sexta-feira, 17 de junho de 2011

Minha saída do conselho municipal de cultura de Blumenau

Por Márcio Jose Cubiak

Solicitei, há dois meses atrás, mais ou menos, minha saída do Conselho Municipal de Cultura de Blumenau. Neste momento, reitero minha saída, fazendo exposição de motivos. Foram 14 meses bastante importantes para minha experiência de vida. Uma boa arena para entender alguns caminhos trilhados no passado e indicativo de alguns bons caminhos para o futuro. Mas um futuro em que exista gestores municipais capazes de dar conta da complexidade e das oportunidades da área, bem como da existência de um campo artístico-cultural que seja atuante.


1)       Está ficando cada vez mais claro para minha pessoa que Blumenau não tem um campo artístico e cultural capaz de ir além da demanda. Demandar tem sido fácil. A internet ajuda a dar caminhos, a comunicar o que outros estão reivindicando. Mas isso não basta. Se o campo artístico-cultural não existe, a demanda acaba não reverberando, não encontrando legitimidade alguma. O campo artístico-cultural de Blumenau começou nos anos 1970, com o Bell e toda sua mobilização. O campo começou sua organização, mas eu ainda não entendi o porquê, depois da metade dos anos 1990, começa a se desarticular. Veja, nas várias edições da conferência municipal de cultura, todas as pessoas participantes assinaram como indivíduos. Nós não temos a participação firme e forte de associações, de empresas do setor, de manifestações culturais do município. A gente tem um monte de pessoas. Só isso. Políticas públicas de cultura só com campo formado, atuando e buscando se fortalecer. Ai está o desafio atual.
2)     *  Depois de tudo pelo que passamos nos últimos anos, a presidente da Fcblu fez-me perder totalmente a paciência depois de “errar” sobre o mecenato e não retirar a Aline do processo de “desacato”. Isso mostra quão despreparada se mostra essa senhora representante das mulheres da elite blumenauense (mulheres maçons, OASE, Rotarys e todos esses demais clubes de serviço). Pode até bem representá-las, como pessoa política, mas como gestora, Marlene Schlindwein não tem cacife algum. Pode até ser bem intencionada, como dizem uns trabalhadores lá de dentro da fundação. Mas isso não basta. Marlene foi capaz de não entender uma informação sobre seu próprio orçamento, no caso do mecenato e; no caso da Aline, não a considerar uma conselheira, uma vez que não houve desacato.  A única coisa pela qual trabalharei, em relação a Fundação, é pela saída de Marlene. Melhor seria solicitar uma grande auditoria de suas contas, fechar a Fundação e recomeçar do zero.
3)      Isso porque sem efetividade, ou seja, sem o poder público absorvendo e executando as reivindicações dos participantes das várias edições da conferência de cultura, não teremos mais a participação de ninguém. Nós temos, em demasiado número, apenas demandadores. Nada mais do que isso.
4)     Algumas vozes autoritárias me perseguiram e me ameaçaram fisicamente. Gente que já fez isso.  Sempre achei o conselho um lugar de embates, mas não um ringue de boxe. Esses autoritários não têm nada a perder, nem a ganhar. E não são agentes do caos, não! O caos é criativo. Eles representam apenas o autoritário. Essas vozes conseguiram minar parte da minha legitimidade, através da baixeza e da fofoca, como representante da “sociedade civil”, seja lá o que isso representa.
5)   Por fim, minha própria situação pessoal. Estou numa fase de transição. Nos últimos 08 anos estive ligado a cultura, nunca como artista, mas como animador, gestor, produtor e militante cultural. Agora, passo ao momento de ser pesquisador, lugar onde quero permanecer. Estou escrevendo minha dissertação de mestrado, onde trabalharei a arena da conferência municipal de cultura e a convergência de territorialidades em torno de políticas públicas. Vou abordar o campo cultural de Blumenau e suas tensões. Desta forma, acho melhor não ser vinculado ao conselho.

Um grande abraço!

2 comentários:

Clóvis Truppel disse...

Só digo umas coisinhas e pronto...
Cara tu é um bundão uma velha chorona...roubaste até o pseudônimo do cara, e se eu te ameacei é por que tu é um grande safado mesmo, e estás saindo, tu e a Aline, é por que não encontraram respaldo naquilo ao qual vcs se propunham que era "DOMINAR" a contento as ações referentes à Cu ltura nesta provínciazinha...tu já sai tarde reitero aqui que o Conselho Municipal de Cultura e os conselheiros são apenas vacas de presépio...e mais a frente saberemos extensivamente o por que de vossas saídas...não lamento nada no que se refere à saíde de vcs do CMC mas lamento sim ficar por lá ainda, na FCB a atual presidente e seus asseclas

m.cubiak disse...

Clóvis, tens direito de pensar assim. Mas já não me interessa mais.