A presidente da Fundação Cultural de Blumenau, Marlene Schlindwein, processou uma artista que participou de um Salão promovido dentro desta entidade, e esta mesma artista que também integrava seu próprio Conselho Municipal de Cultura. Nesta semana esta ex-conselheira pagou uma multa ao Fundo Penitenciário Nacional. Isto tudo porque fez críticas a atual gestão da Fundação Cultural de Blumenau, e foi processada por desacato.
É isso mesmo que estamos vendo, uma volta aos tempos da ditadura? E o pior é que até agora o poder público se mantém omisso diante de tudo que vem acontecendo na Fundação Cultural. Fica claro, desta forma, que o governo de João Paulo Kleinubing está conivente com tais posturas.
Eu, até então atual presidente do Conselho do Museu de Arte de Blumenau me sinto desrespeitado ao ver uma também conselheira de Blumenau sofrer um ato autoritário e covarde como este, haja vista que esta representante da sociedade civil nunca esteve sozinha nas críticas a Fundação Cultural. Agora pergunto, como poderei me manifestar dentro (ou fora) da Fundação com um precedente destes? Repressão. Este é o sentimento presente, e a cada dia que passa é maior a certeza que foi exatamente esta a intenção.
A classe artística e a comunidade vêm há anos se reunindo em encontros setoriais e conferências municipais de cultura para tentar de fato criar políticas públicas de cultura para Blumenau (não, ainda não temos) e tudo isso pra quê? Para ficar eternamente no plano das idéias, graças a esta gestão de banho-maria. Estamos há tempos falando para as paredes, podemos citar varias demandas levantadas nas conferências que até hoje não saíram do papel, e até de várias outras que já existiam e foram extintas, a citar o Casarão das Oficinas, que ao invés de ser regularizado em suas pendências, foi extinto, e hoje está em processo no Ministério Público.
Faz sentido que o governo municipal coloque na administração uma representação tão inoperante e equivocada. Marlene não é somente um bom “escudo” do governo de JPK. Trata-se de um belo tampão, uma conveniente rolha de poço, para que tudo siga muito, mas muito lentamente, e para conseguir isto há um arsenal de desculpas. E é assim que vamos nos arrastando, e claro, isto já não é novidade para ninguém, estamos sim bem informados, Dona Marlene. O que estamos vendo não é ilusão de ótica, o rei está nu. A presidente em entrevista recente novamente tentou nos impor de que as críticas a Fundação só acontecem por falta de conhecimento, ou seja: os loucos somos nós.
E quem foi que disse que precisamos de uma presidente que saiba tocar violão ou fazer bordado? Queremos alguém que nos represente e nos respeite enquanto cidadãos, que nos ouça, nos responda, e que de fato nos mantenha informados.
Se eu estava no conselho do MAB até hoje foi por acreditar que minhas humildes colaborações poderiam acrescentar algo para a cidade, independente de meu desprezo ou não com o atual governo, e sem interesses de conveniências.
Mas esta cumplicidade do governo municipal com tudo isto que vem acontecendo nos mostra o quão indiferentes estão com as nossas des-políticas culturais, e o quanto estamos fazendo papel de capivaras, nossa paciência e nossa razão estão há muito tempo sendo subestimadas.
Por fim, renuncio em ato de repúdio aos constantes desacatos cometidos pelo nosso atual Governo Municipal de Blumenau, que, em seu silêncio, gritam comigo e conosco.
Charles Steuck
Ex-Presidente do Conselho do Museu de Arte de Blumenau
Blumenau, 29 de junho de 2011.
Um comentário:
Eu já sabia...
Bem fiz eu que não entrei no Titanic...
Quais...quem são os primeiros a abandonar o navio?
Transcrevo aqui uma parte do post em meu blog notem a data do post
www.carabinadupla.blospot.com
É sobre a queda dos muros do BEC segue o texto...
A queda dos muros mostra que tudo e todos somos passageiros...findáveis...efêmeros iguais às artes por ali produzidas e com a finalidade de mostrar justamente isto: SOMOS EFÊMEROS portanto acordemos para as coisas que realmente nos importam ou que achamos que nos importam ou conosco se importam...se se importam e se importamos a alguém! Toda muralha cai nenhuma é inexpugnável ou indestrutível...não existe estrutura que permaneça incólume aos homens e aos ratos!
SOMOS HOMENS OU RATOS? Devemos derrubar os muros desta provinciazinha chamada Blumenhell Mas quando penso que vai ruir alguma coisa algum paradigma irá ser quebrado ou um poder sobrepujado os necessitados de que as coisas aconteçam ...os ávidos...os carentes de ruínas se encolhem...(...) e o poder instituído pisa em suas cabeças e em seus rabos, lhes dá migalhas e eles sorriem contentes pois aí estão para serem pisados,derrubados sugados,conduzidos e permanecerem impávidos e impassíveis posando disso e ou daquilo... pensando serem eternos ...O poder e os ratos...aliás os ratos são os primeiros...a vanguarda... a abandonar o navio...Blu em nau - fragada!
Amo minhas flores sementes e frutos
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