Com o intuito de inserir a cidade no circuito nacional de artes visuais, o Salão Elke Hering foi criado em 1994 pela Fundação Cultural de Blumenau. Realizado bianualmente o salão teve oito edições, que permitiram a regularidade da participação de artistas, críticos e público na discussão daquilo que há de mais contemporâneo nas artes visuais.
Um salão de arte seleciona trabalhos inéditos feitos por artistas de todo o país. Esta seleção é constituída por jurados que definirão quais os trabalhos estão em maior consonância com a linguagem contemporânea. Por isso, a existência de um salão de arte é fundamental para qualificar a produção e a reflexão artística em uma região, inserindo-a nos debates nacionais. Enquanto as bienais de arte são as referências da produção internacional, o salão é o espaço de referência da produção nacional.
Dentre os diversos salões do Brasil, o Elke Hering conquistou ao longo de sua trajetória uma posição de destaque e credibilidade, fazendo com que a cada ano a participação de artistas, em termos qualitativos e quantitativos, só tem aumentado. Além disso, nas últimas edições o salão constituiu uma política educativa para formação de público através de monitorias para visitação das escolas e do público em geral. Este processo foi fundamental na medida em que houve uma maior participação da sociedade, fazendo com que a arte definitivamente possa cumprir com o seu papel.
Infelizmente, vivemos dias tristes para a arte em nossa cidade. Após oito edições ininterruptas do Salão, este será o primeiro ano que ele não acontecerá. Com alegações diversas, muitas vezes desencontradas, a Fundação Cultural de Blumenau não realizará um evento desta importância. No mês de novembro (data prevista para abertura do salão) onde teríamos possibilidades de fruição dos trabalhos contemporâneos, temos somente salas vazias. Mas o silêncio e as paredes em branco dizem muito para nós. Afinal, atualmente o vazio é o maior símbolo da política pública para a arte em Blumenau.
Artista visual
2 comentários:
Importante reivindicação Daiana! Torçamos para que o poder público e a sociedade possam compreender esta necessidade.
Abraço,
Viegas
É realmente triste o retrocesso que vivemos na área cultural. Já não bastasse a ausência do FITUB e o fechamento do Casarão das Oficinas (por irregularidades administrativas), agora temos a notícia da ausência do mais importante salão de arte contemporânea da região. É preciso lembrar, mesmo que a única memória que nos reste é lembrança da ausência.
Ricardo Machado
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