quarta-feira, 14 de dezembro de 2011


Arte

:::: Exposição VAREJÃO por ALI ASSUMPÇÃO e CHARLES STEUCK
:::: Exposição TERMINAL por GLÁUCIA MAINDRA

Música

:::: GODS OF JOY
:::: ATRAVESSANDO O POMAR *travesseiro polar
:::: BIPOLAR
+
:::: CAE UBBER e LAIS LUZ DJs SET

Gourmet

:::: YUMMY Vegan Food
:::: Trufas e Alfajores CUPCAKES DA LAIS

17 DE DEZEMBRO
SÁBADO - 18h

Até 19:30hs, R$ 5 + 1kg de alimento ou brinquedo
Depois, R$ 10 + 1kg de alimento ou brinquedo



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Exposição na Casa Sesc

Apresentações musicais - Teatro Carlos Gomes



* Gratuito

Colaboração de 1 brinquedo

ou 1 alimento

ou material escolar






Penúltimo evento do Ateliê-Galeria Estiloarte



Mostra Plural


A MOSTRA PLURAL é quando nossos alunos e professores mostram seus resultados e seus processos de crescimento artístico.


ABERTO AO PÚBLICO EM GERAL precisa que este venha ao ESPAÇO PLURAL.


Abaixo a programação:


Mostra plural


2 0 1 1


Senhores Pais, Caros Amigos de nosso ESPAÇO PLURAL, com muita honra convidamos a participar de mais uma edição da MOSTRA dos resultados artísticos de nossos alunos que acontecerá nos próximos dias 06 de DEZEMBRO (Terça feira) a partir das 19H.em nossa sede e 11 de DEZEMBRO (Domingo) às 18.30 H. na Fundação Cultural de Blumenau (Antiga Prefeitura/Defronte ao Biergarten). Aproveitamos o ensejo para comunicar que o ESPAÇO PLURAL estará em recesso entre os dias 19.12.11. e 09.01.12 data em que inicia o período das rematrículas. As aulas poderão ser realizadas normalmente até 17.12. e a partir de 16.01.12. conforme acertos diretamente com o professor.


PROGRAMA


DIA 06.12.11. ESPAÇO PLURAL
19 h 00min. - ABERTURA das EXPOSIÇÕES/Desenho e Paisagismo

Profs. Mariana Encina e Paulo Sá
19h.15min. - DANÇA CLÁSSICA INFANTIL

Profª. Patrícia Schneider
19h.45min. - TEATRO INFANTIL

Profª. Daniela Farias
20h.15min. - CAPOEIRA

Mestre Rato de Praia e Mestre Cabrito
20h.45min. - INTERVALO
21h. -MÚSICA II - Prof. Marcel/Violão e Guitarra
MÚSICA III - Prof. João/Teclado
MÚSICA III - Prof. Márcio/Violão,Guitarra,Baixo e Canto


Dia 11.12.11.
FCB/Aud.Edith Gaertner
18h.30min. - Apresentação do exercício teatral OUTRAS BUSCAS NOUTRO NUNCA com os alunos da Fase Intermediário do Curso de Teatro/Prof.Beto Murphy


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sobre bancos e poesia


Viegas Fernandes da Costa









Foto: Futurapress / Último Segundo
Desde quando plantaram aquele barco na praça, para ali apodrecer ante os olhos de toda gente, percebeu-se que o surreal tomara conta do dia-a-dia dos viventes da cidade e das páginas do jornal. O Vale deu lugar às valas, cerceara-se aos artistas o direito à livre palavra e houve até aquele poeta andarilho, cuja figura incrustara-se à paisagem urbana e os versos manchavam-se no suor de suas axilas, a exilar-se no sonho vendido em terras cariocas. “Triste de um povo que vê migrar para distante seus poetas”, cá pensei chutando pedregulhos. Abandonara-nos a poesia e restara-nos o tecer diário de uma mortalha costurada nos consultórios psiquiátricos. Enganara-me, entretanto. “A coisa não é assim tão definitiva” - percebi-o outro dia nas páginas mesmas do jornal diário: o poema parido do absurdo. “De costas para o Itajaí-Açu” – dizia a chamada na capa – , e a foto de um banco voltado para a estrada.

A possibilidade da poesia a que me refiro não está, entretanto, na inconcebível postura do poder público que há muito nos tenta convencer de uma identidade fabril e febril. Os bancos voltados para a estrada, cujo movimento e velocidade intensos nos martelam a urgência do mundo contemporâneo e seus negócios, e nos imputam culpa por estarmos ali, sentados, quando deveríamos estar esfalfando o melhor dos nossos anos produzindo para consumir, dizem desta cidade doente que um dia acreditávamos jardim. Assim, olhar para o rio configura-se antiproducente. Que discurso anuncia o rio? Este rio que é sempre mutante, este rio que nos diz do deslocamento, este rio que, líquido, não é concreto. Não por acaso, há quem defenda enjaular o rio, serpente sibilante que é.

A possibilidade da poesia a que me refiro está na capacidade de se ver e anunciar o absurdo. Não é pouca coisa reconhecer aos viventes o direito de contemplar o rio, o direito de sentar e compreender que a urgência do mundo contemporâneo e seus negócios não é maior que a urgência da própria vida. A poesia se anuncia no momento em que os significados da posição de um banco em via pública passam a ser tema de debate e ocupam as capas dos jornais. E um povo capaz de ouvir a poesia – e de olhar para o seu rio – é um povo que ainda respira, apesar de tudo!


* Íntegra do texto publicado no Jornal de Santa Catarina, 16/11/2011 por Viegas Fernandes da Costa



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Panorama SESC de Artes Visuais 2011 – Chapecó





A Galeria de Artes do SESC Chapecó recebe mais uma edição do Panorama SESC de Artes Visuais. Em 2011, o trabalho de assessoria e curadoria ficou a cargo da artista Letícia Cardoso, de Florianópolis. O projeto visa o mapeamento da produção atual de alguns dos artistas que já participaram do Pretexto, projeto de formação que acontece em todo o estado.
Participam da exposição 12 artistas catarinenses:
Aline Assumpção (Blumenau), Diego de los Campos – Florianópolis, Helen H. Rampinelli (Criciúma), Karina Zen (Florianópolis), Lariessa Soligo da Campo e Liege Vesaro (Concórdia), Luciana Knabben (Balnerário Camboriú), Luciano Guralski (Chapecó), Osmeri Gonzatti (São Miguel do Oeste), Priscila Lemos dos Anjos (Joinville), Teresa Hobi (Concórdia) e Zilda Aparecida (Xanxerê).


MESA REDONDA:
O evento contará com a participação dos artistas e a curadora, e serão abordados os percursos artísticos dos artistas e o modo como o Pretexto colaborou em sua formação profissional.

Dia: 16 de novembro, quarta-feira
Hórário: 20h
Local: Sala 14 - SESC

COQUETEL DE ABERTURA DA EXPOSIÇÃO:
Dia: 17 de novembro, quinta-feira
Hórário: 20h
Local: Galeria de Artes SESC Chapecó

A exposição permanecerá até dia 31 de dezembro de 2011, de segunda a sexta em horário comercial, e sábados e domingos, das 18H às 20H. Maiores informações pelo telefone (49)3319-9128.


SESC Chapecó
Telefone para contato: (49) 3319-9128
E-mail:
antonio@sesc-sc.com.br
sesc-sc.com.br

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A artista visual Aline Assumpção (Blumenau) foi convidada a participar com a obra Hereditárias (2009)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ponto de vista



Guido Heuer estreia nesta coleção uma proposta singular em sua trajetória plástica. O processo se inicia com fotos capturadas por Guido, que servirão de referência para uma “bricolagem”, que caminha à remontagem da cena original – embora não seja esse o objetivo final destes trabalhos.


Entre os séculos 19 e 20, fotógrafos começaram a usar o efeito flou, uma redução da nitidez que davam as fotos um aspecto de pintura (e o reconhecimento de arte, para aquela época). Guido chega também a um resultado semelhante de pictorialismo, mas por um caminho mais minucioso e rebuscado (umas de suas marcas) com o uso de materiais diversos sobrepostos - e também da própria pintura - tudo isso levemente difuso por um anteparo de vidro antirreflexo - um ‘filtro’ flou.


O resultado visual final é rico e instigante, pelo qual somos convidados a in-plorar (um explorar de fora pra dentro), e é no vão do vidro que está o espaço para a nossa recr(i/e)ação.



Charles Steuck

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Abertas as inscrições para Oficinas no SESC Blumenau


Dramaturgia: Leituras em Cena, nos dias: 15, 16 e 17 de setembro na Casa SESC sob orientação de Eduardo Vaccari, sobre análise do texto dramático e nas técnicas de leitura encenada. Com intenção de:
1. Estimular a prática da leitura de textos teatrais, nacionais e estrangeiros;
2. Incentivar a leitura em voz alta;
3. Apoiar a pesquisa dramatúrgica;
4. Provocar a reflexão e o debate sobre a importância e o papel da dramaturgia no teatro contemporâneo;
5. Propiciar o intercâmbio entre artistas de teatro, pesquisadores, formadores de opinião e público interessado.


Para se inscrever o interessado deverá responder a esse email com os seguintes dados:

Nome:
Email:
Telefone:
Observação: As oficinas serão oferecidas no período vespertino

Serviço:

Oficina de Dramaturgia: Leituras em Cena
Oficineiro: Eduardo Vaccari
Carga Horária: 12h com certificação
Público Alvo: Atores
Local: SESC Blumenau
Dia: 15,16 e 17/09
Horário: 13h às 17h
Inscrições: até o dia 12 de setembro
Números de vagas limitados: 20(vinte) pessoas - haverá seleção para o próximo módulo do projeto


Técnica de utilização de máscaras, no dia 18 de outubro na Fundação Cultural de Blumenau com Grupo Moitará - RJ

Release:
O jogo com a máscara propõe ao ator encontrar um estado com qualidade de energia específica que essencializa o gesto, sugere um tom de voz e evidencia a situação da personagem. A máscara teatral é um corpo imerso numa dinâmica, que vive o seu objetivo com plenitude tornando tudo visível, crível, onde até o pensamento é ação e reação. Quando a máscara está viva em cena ela deixa de ser um objeto para se tornar um individuo, que representa uma natureza além do convencional, catalisando a atenção do espectador.
O treinamento com a máscara é importante para o ator, no mínimo, como exercício de entrar e sair da personagem.
Nesta oficina serão desenvolvidos trabalhos com ações físicas e vocais que servirão de base para o jogo da Máscara Teatral, tendo como objetivo uma reflexão prática sobre a dramaturgia do ator.



Serviço:

Oficina Técnica de utilização de máscaras
Oficineiro: Grupo Moitará
Carga Horária: 08h com certificação
Público Alvo: Atores,estudantes de artes cênicas e interessados
Local: Fundação Cultural de Blumenau
Dia: 18 de outubro
Horário: 09h às 18h
Inscrições: até o dia 17 de setembro
Números de vagas limitados: 20(vinte) pessoas
Investimento: R$10,00


Jamil Antonio Dias
Cultura - SESC
47 3322 5261
Ramal 207
jamildias@sesc-sc.com.br
skipe:jamilandias
http://blogs.sesc-sc.com.br/cultura/
www.sesc-sc.com.br

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Marcha pela FURB Federal


A todos que compreendem a necessidade de se federalizar a Universidade Regional de Blumenau (FURB), fica a convocação para que participem da grande marcha em defesa da FURB Federal, que acontecerá na terça-feira, dia 23/08, a partir das 18:30 horas. A concentração inicial será no pátio do Campus I da FURB, defronte à Biblioteca Universitária. 
Só nossa mobilização pode mover as vontades políticas! Faça parte da história, participe da marcha, assuma sua cidadania! Dificilmente teremos outra oportunidade para convencermos o Governo Federal que a FURB Federal é um dos principais pleitos do Vale do Itajaí.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

feira de economia solidária





FEIRA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA


No dia 09 de agosto a Rede de Economia Solidária do Vale do Itajaí juntamente com o Fórum de Economia Solidária de Blumenau realizará no Campus I da FURB em frente à biblioteca a FEIRA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA que busca dar oportunidade de comercialização e tornar mais conhecidos os pequenos produtores e artesãos que integram os grupos do Movimento da Economia Solidária de Blumenau e região. Na Feira serão expostos para comercialização os mais diferentes produtos (artesanato, enfeites para casa, bolsas, artigos para o dia dos pais, brinquedos, agro ecológicos, biscoitos, entre outros) advindos da Economia Solidária. Essa é caracterizada por experiências de geração de trabalho e renda elencados nos princípios de comércio junto e solidário, apoiadas pela ITCP/FURB. Na ocasião os visitantes poderão participar de oficinas de retalho, crochê, tecelagem e pet work. Para participar é só se inscrever no local da feira. A Feira também contará com um espaço de brechó e de trocas solidárias, no qual o participante poderá intercambiar com os demais, produtos, serviços, saberes, músicas, poesias, sorrisos, abraços...


Local: Campos I da FURB (Em frente à Biblioteca)


Horário: Das 09:00 as 21:00


Informações: 3321-0492




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

instalação multimídia


EletriXidade desenvolvida pelo “coletivo opiopticA” de Blumenau, como uma mostra de arte
com computadores, a instalação se propõe a absorver o visitante através de escaneamentos
fotografias, sensores de movimento, para serem manipulados por softwares
de mixagens em tempo real.

São mais de 12 terminais que se interligam para formar uma espécie de cidade virtual/real.
Elementos sonoros, visuais e sensoriais, são incorporados a exposição, instigando o visitante
a interagir com o ambiente, tornando-se parte real da instalação.
A exposição é gratuita, e está sendo apresentada em cinco cidades Catarinenses.

A mostra já ocorreu em Pomerode e Bombinhas, as próximas apresentações serão em:
Jaraguá do Sul dias 09,10,11 de agosto
Local: SESC, Prédio da Cultura - Rua Jorge Czerniewicz, 633 Centro
Agenda com Thiago Martins (047) 32757806
Apoio Local: Sesc e Restaurante Arweg

Corupá dias 15,16,17 de agosto
Local: Salão da Igreja Católica Rua Padre Vicente, Centro
Agenda com Jaqueline Pscheidt ou Cida Secretaria da Educação (047) 3375-1399
Apoio Local: Prefeitura Municipal de Corupá

São Francisco do Sul dias 20,21,22 de agosto
Local: Cine Teatro X de Novembro Rua Hercílio Luz, 50 Centro Histórico
Agenda com Janaina d'Vila Ferreira fone (047) 3444-5345
Apoio Local: Fundação Cultural Ilha de São Francisco do Sul e Prefeitura Municipal

Horário:
A abertura da Exposição em cada cidade será:
No primeiro dia, apartir das 19:00 horas
demais dias, das 09:00 ás 21:00 horas intervalo entre 12:00 14:00 horas
A mostra tem patrocínio do Governo Estadual, aprovado por uma equipe competente,
de curadores, críticos e historiadores, através do Edital Elisabete Anderle,
Acompanhe o desenvolvimento do projeto no Blog:: www.eletrixidade.blogspot.com

Entrada Franca







Mais informações:::
Juliana Teodoro e Alexandre Venera
Fone: (47) 3323-2503 ou (47)84284033
Coletivo opiopticA

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

NOITE DE SERESTA, SAMBA E CHORO‏


12 de agosto | Sexta-Feira | G. E. Olímpico | Blumenau
  • Mesa para 4 pessoas: R$ 120,00, com direito a jantar (Arroz Carreteiro ou Macarronada à Bolonhesa).
  • Ingresso individual: R$ 30,00, com direito a jantar (mesmo cardápio).
Programação:
  • Das 21:00 às 22:30 horas: Grupo "Alegria do Choro"
  • Das 22:30 às 24:00 horas: Seresteiros Convidados
  • Das 24:00 às 1:30 horas: Grupo "Confraria do Samba"
Estacionamento gratuito nas dependências do clube.
Mesas e ingressos ligar para 9982-2306 (Irineu), 8805-5180 (Tony), 3326-5960 (Carlão), ou no local.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

EXPOSIÇÃO

Blumenau recebe a primeira exposição de Nestor Jr. na sua volta de uma temporada na França. Florianópolis, Belo Horizonte e Salvador também receberão mostras do artista até o final de 2011.


Charles Steuck- artista visual, professor e produtor cultural, comenta que:
A vontade de classificar - e que vício bobo esse! - a produção de Nestor Jr. sempre falha. Se é ou não arte-nouveau-neoclássica-
romântica com influências de Klimt e Egon Schiele, tanto faz. O seu trabalho é uma viagem... sinuosa. Embora haja um suporte e um traço-assinatura reconhecível em todo seu portfólio, cada um de seus desenhos e aquarelas nos leva para diálogos e paisagens das mais diversas, fugindo de um simples decorativismo, ou de uma arte meramente “comercial”. Nos seus retratos, modos de vida são socializados sobre papel, nos flertando constantemente para as infinitas e possíveis formas de relação entre pessoas e coisas. Os conceitos de beleza também são constantemente alvejados a nanquim, a exemplo as suas lindas e desejáveis mulheres gordas. Por isto, a proposta de Nestor é mais que contemporânea, pois dialoga com nosso tempo - embora a técnica seja milenar. É com a arte que podemos dar estes respiros na superfície. É com a arte que podemos superar a superfície.
Gregory Haertel, médico psiquiatra especialista em sexualidade humana e escritor, diz:
Nestor Jr., artista catarinense, tem conquistado o que poucos conseguem: o reconhecimento de um público que se apaixona por seus desenhos simultaneamente plácidos e eróticos, e os aplausos da crítica que se vê diante de um autor de voz singular, com pleno domínio técnico e de grande capacidade narrativa. Tal fato talvez se dê pela força de suas personagens que, sonho da humanidade, mesmo quando modeladas em posições impossíveis e aparentemente incômodas, conseguem permanecer serenas, leves e sensualmente confortáveis."

Serviço:
Exposição Nestor Jr.
De 11 de agosto a 10 de setembro
* A ABERTURA SERÁ NO DIA 11, AS 20H COM APRESENTAÇÃO MUSICAL DE TEKA SIMON *
Galeria Espaço Mabeck
Rua Assunção, 162
Ponta Aguda - Blumenau - SC
www.flickr.com/nestorjr

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Escritos da Carne em Itajaí

Mostra fotográfica e poética retratando o erótico abre nesta sexta-feira, na Casa Aberta

Itajaí recebe nesta sexta-feira, 29 de julho a Exposição Escritos da Carne, que está circulando pelo Estado de Santa Catarina, trazendo diferentes formas de representar o erótico através da literatura e da fotografia. A abertura da exposição acontece na Livraria e Espaço Cultural Casa Aberta (www.casaberta.com.br ), simultaneamente ao lançamento de dois livros.

A mostra Escritos da Carne integra projeto de mesmo nome  (www.escritosdacarne.blogspot.com ), viabilizado através do Edital Elisabete Anderle, da Fundação Catarinense de Cultura, de autoria da historiadora, pesquisadora e professora universitária, Carla Fernanda da Silva, que há algum tempo pesquisa questões relacionadas ao corpo, ao erótico e à sexualidade humana.

São 21 imagens de pessoas/casais, com textos eróticos grafados sobre seus corpos de diferentes maneiras, produzidas por sete fotógrafos -Aline Assumpção, Charles Steuck, Carla Fernanda da Silva, Carlos Lobe, Ivan Schulze, Mariana Florêncio e Sally Satler. Cada casal  fotografado escolheu um texto que tivesse especial significado em sua vivência do erótico, e foi também co-autor das imagens, contribuindo na construção das cenas, que são parte da narrativa.

Segundo Carla, a proposta é representar diferentes corpos, diferentes casais, trazendo a literatura erótica para o corpo, com o objetivo refletir sobre o papel do erótico na contemporaneidade, e provocar um diálogo com o público, fazendo-o questionar-se sobre a vivência de sua sexualidade e a relação com seu corpo. A diversidade de concepção do erótico se concretiza a partir do diálogo entre fotógrafos e fotografados.

"A literatura erótica emana do corpo para a escrita, em Escritos da Carne, fazemos com que esta literatura retorne para o corpo, para a pele", comenta Carla.


Boa Literatura

Além da abertura da exposição, estão marcados para a mesma noite o lançamento do livro de contos, Quarteto de Cordas para Enforcamento, do escritor e dramaturgo, Gregory Haertel, e do livro de poesia “O Retrato da Nudez Eólica”, da jovem escritora Cláudia Iara Vetter, ambos da editora Liquidificador ( www.liquidificador.art.br/produtosculturais ).

Após o romance Aguardo (2008), Gregory Haertel  apresenta aos leitores um livro de contos.Todos os textos que compõem a obra foram escritos entre 2001 e 2005, já no formato em que estão sendo publicados. “Poucas alterações gramaticais e de pontuação foram feitas na minha leitura para o lançamento deste livro, e todas elas com o cuidado de preservar o que estava escrito. Esta não é, portanto, uma coletânea de contos, e, sim, um livro que esperou bastante para ser lançado.”, explica. Quem acompanha a obra de Haertel como dramaturgo vai se deparar com algumas semelhanças entre os textos e peças da Cia Carona de Teatro (Blumenau), já que alguns dos contos serviram de inspiração durante o processo de montagem de peças da Cia.

“Com sua linguagem crua e ousadia narrativa, “Quarteto de cordas para enforcamento” provoca e lacera; para além da moral, devolve-nos uma poesia capaz de incomodar.”, escreve Viegas Fernades da Costa na orelha do livro.

Gregory deve divertir-se muito quando escreve. Quase posso adivinhá-lo escancarando um sorrisão que expõe dentes e malícia, ardiloso a brincar com (de)formação de frases, (des)construção de conceitos, (re)criação de valores e julgamentos.”, comenta o diretor de teatro Pépe Sedrez, no prefácio da obra.

Já a jovem escritora Cláudia Iara Vetter, lança a segunda edição de sua primeira obra -após editar e bancar sozinha a primeira e pequena edição de sua obra, Cláudia obteve agora patrocínio do Fundo Municipal de Cultura de Blumenau para reeditar o livro.

(Cláudia Iara Vetter )Traça as inscrições de seu corpo – arranhões, tatuagens, chagas antigas. Caminhamos consigo por sua estrada “bruta e malfeita”, onde o que é secreto nos é oferto como um presente manualmente esmerado. No percurso d’O Retrato da Nudez Eólica, Cláudia mostra que de tudo só restam fragmentos. Assim como nos legou Safo, a grande poeta da Antiguidade, o amor abala o espírito como um vendaval que desaba sobre os carvalhos.”, comenta o poeta, Vinicius Coelho.

Sobre a Casa Aberta
A Casa Aberta é um dos mais antigos sebos de Santa Catarina e faz parte do universo dos bons sebos brasileiros. Instalada em uma edificação tombada pelo patrimônio, A Casa Konder, abriga um rico acervo da produção literária que circulou por Itajaí.
Do livro novo ao usado, você pode fazer uma viagem em um ambiente agradável, bem no coração do centro histórico de Itajaí. Além de sebo, livraria e espaço cultural, a Casa Aberta é também editora (www.editoracasaaberta.com.br )



Serviço:

Abertura da Exposição 'Escritos da Carne'
Lançamento do Livro  'Quarteto de Cordas para Enforcamento'
Lançamento do Livro 'O Retrato da Nudez Eólica'
Data: 29 de julho | Sexta-feira
Horário: 20h
Local: Casa Aberta | Itajaí- SC
Rua: Lauro Muller, 83 - Centro

terça-feira, 26 de julho de 2011

Carta aberta para Tiago




“A hierarquia não é somente piramidial: o escritório do chefe está tanto no fundo do corredor quanto no alto da torre”. (Deleuze).



Sei de onde você escreve e porque escreve. Em grande parte seus novos argumentos já são velhos. Nem por isso desconsidero-os. É justamente por sua relevância que resolvi escrever este breve texto buscando estabelecer algum diálogo. Afinal, aquilo que para você se apresenta como uma linha de fuga pode funcionar justamente como uma linha de captura.


Já faz muito tempo que não é mais possível compreender o Estado da mesma forma que os teóricos da ciência política moderna o consideravam: de um lado sua imagem libertadora e redentora de todas as necessidades humanas, e de outro, um enorme monstro repressor que através de seus aparelhos ideológicos suprimem as possibilidades de emancipação humana. Os movimentos juvenis de 1968 nos ensinaram que o problema da política não está mais nas estruturas, mas está nos desejos, nos fluxos, nos afetos e nas possibilidades de criação. Ao invés de ter no Estado o elemento central de problematização, passou-se a refletir sobre as relações de poder que produzem formas de linguagem, subjetivação, resistência e saberes. Para além do caráter repressivo do poder, buscou-se seu elemento produtor da história e de relações em sociedade, ampliando de forma significativa a concepção de política que não poderia mais estar restrita nas formas de representação burocrática estatal. Mas como fica o Estado em meio a isto tudo? Ora, o Estado é mais um destes lugares onde se materializam estas relações de poder e investem de forma privilegiada na sociedade através de um conjunto de instituições que foram constituídas nos últimos 200 anos.


Há uma novidade nisto tudo que você percebeu em seu artigo. Durante muito tempo as artes e ciências estiveram ligadas a financiamentos privados. Isto fazia com que o artista tivesse que estar submetido diretamente ao gosto de quem assumia o papel de mecenas no processo de criação. Evidentemente, que ao longo da história da arte podemos indicar inúmeras subversões desta regra, mas de uma maneira geral o mercado sujeitava a arte (fazendo uso da expressão do título de seu artigo). Foi somente nas últimas décadas que o conceito de “cultura” foi incorporado na linguagem estatal: basta lembrar que o Minc foi criado somente em 1985 e até hoje passa por um processo de estruturação governamental. Novamente, para além do Estado, foi neste mesmo período vivemos processos de monumentalização da cultura em nossas sociedades, construídos discursivamente e politicamente através da disneyficação das cidades, folclorização, espetacularização da vida cotidiana. Este processo investe de maneira significativa em nossa subjetividade e restringe outras possibilidades de criação artística e intelectual que colocam em questão as próprias relações de poder. Sim, no capitalismo, cultura tornou-se mais uma mercadoria – mas seu significado está em disputa. Por isso, não podemos mais conceber a arte de forma essencialista e romântica que desconsidere as políticas de Estado e do próprio mercado. Mesmo que de forma crítica, nossas ações precisam se dar a partir das potencialidades apresentadas pelo mundo contemporâneo.


Desta forma, as reivindicações de políticas públicas vão muito além do financiamento do fazer artístico, mas concentram-se na criação de políticas de fomento e fruição para a sociedade em geral. O velho “faça você mesmo” que pode ter sido sinônimo de liberdade em algum momento, hoje se apresenta justamente como a forma de restringir outras possibilidades de existência para as pessoas. Por que um jovem não pode ter um horizonte maior do que um balcão de uma loja no shopping ou uma máquina de costura em uma facção?



Abraços

Ricardo Machado, historiador

ver: http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,182,3413311,17609

quarta-feira, 20 de julho de 2011

OFICINA AUDIOVISUAL EM FLORIPA

1ª OFICINA DE INTRODUÇÃO À PRÁTICA AUDIOVISUAL: DO DE SENVOLVIMENTO À PRODUÇÃO


Desenvolver o processo de produção cinematográfica com noções teóricas e práticas de criação audiovisual e com a realização de um filme é a proposta da oficina promovida pelo Fundo Municipal de Cinema (Funcine) e a produtora Novelo Filmes. As inscrições são gratuitas e estão abertas. Serão selecionados cinco roteiros para os encontros entre os realizadores e os ministrantes, que vão ocorrer todas às terças-feiras, de 6 de setembro a 22 de novembro, das 14 às 18h, na Fundação Cultural Badesc, com 30 horas/aula. Dos cinco roteiros, um será escolhido para ser filmado. Ao final, será fornecido certificado àqueles que participarem de 75% das atividades.
Interessados na “1ª Oficina de Introdução à Prática Audiovisual: do desenvolvimento à produção” podem fazer as inscrições pelo site http://portal.pmf.sc.gov.br/entidades/funcine/. Os roteiros selecionados devem ser representados por uma equipe formada pelo diretor, roteirista e produtor do projeto. A equipe vencedora terá todos os equipamentos fornecidos para realização do curta com orientação dos profissionais ministrantes da oficina, que contará também com o apoio da Orbital Filmes da Onda Sonora.
Os ministrantes são Cíntia Domit Bittar, formada em cinema e vídeo pela Unisul e diretora de “Qual queijo você quer?”, curta rodado com o Prêmio Funcine e selecionado para os festivais de Paulínia e Gramado; Carol Gesser, formada em cinema pela UFSC, produtora do Censo Audiovisual Catarinense e diretora de arte e maquiagem; Will Martins formado em cinema e vídeo na Unisul, produtor, diretor e roteirista.
Maria Augusta Vilalba Nunes e Lucas de Barros completam o quadro dos ministrantes e também cursaram cinema na Unisul. Maria fez mestrado em literatura na UFSC. Lucas é graduado em edição e pós produção digital na escola Soho Editors, de Londres.
A oficina é dividida em três fases. Na primeira, há 10 encontros teóricos sobre conceituação criativa e desenvolvimento de projeto. Na segunda fase, as propostas de filmes desenvolvidas na primeira fase serão defendidas oralmente para uma banca, que irá escolher o projeto para a terceira fase, quando o roteiro será filmado, com assistência de técnicos de fotografia e operador de câmara e som da oficina. O curta será montado pela Novelo Filmes.


Para acessar o regulamento e a ficha de inscrição acessar o site:


http://www.pmf.sc.gov.br/entidades/funcine/


O quê: 1ª Oficina de Introdução à Prática Audiovisual: do desenvolvimento à produção.


Quando: de 6 de setembro a 22 de novembro de 2011, às terças-feiras, das 14 às 18h


Onde: Fundação Cultural Badesc. Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis.


Quanto: gratuita.




Serviço:

Fundo Municipal de Cinema de Florianópolis - FUNCINE

Rua Antônio Luz, 260 - Forte Santa Bárbara

Centro, Florianópolis, Santa Catarina

Cep: 88010-400

Horário de funcionamento: segunda a sexta feira, das 13 às 18h

Fone: (48) 3224-6591


oficina de fotografia para professores


O Ponto de Cultura "Fotografia para todos'' é um projeto do Foto Clube de

Santa Catarina, aprovado pelo edital "Mais Cultura" e irá realizar em Blumenau

nos próximos dias uma formação para professores de artes ou ensino

fundamental das redes de ensino municipal e estadual.


A oficina é totalmente gratuita, e inclui certificação.


As inscrições podem ser feitas até o dia 22 de julho

direto no nosso site www.fotografiaparatodos.com.br


terça-feira, 12 de julho de 2011

um bom motivo para ligar a tevê

foto: kiko koch

Hoje, 12/07 - Sala de Notícias em Debate Especial Universidades Parceiras - co-produção com FURB TV, em rede nacional.

Tema: Os desafios da produção teatral no Brasil

Sala de Notícias em Debate encerra a série especial de 11 programas produzidos pelo Canal Futura e por instituições da rede de universidades parceira. Gravado no Teatro Carlos Gomes, a discussão são os desafios da produção teatral no Brasil. O programa, realizado em parceria com a FURB TV, da Universidade de Blumenau, mostrou como opera a movimentação cultural a partir do teatro numa cidade fora do eixo Rio/São Paulo: o mercado de trabalho para os atores, a formação de plateias, a importância do acesso à arte.
Desta conversa participaram Pita Belli, professora do curso de teatro da FURB e organizadora do FITUB; Pepe Sedrez, diretor da Cia Carona e da Escola do Teatro Carlos Gomes, de Blumenau; e Lígia Cortez, atriz e diretora da Escola de Teatro Célia Helena, de São Paulo. Participaram também na plateia alunos e professores da FURB e atores em atividade na cidade.
Durante o programa, Amanda Pinheiro estará online no chat do Futura.
O endereço é www.futura.org.br/chat

Terça-feira, 12 de julho, às 21hs.

Chat a partir de 21h30.

Assista também ao vivo na internet



O Rio, eu Rio

Palavra mesma, duplo sentido. De uma parte, “o rio” substantiva porção d´água a correr pelas entranhas. Itajaí-Açú. Rio teimoso, tinhoso. Sobe e desce sem pedir licença. Quando cheio de tudo, faz da margem segunda casa; das ruas, hospedagem. Invade avenidas, faz moradores reféns. É movimento e contenção. De outra parte, a conjugação do verbo “rir” na primeira pessoa do singular no presente do indicativo: “eu rio”. Blumenau. Cidade que se quer séria mas repleta de chistes. Nas artes visuais, surge um humor subterrâneo. Eis o arranjo: Bruno Bachmann em seu ateliê-quarto, em suas cadernetas-telas faz graça com a questão da violência urbana, aqui transposta para as paredes. Belíria Boni nos apresenta uma improvável aranha gigante a andar pelas paredes. Biba Schmidt promove um sutil deslocamento que faz estremecer a superfície do papel. Aline Assumpção e Charles Steuck preparam um oswaldiano banquete que bem poderia ser servido no melhor restaurante da cidade. Daiana Schwartz dialoga com o rio Itajaí-Açú e trabalha num jogo de veladuras com imagens pré-existentes. Ivan Schulze recorre ao humor do cotidiano e, por fim, Aline Assumpção esbarra nos bastidores – nem sempre éticos – do circuito cultural blumenauense.

Fernando Boppré
Curador



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ARTE NA CIDADE

MOSTRA SESC DE ARTE CONTEMPORÂNEA

Aline Assumpção

Belíria Boni
Biba Schmitt

Bruno Bachmann

Charles Steuck

Daiana Schvartz

Ivan Schulze


ABERTURA - 12 DE JULHO 20h
* Segue até 12 de agosto.


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Pela vida nas cidades (Texto completo)

Seja através da museificação da cidade ou pela difusão de uma cidade espetacular, a noção de marketing urbano produziu uma cidade pensada como imagem para o turista, mas restringiu as possibilidades de vivências públicas. Nas últimas décadas, Blumenau construiu uma paisagem carregada de referências a uma concepção de passado, mas que de forma complementar reproduz modelos muito próximos de um padrão mundial das redes de fast-food, shopping centers e parques temáticos. Concomitantemente passa por um processo de privatização dos espaços públicos pela especulação imobiliária e a conseqüente gentrificação (enobrecimento das áreas com expulsão da população mais pobre). Através de políticas públicas e investimentos privados áreas “revitalizadas”, são na verdade, revalorizadas pelo mercado imobiliário e com isso, levam a população empobrecida ou esteticamente transgressora para distâncias ainda maiores das melhores áreas e dos equipamentos urbanos. Ou seja, normalmente os projetos que pretendem revitalizar estão justamente implicados em retirar as vivências dos territórios.

Este processo de empobrecimento da experiência urbana tornou o medo permanente e, por isso, a constante reivindicação da própria população de mais vigilância e mais controle sobre si mesma. Só que esta mesma vigilância acaba produzindo ainda mais medo: o medo da rua, o medo da diferença, medo do contato e, sobretudo, o medo de estar fora do controle. Esta mercantilização do espaço nos divide e separa, e com isso, nos retirou o poder de decisão e ação sobre as possibilidades de circulação, socialização e trocas no espaço urbano. Além disso, não cessa de nos retirar a própria possibilidade da existência de uma experiência física urbana enquanto prática cotidiana.

Evidentemente que este caminho não é de mão única. Há muitos exemplos de experiências críticas a esta concepção de espaço e de cidade: desde os poemas de Baudelaire, a contracultura da geração beatnik, a deriva dos Situasionistas e as inúmeras intervenções artísticas nas cidades. Atualmente, podemos indicar uma nova “primavera das ruas” através das ocupações das praças de Tahir no Cairo, Plaza Del Sol em Madrid e no caso de Blumenau, as recentes ocupações da Prainha através do movimento que vêm se identificando como “Vamosiuní”. Estes movimentos, normalmente de jovens, indicam a necessidade de revitalizar as ruas, mas no sentido vital que esta palavra carrega, não simplesmente no sentido econômico. Isto será possível somente com a presença da vida e do sentido mais original da palavra política (pólis=cidade). Revitalizar não se trata de construir mais cenários, mas que possamos discutir as formas de apropriação do espaço público. É primordial a participação da população nas decisões sobre a cidade, mas, além disso, neste momento precisamos retomar a experiência efetiva e a vivencia em espaços urbanos. A cidade precisa deixar de ser cenário para passar a ser efetivamente um palco.

*Historidor e professor da Furb.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Blumenau: política cultural e exclusões.

Márcio Cubiak , Respública Cultural

Blumenau, município catarinense localizado no chamado “Vale Europeu” acumula alguns anos seguidos de descaso e miopia em se tratando de políticas culturais (o que é uma política cultural[1]?). Essa situação é pano de fundo de uma batalha entre o campo artístico e cultural do município contra a surdez e mudez do prefeito Kleinübing (DEMo ou ex-DEMo, dá no mesmo)

Mas um fato precisar destacado: essa tensão cultural acompanha o desenvolvimento da Colônia, em 1850, até os dias de hoje, em que realizamos conferências de cultura anualmente, fruto de uma política cultural que perdura há mais de 160 anos. O peso da elite local, imigrantes alemães ou os chamados “teuto-brasileiros”[2] a constituição da memória simbólica coletiva é enorme, com investimentos sistemáticos em toda a estrutura política do município, entre 1850-1940, em torno do nacionalismo alemão tipicamente século XIX, criando seus mitos[3] através da desvalorização do Outro, como no caso dos açorianos, tidos como “preguiçosos e não feitos ao trabalho” (SEYFERTH, 1981; FERREIRA, 2000; FROTSCHER, 2007). O período pós 1945, quando termina o Governo Vargas e a política de nacionalização tem seu abrandamento, a elite local buscou ressignificar o discurso cultural dos anos anteriores na condição, agora, de mercadoria. Nos anos 1960 são acionados os primeiros esforços na consolidação de uma estrutura turística, na construção de uma cidade-imagem turística.  Os anos 1980, marcados por duas grandes enchentes, é catártico, momento do “renascimento alemão”, amplificando mitos, promovendo festas e exclusões.

A história local, portanto, ainda é marcada pela monocultura, numa simplificação e reinvenção da tradição que, diante de crises estruturais do município (urbanística, ambiental, modelo de desenvolvimento), se apega a memória do passado e a sua venda como souvenir. Quando se fala de Blumenau, são esses valores cultivados pela elite que “aparecem”, emergindo uma cidade distorcida. O fato é que a produção cultural local é, em sua maioria, menosprezada pelo poder público, pela publicidade do município, pois a cidade-imagem só amplifica o seu “quadrilátero fotogênico” (FLORES, 1997). A grande produção cultural de Blumenau está caoticamente territorializada nos bairros afastados do centro, na “margem” simbólica da exclusão. Olhos azuis e loiros cabelos vendem toalhas e cervejas.

Os bairros blumenauenses possuem sociabilidades específicas, mas também, características da tal periferia. Nela, invisíveis, encontram-se pessoas, muitas delas nascidas em Blumenau, outras vindas de municípios e estados diferentes. São comunidades que possuem dinâmicas próprias e que articulam inúmeras referências culturais: urbana, rural, da cidade natal e da nova cidade. O resultado é uma identidade cultural gerada a partir da tensão entre universos simbólicos de diferentes espacialidades e territorialidades. Essa multiterritorialidade (ver HAESBAERT, 2006), no entanto, não é abstrata: essas comunidades são, concretamente, espaços da desigualdade, da ausência dos serviços públicos de qualidade, o espaço da ocupação ilegal.
 
A política cultural, portanto, praticada pelo poder público, com aval de segmentos da elite local, está centrada na atualização constante desse mito civilizatório, presente no nacionalismo do século XIX e na Colônia de Blumenau, também. O que quero dizer é que Blumenau tem sim uma política cultural, alimentada por são reminiscências de cunho étnico com os princípios da democratização cultural[4] com a quase totalidade dos esforços centrados nas artes eruditas. O governo municipal e seu equipamento de cultura, neste sentido, seguem na contramão do debate nacional e internacional.

As tensões culturais, geradas pela invisibilidade cultural promovida pela elite local com o apoio e financiamento do governo municipal, ainda podem ser mensuradas atuando fortemente no território chamado Blumenau. Nos últimos anos, alguns segmentos da sociedade e do campo cultural blumenauense resolveram encampar a idéia de políticas públicas de cultura, de aprimoramento institucional dos equipamentos e da gestão cultural, mas, acima de tudo, de denunciar a monocultura financiada pelo governo municipal. Houve, por exemplo, cinco edições da conferência municipal de cultura, que se tornou a principal arena da apresentação de demandas do segmento para a criação do seu Plano Municipal de Cultura. Mas a ‘boniteza’ acaba por aqui: todas as propostas sugeridas pelas cinco plenárias finais das conferências de cultura e que se tornaram documentos orientativos ao governo, foram ignorados. Isto é, a efetividade da conferência, em avanços institucionais por parte do governo, é nula! 

No último mês, veio a tona algumas situações crônicas que demonstram o esvaziamento do papel da Fundação Cultural de Blumenau, bem como da incompetência de seus gestores. Contramão total da história, a atuação do governo municipal de Blumenau ficou insustentável: não há mais clima para a permanência da atual presidente da fundação.


Além disso, o governo municipal, em 2009[4], diminui sensivelmente o número de trabalhadores internos da Fundação, especialmente os comissionados. Nada mesmo que 11 pessoas deixaram de exercer funções de gestão. Num país como o Brasil, em que comissionado é moeda de troca, poderia ser uma boa notícia. Mas sem comissionados e basicamente sem funcionários de carreira, a estrutura praticamente parou diante da demanda, sem dar conta do recado. 

Romper com a idéia da monocultura “teuto-brasileira” sem negá-la, juntamente com uma política cultural baseada no pressuposto da “cidadania cultural”, é apostar na abertura simbólica de Blumenau para a diversidade de suas expressões, acionando um extenso campo de possibilidades concretas para seu futuro, através do tripé “sustentabilidade-criatividade-cidadania”.


Referências Bibliográficas

CANCLINI, Nestor Garcia. Definiciones en transición. En libro: Cultura, política y sociedad Perspectivas latinoamericanas. Daniel Mato. CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. 2005. pp. 69-81.
Acceso al texto completo:
http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/grupos/mato/GarciaCanclini.rtf

FERREIRA, Cristina. Identidade e cidadania na comunidade Teuto-brasileira no Vale do Itajaí. In: FERREIRA, Cristina. FROTSCHER. Méri (org.). Visões do Vale: perspectivas historiograficas recentes. Blumenau: Nova Letra, 2000, p.71-90.

FLORES, Maria Bernadete Ramos; WOLFF, Cristina Scheibe. Oktoberfest: turismo, festa e cultura na estação do chopp. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1997. 188p, il.

FROTSCHER, Identidades móveis: práticas e discursos das elites de Blumenau (1929-1950) /Méri Frotscher. -Blumenau: Edifurb : 2007,  240 p


HAESBAERT, Rogério. O Mito da Desterritorialização: do ‘fim dos territórios à multiterritorialidade. 2ª edição. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. 2006.

SAYFERTH, Giralda. Nacionalismo e identidade étnica: a ideologia germanista e o grupo étnico teuto-brasileiro numa comunidade do Vale do Itajaí. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura, 1981, 240p.


[1] Para a Organização das Nações Unidas, Política Cultural diz respeito àquelas políticas relacionadas com a cultura, seja em nível local, regional, nacional e internacional, que são, ou focadas na cultura como tal, ou designadas para ter um efeito direto em manifestações culturais de indivíduos, comunidades e sociedades, incluindo a criação, produção, disseminação, distribuição e acesso as atividades, bens e serviços culturais. Para o MICHEL DE CERTEAU“a política cultural lida com o campo de possibilidades estratégicas; ela específica objetivos mediante a análise das situações e insere alguns lugares cujos critérios sejam definíveis, onde intervenções possam efetivamente corrigir ou modificar os processo em curso (1995, p.193)”. Para CANCLINI Los estudios recientes tienden a incluir bajo este concepto al conjunto de intervenciones realizadas por el estado, las instituciones civiles y los grupos comunitarios organizados a fin de orientar el desarrollo simbólico, satisfacer las necesidades culturales de la población y obtener consenso para un tipo de orden o transformación social. Pero esta manera de caracterizar el ámbito de las políticas culturales necesita ser ampliada teniendo en cuenta el carácter transnacional de los procesos simbólicos y materiales en la actualidad ( 2005, p.78). Para BARBALHO, programa de intervenções realizadas pelo Estado, entidades privadas ou grupos comunitários com o objetivo de satisfazer as necessidades culturais da população e promover o desenvolvimento de suas representações simbólicas”(2005, p.37).
[2] Primeira geração de nascidos pós imigração alemão para a região
[3] Como o homem civilizado capaz de transformar a floresta em cidade pelo seu espírito “empreendedor”.
[4] A Lei Complementar N° 704, de 29 de janeiro de 2009, altera a estrutura organização da Fundação Cultural de Blumenau estabelecida na Lei complementar N° 400, de 06 de maio de 2003