, por algum motivo obscuro (nem tanto, na verdade, afinal eu sempre devo ter sido uma pedra em seu sapato) a presidência da FUndação abriu um boletim de ocorrência contra mim, especificamente, juntamente com um outro artista, que tinha se manifestado de maneira muito distinta da minha naquela noite ( a quem eu havia pedido, inclusive, que se acalmasse, a quem eu havia falado que não estávamos ali para atacar pessoas, mas para discutir e resolver questões de política cultural; o mesmo artista que me acusaria naquela mesma noite, de proteger a presidente e de conivência com a Fcblu, me ameaçando por e-mail e, posteriormente, espalhando para toda a classe que eu estava vendida para a Fundação).

Bem, mas passada a fatídica noite de abril, com aparentemente 'tudo resolvido', foi só em agosto, numa sexta-feira, que chegando em casa após uma semana de trabalho, que recebi uma intimação da delegacia, em que devia me apresentar como autora de um crime, o qual eu desconhecia. Passei um fim de semana infernal, chorando, perdendo o sono, e tentando me lembrar se eu havia ferido alguém, batido o carro, roubado galinha, mas nada me vinha à mente. Eu que só tinha pisado numa delegacia como repórter, tinha agora o constrangimento de comparecer mediante intimação, como acusada de um crime que eu sequer sabia qual era. Quando vi de que se tratava, mal pude acreditar, eu jamais imaginaria que pudesse ser processada por tal motivo, haviam se passado meses, na semana anterior, inclusive, eu estava justamente ajudando a presidente da Fundação Cultural a reunir argumentos e redigir um documento para uma reunião com o prefeito; e ela ‘utilizou’ meus serviços voluntários e idealistas, em silêncio, sem me contar que estava me processando.

Saindo da delegacia, imediatamente procurei a então presidente do Conselho Municipal de Cultura, Noemi Kellermann e o então vice-presidente Jamil Dias. Quase tão assustados quanto eu com o processo, resolveram marcar uma reunião com a presidência da FCBLU. No dia seguinte nos reunimos e após, muita conversa (uma manhã e uma tarde) e ponderações, após os Conselheiros terem declarado que testemunhariam a meu favor e que esta situação só geraria mais desgaste, chegamos a um acordo, a presidência desistiria do processo e eu manteria segredo sobre o ocorrido. 

Pois bem, fiquei quieta, e com o sapo atravessado, diante da tonta (e egoísta e covarde, admito) esperança de que o processo seria retirado e o assunto se encerraria ali. Uns dias depois fomos informados pela presidente da Fundação, que ela solicitara a suspensão do processo, não havia mais com que se preocupar. Sendo assim, eu não compareci a audiência que estava marcada para o início de setembro, em que poderia apresentar minha defesa e ter direito a uma conciliação.
De lá pra cá, confesso que perdi muitas de minhas ilusões, mas, mesmo calejada e decepcionada, com um sorriso amarelo e sem olhar nos olhos daqueles que me acusavam, continuei meu trabalho como conselheira. Aliás, não tenho dúvidas, vergonha ou falsa modéstia de dizer, que trabalhei muito, muito mesmo, para representar dignamente a sociedade civil, os artistas e colegas que me escolheram para tal cargo, procurei manter nossas reivindicações sempre na pauta do conselho, fundação e da prefeitura, incomodei a todos, com muitas críticas.... Trabalhei, penso hoje, muito mais do que a causa merecia, trabalhei cegamente, apaixonadamente, de peito aberto (isso não se faz, eu já passei dos 30).

Foi uma batalha constante junto com outros conselheiros, diante da ausência de respaldo e retorno do poder executivo, para construir politicas culturais sólidas, e fazer com que as demandas das conferências pudessem ser atendidas (que fique claro, não somos mais crianças, que não há milagres, que falamos de grandes transformações que acontecem no pequeno, no médio e no longo prazo). Tivemos que contar com a impaciência dos artistas, críticas pertinentes, e adeprejamentos insanos (renderia um filme de terror) - estávamos numa briga por políticas culturais sólidas, políticas públicas, o que punha consequentemente fim a uma tradicional política de balcão, de apadrinhamentos e benefícios pessoais, a que muitos artistas já haviam se acostumado. 
Enfim, cansada do chumbo de cá e de lá, com minha vida pessoal em frangalhos(sim, porque as consequências já invadiam meus espaço privado), resolvi renunciar ao Conselho, e ficar quietinha no meu canto – cuidar da minha vida privada, da  minha casa, pagar minhas contas, fazer as unhas, não é isso o que esperam de nós??
Mas, eis que, um mês e meio depois do meu recolhimento, chega nova intimação judicial. O processo não fora arquivado e eu estava sendo ainda processada por desacato. 
Mais dias de angústia, que só cessarão (e eu espero que cessem) no próximo dia 28 de junho, quando terei uma audiência com o juiz. O processo diz que sou acusada de crime de desacato,  cuja pena é de seis meses a dois anos de detenção. Como sou primária, não tenho qualquer antecedente, tenho direito a um benefício que antecede a tramitação no judiciário (denúncia do Ministério Público), chamado de transação penal, em que posso escolher pagar uma multa ou uma pena restritiva de direitos (serviço comunitário ou algo semlhante), para não dar continuidade ao processo. Mas por outro lado, perco o direito de provar minha inocência, de me defender - ou seja, aceito uma pequena pena para me poupar de todo desgaste de um processo judicial.
Novamente os conselheiros  Noemi e Jamil intemerdiaram a questão e foram esclarecer o caso com a presidente da Fcblu. Ela mostrou o documento em que renuncia da denúncia, mas admitiu que não acompanhou se o caso havia mesmo sido encerrado. A presidente se prontificou em ver o que poderia ser feito, mas sua advogada já nos informou que elas não tem mais nada a fazer. Parece que, por se tratar de servidor público, o indivíduo privado perde poderes sobre o processo, que passa a ser de interesse do poder público.

Enfim, eu, que já fui rotulada de “o verbo”, e que tentei ficar calada diante dos fatos, apenas para não me desgastar ainda mais, para não me expor ainda mais, volto a abrir minha boca. 
Eu falo porque acredito no direito a liberdade de expressão, e na minha inocência desta acusação feita no calor dos ânimos; falo porque me entristeço de ver o esvaziamento do Conselho Municipal de Cultura, e a desesperança; falo porque sinto pena que a classe artística tenha preferido se desmobilizar, e que cada um ande mais preocupado com o seu quadrado; falo porque sou idealista incurável, porque ainda prefiro a paixão dos jovens à hipocrisia e à estabilidade; falo porque me julgo covarde e egoísta de não ter publicizado cada fato e minha franca opinião na hora, no momento certo.... Talvez seja tarde, mas, como diz o ditado, antes tarde do que nunca.

Aline AssumpçãoArtista visual, produtora cultural, jornalista, professora, Ex-Conselheira Municipal de Cultura.

Você pode repassar esta carta a quem você quiser, ou publicá-la. Só peço que ao repassar ou republicar, o seu conteúdo seja veiculado/disponibilizado na íntegra, sem cortes. (já basta de mal entendidos!)

terça-feira, 14 de junho de 2011

enc.: vamos conferenciar / conferir

No próximo dia 18 de junho - sábado das 14h às 19h, no Auditório da FURB - Bloco "J", o Conselho Municipal de Cultura de Blumenau promoverá a primeira Conferência Setorial de Música; Artes Cênicas; Cinema, Fotografia, Vídeo; Literatura; Artes Gráficas; Artes Plásticas; Folclore, Cultura Popular e Artesanato; Patrimônio Cultural; Biblioteca; Arquivo, Pesquisa e Documentação; e, Dança, para juntos traçarmos os caminhos da produção cultural em Blumenau.

Na oportunidade será apresentado também o relato dos projetos de Lei: Sistema Municipal de Cultura e Plano Municipal de Cultura. Criação do Sistema Municipal de Apoio à Cultura constituído pelo Fundo e Mecenato.

Cronograma:
14 h - Abertura Auditório da Furb - bloco "J" - Apresentação dos projetos de Lei: Sistema Municipal de Cultura e Plano Municipal de Cultura. Criação do Sistema Municipal de Apoio à Cultura constituído pelo Fundo e Mecenato.
14h45min - Distribuição dos Grupos nas Setoriais
15h Inicío dos trabalhos das Setoriais
17h - Plenária - apresentação dos resultados das demandas
18h - Encerramento
19h Apresentação do Espetáculo: Vão, Desvio e Varanda apresentado pelos alunos da 7ª Fase de Bacharelado em Teatro da Furb.

Sua participação é muito importante! Venha e traga suas propostas.

Jamil Antônio Dias
Presidente do Conselho Municipal de Cultura

CineArte na Floresta - Junho 2011

Cinearte na Floresta exibe clássicos dos anos 50 e 70




O Cinearte na Floresta, realização da Fundação Cultural de Blumenau, mostra, a partir do próximo dia 28, clássicos do terror que hoje não assustam mais ninguém. O evento vai até o dia 30, sempre às 19h30, no Horto Edith Gaertner, na Fundação Cultural de Blumenau. Os filmes são recomendados para maiores de 10 anos e a entrada é gratuita.



Na atmosfera de um cinema em meio à floresta, nada melhor do que clássicos de terror dos anos 50 e 70. A programação inicia na terça, com Ed Wood, considerado o pior diretor de todos os tempos no gênero do terror, com seu filme A Noiva do Monstro , de 1955; dia 29, quarta, é a vez de Mel Brooks mostrar, em seu estilo, a versão de um conhecido personagem de terror com O Jovem Frankenstein , de 1974; e, encerrando o Cinearte na Floresta deste semestre, na quinta-feira, 30, novamente Ed Wood, numa produção de 1953, Glen or Glenda .




A organização recomenda levar repelente.





Programação:






Dia 28 - A Noiva do Monstro






Ano: 1955


Direção: Ed Wood


Com: Bella Lugosi, Loretta King e elenco. Produção, roteiro e direção de Ed Wood, A Noiva do Monstro foi apontado como o melhor trabalho do diretor. Bela Lugosi, com seus trejeitos e suas caretas de cientista louco, interpreta o Dr. Eric Vornoff, um gênio com talento não reconhecido. Isolado em sua mansão em ruínas, no meio do pântano, projeta a criação de uma raça de super-homens atômicos para dominar o planeta.


Duração: 70 minutos.







Dia 29 - O Jovem Frankenstein



Ano: 1974


Direção: Mel Brooks


Com: Gene Wilder, Peter Boyle e elenco. Um jovem neurocirurgião herda o castelo de seu avô, o famoso Dr. Victor von Frankenstein. Ele acredita que o trabalho de seu avô era pura bobagem, até descobrir em um de seus livros antigos um trabalho sobre reanimação de órgãos, então ele muda radicalmente de opinião. Duração: 110 minutos.





Dia 30 - Glen or Glenda






Ano: 1953


Direção: Ed Wood


Com: Bella Lugosi, Edward Wood e elenco. Para investigar o suicídio de um travesti, um detetive da polícia busca informações com um psiquiatra entendido no assunto, que lhe conta duas histórias. Na primeira, Glen é casado com Bárbara, mas deve descobrir uma maneira de contá-la sobre as suas necessidades de utilizar seus vestidos; na segunda, Alan decide se transformar em mulher fisicamente, através de uma cirurgia.


Duração: 70 minutos.


Fonte: Nico Wolff, diretor de Cultura (3326 7582 e 9936 3977)


Assessora de Comunicação: Marilí Martendal (3326 8124 e 9943 0235)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

'O lado B de Blumenau' no IBES/SOCIESC


ADERLANI FURLANETTO

RAFAELA MOREIRA



LETÍCIA
OBERGER

MANOELLA BACK

JOSIANE CAITANO

LARISSA DONNER

AUGUSTO ITNER

MARLON DUMKE

ADRIANO LINS


Os acadêmicos do terceiro semestre de Jornalismo do Instituto Blumenauense de Ensino Superior (IBES), mantido pela Sociedade Educacional de Santa Catarina (Sociesc), trazem para a instituição a exposição fotográfica “O lado B de Blumenau”. O evento tem abertura nesta segunda-feira, paralelo ao 4° Festival Interdisciplinar de Comunicação (ICOM) e permanece até o dia 17 de junho.
Os temas são variados e polêmicos. Expostos na entrada da instituição, os visitantes podem ver trabalhos sobre prostituição, preconceito com travestis, desigualdade social além da expansão desordenada da cidade.
As fotos mostram a vida de quem mora nos morros e regiões suburbanas de Blumenau, onde não há estrutura adequada nas ruas, como pontes ou pavimentação. Sob o olhar crítico dos acadêmicos, muitas construções que deveriam fazer parte da conservação da história da cidade aparecem em ruínas.
Já no 1° andar do IBES/SOCIESC estão expostas as fotos sobre a religião Hare Krishna. Estão retratadas as celebrações e o cotidiano dos adeptos dessa filosofia. A atividade faz parte da disciplina de Fotojornalismo II, lecionada pela professora Aline Assumpção.

Os alunos que realizaram o trabalho foram: Aderlani Furlanneto, Adriano Lins da Silva, Augusto Ittner, Bruna Neto dos Santos, Elissandra Hans, Fagner da Rosa, Guilherme Puerari de Jesus, Jean Volpato, Josiane Antonia Caetano, Laide Braghirolli, Larissa Katy Donner Neumann, Leticia Oberger, Manoella Back Neves, Marlon Thiago Dumke, Rafael Lopes de Matos e Rafaela Moreira de Costa.