segunda-feira, 20 de junho de 2011

Que cultura é essa?

Por Rodrigo Ramos

A escritora Clarice Lispector proclamou certa vez: Porque há o direito ao grito. Então eu grito.
Ao ler a edição do SANTA de 18/19 de junho tomei conhecimento de que a jornalista e produtora cultural Aline Assumpção está sendo processada pela senhora presidente da Fundação Cultural de Blumenau, Marlene Schlindwein pelo crime de desacato.
Me causa estranheza o fato da indignação do movimento cultural em ficar assustada com tamanha atitude tomada pela “Dona Marlene”.
A presidente da FCBLU entra para a “história da cidade”, como a pior gestora cultural de todos os tempos.  Isso noticiado pelo SANTA e por tantos outros veículos midiáticos. O total despreparo no que tange ao diálogo pode ser sentido nas ações tomadas por esta senhora. Ninguém consegue entender como diante de tantas reclamações a mesma ainda permanece no cargo. É bem provável que, ao publicar este artigo, seja eu também intimado a responder processo na justiça.
Por isso, uso Clarice Lispector. A cultura em Blumenau nunca gritou tanto como antes. O posicionamento de Aline Assumpção é apenas o grito latente por uma gestão cultural eficaz, bem diferente do modelo atualmente apresentado.
Qualquer indivíduo tem a possibilidade de se manifestar, de buscar e receber informações, independentemente de sofrer pressões ou ameaças.
Não se justifica qualquer posicionamento de restringir a liberdade de expressão, ainda mais dentro da atividade cultural onde nenhuma autoridade pode limitar a liberdade de expressão de forma arbitrária.
Cultura se faz com liberdade, sensibilidade, promovendo a cidadania. É nela que está inserida o espaço de transformação social.
Se o posicionamento de Aline incomoda a gestão pública é sinal de que alguma coisa, como diria Caetano, está fora da ordem...

Rodrigo Ramos
Professor – Jornalista - Produtor Cultural 

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