sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Blumenau canta Ary Barroso
O projeto nasceu do desejo de fazer uma homenagem a um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos, Ary Barroso, o compositor de Aquarela do Brasil, considerado um segundo hino nacional do Brasil, de tal modo que esta canção retrata o país de uma maneira única e perfeita.
Linguagem de sinais ao vivo
O Projeto Ary Barroso no Coração do Brasil é o primeiro que abre esse espaço para que os deficientes possam também aproveitar o que há de melhor na música brasileira. A língua de sinais ou língua gestual se refere ao uso de gestos e sinais, em vez de sons na comunicação. É muito usada como forma de entendimento entre pessoas surdas, mudas e com problemas auditivos.
Esse momento de inclusão social é muito importante na vida de todas as pessoas, e o Projeto Ary Barroso no Coração do Brasil vem trazer essa inserção das pessoas com problemas auditivos de participarem ativamente da cultura do país.
Os primeiros shows acontecem nos dias 7 e 8 de novembro, em homenagem ao aniversário de Ary, que se hoje estivesse vivo, completaria 106 anos. O show tem a duração de 1 hora e a presença de um orador que conta a vida e obra de Ary Barroso, nos intervalos das canções. Esse mesmo show já percorreu a Espanha. Depois de Blumenau será a vez de Joinville, no dia 8.
Sempre com Fredy Fevereiro & Banda, de São Paulo. Fredy Fevereiro, Mauro Martins, Mazinho da Silva, Celso de Almeida, Cássio Soares e Vinícius Dorin são grandes nomes da música brasileira na atualidade e uma verdadeira constelação que fará com que o nome de Ary Barroso seja mais fortemente ecoado aos quatro cantos.
Quem foi Ary Barroso?
Ary Barroso nasceu em Ubá-MG e foi um dos mais férteis criadores musicais do Brasil, sendo autor de centenas de composições, principalmente sambas, marchas e valsas. O Projeto Ary Barroso no Coração do Brasil, coordenado por Ana Maria Pinto, tem o intuito claro de demonstrar a importância deste grande compositor em âmbito mundial.
Ary Barroso sempre conciliou a carreira musical com sua atuação no rádio, onde foi, por várias décadas, narrador esportivo e apresentador de programa de calouros. Também foi cronista de jornal, escreveu peças para teatro cômico (o chamado teatro de revista no Brasil) e fez participação como ator em alguns filmes musicais. Nos últimos anos de vida levou seu programa de calouros para a televisão, onde também apresentou programas de entrevistas e variedades.
Fonte: Nico Wolff, diretor de Cultura FCB (3326 7582 e 9936 3977) e Ana Maria Pinto, coordenadora do projeto (3237 6626)
Jornalista: Marilí Martendal – MTb/SC 00694 JP. 3326 8124 e 9943 0235.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Agendem-se
Apoio Institucional:
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Conferência Estadual de Comunicação
Conferência Estadual de Comunicação de SC: Inscrições abertas Para se inscrever, clique aqui. Salve o arquivo, abra e preencha as lacunas. Para conhecer a Comissão Organizadora e sua composição, clique aqui. Para conhecer o movimento que levou a chamada da Conferência, clique aqui. Salve o documento com as lacunas preenchidas e envie anexo para o e-mail: fale@comunica-sc.org.br A inscrição é gratuita. Para ter direito à voz e voto, as inscrições podem ser feitas até 48h antes do primeiro dia do evento. Depois dessa data, as incrições continuam abertas mas apenas para observadores. O QUÊ: Conferência Estadual de Comunicação de SC QUANDO: 14 e 15 de novembro de 2009 ONDE: Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Rua Doutor Jorge Luz Fontes, 310, Centro, Florianópolis PROGRAMAÇÃO
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Funarte divulga o resultado do Prêmio Artes Cênicas na Rua
A CIA CARONA DE TEATRO FOI CONTEMPLADA COM O PROJETO PALAVRAS ALADAS. EM BREVE MAIS NOTÍCIAS DO QUE A CIA CARONA VEM PLANEJANDO PARA COMEMORAR SEUS 15 ANOS. O PRÊMIO FOI NO VALOR DE R$ 40 MIL.
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A Funarte divulgou, no dia 27 de outubro, o resultado do Prêmio Artes Cênicas na Rua 2009. Parceria da Funarte com o Instituto Cultural Sérgio Magnani, o Prêmio tem por objetivo viabilizar projetos de grupos, companhias, trupes e artistas independentes que busquem, em apresentações de rua, um novo significado para o espaço público.
Ao todo, 60 projetos foram contemplados, com valores de R$ 20 mil, R$ 40 mil ou R$ 50 mil. Em breve também será anunciada uma relação de suplentes. Eles serão beneficiados com R$ 1 milhão, oriundos da verba suplementar que o Ministério da Cultura destinará à Funarte.
O Prêmio Artes Cênicas na Rua recebeu propostas de montagem ou circulação de espetáculos, performances cênicas e intervenções urbanas. Grupos e artistas com mais de dez anos de atuação na rua tiveram também a oportunidade de concorrer, com propostas voltadas para o registro e a preservação memorialística de suas atividades.
Os selecionados deverão executar as ações propostas até 30 de abril de 2010, em pelo menos uma cidade brasileira. A análise das propostas coube a uma comissão composta por cinco especialistas em artes cênicas, que consideraram a excelência artística e a viabilidade prática dos projetos, a qualificação dos profissionais envolvidos e a diversidade da produção das artes cênicas brasileiras.
NOVOS RECURSOS - O ministro da Cultura, Juca Ferreira, anunciou, no dia 19 de agosto, em São Paulo, uma suplementação de R$ 18,4 milhões em recursos para dobrar ou, em alguns casos, triplicar o orçamento de ações da Funarte. Somados aos valores inicialmente previstos para cada ação, os investimentos totalizam R$ 35,1 milhões. No caso do Prêmio Artes Cênicas na Rua o investimento total chegará a R$ 3 milhões.
Prêmio Artes Cênicas na Rua 2009
>> Leia o edital
>> Veja a lista de classificados
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Sorria!
CURSOS DE FÉRIAS DE PRODUÇÃO CULTURAL
Módulo 1: Gestão Cultural
Marketing Cultural / Plano de Negócios / Planejamento Estratégico
Módulo 2: Lei Federal de Incentivo à Cultura
Lei Rouanet - incluindo critérios para produção audiovisual - Teoria e Prática
Módulo 3: Prestação de Contas
Saiba como administrar os recursos de seu projeto, como prestar contas na Lei Rouanet
Módulo 4: Captação de Recursos
Aprenda a negociar, entender o patrocinador e conquistar o mercado
Dias 20, 21 e 22 de Janeiro das 19h30 às 22h30
Dia 23 de Janeiro das 10h30 às 17h30
De
SÃO PAULO - Sumaré
SEDE DA MANUFATURA DA CULTURA
VALOR DO CURSO: R$ 2.000,00 por R$ 350,00
Para pagamento à vista e em dinheiro até o dia 28/10
Consulte-nos sobre valores unitários, outros cursos e promoções.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
O cinema francês percorre o Brasil e chega a Blumenau
O objetivo da mostra é proporcionar o acesso a essas obras e o diálogo entre artistas, intelectuais e o público em geral. Para o SESC, promover a Mostra significa levar ao público brasileiro questões da contemporaneidade francesa, como mais um caminho para a compreensão das nacionalidades. Desta forma, o cinema, mídia que faz parte da programação da entidade desde os anos 1970, cumpre sua missão educativa.
Confira abaixo a programação:
3 de novembro (terça-feira):
Blumenau e projetos via Rouanet
Pessoas,
A última reunião do Conselho Nacional de Políticas Culturais, a 170a, que aconteceu nos dias 20 e 21 de outubro aprovou 411 projetos culturais.
Dentre eles, três blumenauenses:
NUTE PARA TODOS (humanidades)
14o FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO INFANTIL e;
CIRCULAÇÃO CIA CARONA DE TEATRO, este concebido por este que vos escreve!
SORTE NA CAPTAÇÃO…..
a relação dos projetos aprovados AQUI
domingo, 25 de outubro de 2009
Carta Aberta para Clóvis Reis sobre Mobilidade Urbana
Caro Clóvis Reis
Costumo ler e ouvir muitos absurdos na imprensa local, mas nunca tive a mínima vontade de responder formadores de opinião como Tonet, Ostermann e Alexandre José. Não respondo porque sempre desconfio de que as coisas que eles dizem, não se tratam necessariamente de suas opiniões, mas estes absurdos são maneiras de gerar polêmica e permitir a circulação de uma leitura muito rasteira de sociedade
Mas quando li seu artigo em defesa dos automóveis intitulado “Aumento da área Azul” senti a necessidade de me manifestar. Se escrevo é porque sei que sua opinião é sincera e que você, assim como outros, foi sendo obrigado a utilizar o automóvel privado na medida em que as outras possibilidades de locomoção foram sendo restringidas. Além disso, sei que em uma sociedade em que a regra é sobrepor os interesses privados sobre os interesses coletivos, a confusão entre direitos e privilégios é uma constante.
É para garantir os privilégios do teu carro que admitimos a morte anualmente de um milhão de pessoas no trânsito mundialmente, sem contar as mortes decorrentes de doenças ligadas a poluição atmosférica. Por isso, não basta campanhas moralistas que centram o problema na juventude e no consumo de bebidas, pois o carro em sua essência é uma grande massa de metal se arremessando sobre outros carros e pessoas. Atualmente qualquer deslocamento na cidade implica esquivar-se destas máquinas de destruição.
Para garantir os privilégios do teu carro é que foram reduzidos os espaços de convivência pública nas cidades. Seu barulho é constante, seu gás é sufocante e somente o espaço que ocupa para o estacionamento é muito superior a área que a maioria das pessoas do planeta utilizada para viver.
Para garantir os privilégios do teu carro é que a Furb precisou comprar e devastar os terrenos que circundam a Universidade. E como se não bastasse, para garantir seu conforto e sua segurança toda a cobertura do espaço foi tomada por pedra e cimento, impedindo a existência de ambientes humanamente mais agradáveis com gramados, árvores de sombreamento, bancos e mesas em lugares onde as pessoas possam ter uma sociabilidade saudável (como é comum nas grandes Universidades). Além disso, esta minoria que faz uso do carro para se deslocar para a Furb, impossibilita a existência de um terminal de ônibus que garantiria o acesso dos alunos e servidores de Blumenau e das cidades vizinhas;
Para garantir os privilégios do teu carro é que a Furb e o Giassi construíram a passarela sobre a Rua Antônio da Veiga, já que valoriza o fluxo dos automóveis e torna a vida do ciclista e pedestre ainda mais complicada. Se subir pela passarela é preciso caminhar um trecho de pelos menos uns
Em nenhuma sociedade deste planeta estes privilégios podem ser vistos como direitos. O automóvel privado, assim como as mansões na beira do mar, não pode ser universalizado e por isso a defesa de seu uso é imoral. Além disso, está mais do que provado de que a saída para os problemas de mobilidade não significa a construção de mais vias para circulação. Tais empreendimentos são resoluções provisórias e têm um alto custo econômico, social e principalmente, ambiental.
Apesar disso, não acho que tenhamos que acabar completamente com o automóvel privado em nossa sociedade contemporânea. Mas tenho certeza que o seu uso precisa ser duramente restringido e aqueles que querem garantir a permanência de tais privilégios, precisam pagar por isso. Muitas cidades que investiram em uma mobilidade urbana humanizada, aumentaram significativamente a tributação na produção, compra e circulação de automóveis. Afinal, se seu uso é privado, seus custos não podem ser socializados em detrimento da maioria da população. Diante disso, sou favorável a maior taxação do uso do automóvel
Abraços,
Ricardo Machado
Para conferir o artigo do Clovis Reis acesse:
http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,183,2694747,13382
Pochyua e Cambaçu realizam espetáculo especial na Fundação Cultural de Blumenau na próxima quinta-feira
Na próxima quinta-feira, dia 29 de outubro, o cantor e compositor Pochyua e o grupo Cambaçu realizam um espetáculo diferente em Blumenau. Além da estréia de um novo integrante – o baterista Elvis Pauli – o espetáculo será filmado e disponibilizado na internet. Pochyua diz que o objetivo é documentar a apresentação, que deve ser a última deste ano em Blumenau. O espetáculo será realizado no Espaço Elfy Eggert da Fundação Cultural de Blumenau (Rua XV de Novembro,161) às 20 horas, com entrada franca.
Outro aspecto especial da apresentação será a presença dos alunos envolvidos no projeto “Pochyua e Cambaçu, conhecendo a música popular”, que é subsidiado pelo Fundo Municipal de Apoio a Cultura e visa a realização de oficinas para alunos de Ensino Médio sobre os aspectos históricos da música popular. Cerca de 200 jovens serão dispensados das aulas para comparecer ao evento, que inicia o estudo proposto.
Pochyua diz que, além de ser a última apresentação do ano em Blumenau, provavelmente é o último espetáculo com este repertório na cidade. “Estamos produzindo uma tournet para o nordeste no final do ano e já estamos iniciando os arranjos das novas composições para nosso segundo espetáculo, que deve estrear no final de 2010”, conta. A Flor, uma das primeiras canções finalizadas do novo show, já está disponível no MySpace da banda (www.myspace.com/pochyuaecambacu) e também será apresentada no dia 29.
O grupo Pochyua e Cambaçu surgiu na faculdade de música da Universidade de Blumenau (Furb). “Tivemos uma identificação musical muito grande, desde o começo. Buscamos expressar o que se vê, o que se sente e o que se pensa com música, sem nenhuma censura estética”, comenta Pochyua.
O primeiro CD do grupo foi lançado em 2007 e a previsão é que o segundo disco seja gravado no próximo ano. Pochyua e Cambaçu também foram responsáveis pela abertura do festival Nosso Inverno, que aconteceu em agosto, em Blumenau.
Pochyua e Cambaçu
Dia 29 de outubro (quinta-feira), 20hs
Na Fundação Cultural de Blumenau
Entrada Franca
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
O corpo pornografado
A palestra integra uma programação do grupo de estudos Clio no Cio, que vem debatendo a história do corpo em suas diversas manifestações socioculturais. Já aconteceram as palestras a respeito do corpo na moda, do corpo disciplinado e do corpo nas artes plásticas. A última tratará da literatura erótica. A nós coube a tarefa de discutirmos o corpo a partir do cinema pornográfico. Assim, a palestra “O corpo pornografado: recortes da história do cinema pornô” não está descontextualizada, mas integra um debate muito mais amplo. Neste sábado pretendemos olhar para o cinema pornográfico enquanto gênero narrativo, sua caminhada desde os stags do início do século XX até as produções mais recentes, feitas exclusivamente para o vídeo. Juntamente à exposição da história e das possibilidades de compreensão cultural, estaremos exibindo pequenos trechos de filmes pornográficos que nos permitirão perceber as diferentes estéticas empregadas no transcorrer da história do gênero. Como se trata de um tema ainda pouco discutido no Vale do Itajaí (na perspectiva acadêmica), a intenção é introduzir o debate e aventar as possibilidades de olhares sobre a sociedade a partir desse gênero cinematográfico.
2) Mais especificamente, que relações você faz sobre pornografia e sociedade?
O cinema pornográfico (e, atualmente, o seu correspondente em vídeo) é uma manifestação cultural como qualquer outra. Só existe porque é socialmente produzido e consumido. Assim, entender o cinema pornográfico enquanto manifestação social e cultural é reconhecer que o mesmo implica em saber. O cinema pornô constrói saberes e, assim, é lícito estabelecermos saberes a respeito dele. A pergunta que faço é: o que pode nos dizer determinado filme, ou determinada escola cinematográfica, a respeito da sociedade que o produziu e o consome? Ao olharmos para a história desse gênero de cinema, perceberemos que os filmes mudaram, não só nos seus aspectos estéticos, mas também nos aspectos narrativos e de tudo aquilo que gravita no seu entorno. Olhar para o cinerma pornô é, também, olhar para o seu público, para a indústria cultural que o produz.
3) Qual sua base teórica?
No Brasil, a temática ainda é pouco discutida. A partir da década de 90 dois importantes trabalhos surgiram a partir de pesquisas acadêmicas e que tratam especificamente do cinema pornográfico: o primeiro do professor Nuno Cesar Abreu, e em seguida o do antropólogo Jorge Leite Jr, que se detém especificamente sobre o bizarro (um gênero dentro do gênero). Estes dois trabalhos servem de base para a palestra. Na perspectiva filosófica, Michel Foucault, Sade, Bataille e Roger Chartier (cujo olhar que lança sobre a literatura – o da teoria da recepção – permite-nos olhar também para o cinema pornográfico). Nesta palestra, especificamente, talvez a perspectiva de Chartier fale mais alto.
4) Quando e como você começou a se interessar pela história do corpo?
Desde a minha graduação em História estive preocupado em compreender a história do corpo, sua constituição cultural e social. Este corpo que se normaliza, desnaturalizando-o. Porque o que é normal difere daquilo que se impõe enquanto natural. Comecei tentando entender a construção da normalidade a partir do estabelecimento do diferente, do anormal. Estudei os concursos de robustez infantil em Blumenau e o discurso eugenista do médico Afonso Balsini, e para tal vali-me das leituras que fiz de Foucault, Nietzsche, Roberto Machado entre outros. Foram estas leituras que me despertam para olhar o cinema pornográfico além da fruição. Primeiramente me chamou a atenção a disciplinação do cinema pornô no espaço de uma videolocadora especializada. Nas estantes notávamos (e ainda se nota) a compartimentalização do gênero em outros gêneros menores: soft core, interracial, gay, lésbicas, gang bang, zoofilia, fetiches com objetos, bondage, sadomasoquismo, escatologia, anomalias, geriatria etc etc etc. Essa fragmentação do gênero nos diz muito. O que é bizarro? O que é normal? O que é soft e o que é hard? Por que recentemente o creampie (gozar dentro) aparece como fetiche digno de figurar enquanto gênero do pornô? E por aí se desfia o novelo. Mas preciso dizer que não sou um especialista nos estudos da cinematografia pornô. Olho para o pornô a fim de compreender o corpo. Da mesma forma, interessa-me observar os discursos médicos, da psicologia, da política, da literatura, da historiografia e assim por diante. O corpo se constitui na multiplicidade de saberes, e estudá-lo implica em se adotar perspectivas transdisciplinares. O filme “Oh Rebuceteio!”, dirigido por Cláudio Cunha, pode me trazer tantos elementos para estudar e compreender as práticas que disciplinam e constróem o corpo quanto o conto “Uma enteada da natureza”, de Gertrud Gross-Hering (1879-1968).
5) De que forma você descreveria a importância de se discutir, na Universidade, um tema como pornografia?
Penso que esta resposta já está respondida nas questões anteriores. Mas vale dizer que a Universidade não tem o direito de se omitir diante das manifestações sociais e culturais. Se eu estivesse discutindo um tema como religião, por exemplo, ninguém perguntaria qual a importância da Universidade discutir o assunto, mas ao se tratar de pornografia, mais especificamente de cinema pornográfico, então os tabus aparecem. A Universidade não pode aceitar estes preconceitos. E mais, afinal, houve tempos em que ler Voltaire era acessar uma obra pornográfica, não é mesmo?
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Políticas Culturais e Blumenau
Políticas Culturais e Blumenau[1].
Márcio José Cubiak[2]
Esta é uma contribuição ao debate sobre políticas culturais em Blumenau querechaça o conceito de arte e cultura dominante em nossa cidade. Quero focar nos desafios e nas oportunidades que Arte e Cultura podem gerar, simbólica e economicamente, quando trabalhadas de forma sistêmica, como política de estado, partindo da diversidade.
Estamos participando de um momento em que os segmentos culturais exigem a garantia da cultura como direito fundamental a ser gozado. Todos os dias, global e localmente, novas identidades surgem e demandam legitimidade. E como os Direitos são construções históricas, resultado das relações de poder e da luta de classes em cada época, é necessário entender que não há imutabilidade: todas as culturas e todas as identidades sofrem impactos cotidianos e, ao mesmo tempo, geram outros.
Por exemplo, o impacto e as possibilidades nascidas a partir dos novos meios de comunicação e a troca de informações e conteúdos a partir da Internet. Blogues, redes sociais, portais de notícia e projetos colaborativos são exemplos. Uma idéia circula e acaba plantada em outro tipo de solo, germinando. Além disso, cito como exemplo, a informação trazida pelo IBGE (2008) que mais de 40% dos habitantes desta cidade são migrantes que vindos de outras partes e muitas vezes engrossam as periferias e bairros mais distantes, trazendo outros personagens, novas demandas.
Incluo, ainda, a necessidade de se repensar o conceito de crescimento econômico e de desenvolvimento regional, a partir da falência do modelo catarinense, agregando preocupações sociais e ambientais, que são temas e reflexões de pesquisadores em busca de alternativas justas e equilibradas, em oposição a obsessão burguesa pelo crescimento e lucro a qualquer custo, desconsiderando os impactos gerados.
O que esses impactos trazem de novo, para a cidade? Como os artistas, produtores, comunidade e poder público encaram essas transformações, como oportunidade ou perigo?
Nesta reflexão procuro enfatizar que um discurso pseudo-antropológico sobre a cultura local é privilegiado. O privilégio pressupõe que, numa outra ponta, alguém esteja em desvantagem. Nesta disputa (sim, por que há forças distintas e conflitos), o teuto-brasileiro tem força e dinheiro a sua disposição. É preciso vender a saga dos imigrantes como pacote turístico. As forças industriais e comerciais da cidade aliciam a classe política, que acata com carinho, as solicitações para que hotéis estejam lotados, ou que as toalhas blumenauenses possam ser vendidas aos milhares por que são feitas na Europa brasileira.
Vender a cidade alemã, que acaba sendo cenográfica e irreal, gera lucros aos cofres municipais, é excelente negócio e poderoso diferencial entre a luta das marcas e empresas. A contrapartida é paga pelos sujeitos e coletivos, cujas reivindicações são secundárias e invisíveis. Os nordestinos, os paranaenses, gaúchos, os negros, as mulheres, as mil facetas da juventude, os gays, essa ampla maioria da população, é silenciada restando a opção do entretenimento no Shopping Center ou das ações do seu respectivo gueto.
As administrações municipais vêm dificultando a vida dos artistas. Nos últimos 14 anos, muitas semelhanças e diferenças. Porém, é fato: faz muito tempo que Blumenau não tem um governo que leve a sério o desenvolvimento cultural a partir da diversidade, utilizando-se de políticas públicas. Cada governo esforça-se em deixar uma marca, simplificando tudo num plano de governo. O prefeito Kleinubing prefere ter sua gestão marcada pelo funcionamento do Fundo Municipal de Apoio a Cultura, por exemplo, mesmo que tais recursos sejam insuficientes para a demanda local.
O fato novo, para artistas e produtores, esta na urgência em romper com uma dependência simbólica em torno da FCBlu. Como? Criando e fazendo circular. A obra do artista precisa ser exposta a outros olhares, expondo-se ao controverso. O artista precisa refletir sobre o sentido de sua criação. Ele deve se associar seja com outros artistas, produtores ou a comunidade. Aliás, o apoio da comunidade é fundamental. Enquanto os Pontos de Cultura trabalham a diversidade a partir da iniciativa de artistas ao redor do Brasil, Blumenau ainda não tem nenhum implantado. Somente agora, duas iniciativas foram aprovadas, representando mais de R$ 350 mil reais em investimentos culturais na cidade nos próximos dois anos.
Investir energias na organização e abertura de espaços culturais alternativos, ligados a uma comunidade; as inúmeras oportunidades dos recursos audiovisuais (cinema, imagem e vídeo); as ações do Ministério da Cultura nos municípios, como o programa “Mais Cultura” e os Pontos de Cultura ou a criação de cooperativas culturais são exemplos de fronts culturais para Blumenau. Os produtores culturais, meu caso, devem caminhar na direção de projetos culturais que possam ter seqüência e desdobramentos.
Quanto ao poder público, este precisa abandonar o desinteresse pela área, enxergar as oportunidades de desenvolvimento que a cultura pode gerar. Não é só um caso de recursos financeiros: é importante ter capital social para coordenar essas ações. Falta investir em capacitação para os profissionais, públicos ou privados, que trabalham com a gestão e produção cultural. E os dirigentes dos órgãos de cultura devem ter capacidade técnica e sensibilidade e não meros candidatos derrotados acomodados em um cargo, como é nosso caso atualmente. Precisa, acima de tudo, se espelhar nas ações do conselho de cultura (que tem seus problemas e qualidades). São as ações do Conselho Municipal de Cultura na defesa do Fundo Municipal de Apoio a Cultura que asseguram a visibilidade dos novos personagens da cidade e da diversidade cultural, fruto das convergências trazidas pela contemporaneidade até este Vale Europeu.
Outro ator importante nesse processo é a Universidade. A Instituição deve contribuir na elaboração de pesquisas e mapeamentos sobre o tamanho e os números da cultura aqui em Blumenau (poderão ser subsídios importantes na hora de planejar, essa ferramenta não utilizada pelo poder público). A Universidade tem a obrigação de fomentar a diversidade, pois é o espaço público de excelência. É espaço de construção de conhecimento.
Por fim, o poder público tem o desafio de aceitar a diversidade e ir além: incentivá-la. Apostar na democracia cultural ao invés de privilegiar um lado da história. Tem que pensar a cultura como estratégia de qualificação social para o futuro
[1] Artigo publicado no Jornal Expressão Universitária Número 05, página 08, de outubro de 2009, sob o título “Diversidade na Europa brasileira”.
[2] O autor é Cientista Social e produtor cultural.
eigenmächtig
Hoje a jornalista Isabela Kiesel traz um assunto que não poderia deixar passar assim assado: uma versão, bem plausível, para o cancelamento do último desfile da edição 2009 da Oktoberfest. A manifestação dos ainda-desabrigados de novembro de 2008.
Que Blumenau tem um viés e um pezinho no autoritarismo isso é bastante claro para todos, inclusive para os autoritários, que praticam seus poderes sabendo aonde querem chegar (quer dizer, eles não são autoritários porque são idealistas ao contrário, sonhadores inocentes, mas praticam o autoritarismo conscientemente, sabendo das dores e das delícias advindas daí).
Ou seja, Isabela, é consciência e estratégia!
Podemos ver isso pela maneira de resolver problemas: criminalizando, como no caso das bebidas em praças públicas, ou no toque de recolher/acolher.
Vai fazer um ano da catástrofe humana e ambiental de novembro de
A estratégia dos komandantes públicos municipais é fazer com que os desabrigados agonizem tanto que resolvam voltar para suas terras ou tentar a sorte noutra. É uma espécie de limpeza urbana, outra ação altamente desejada pelos nossos autoritários locais para a cidade. Em Blumenau são bem vindos aqueles que seguem as suas regras de comunidade e, preferencialmente, que façam, ao menos, parte da classe média C, aqueles que ganham entre mil e quatro mil reais. Bonito, Né?
Mas eu trouxe o assunto porque tenho sardinha no almoço, recém tirada da lata: quando artistas e produtores culturais passaram a se movimentar mais articuladamente, sem essa história do cada qual em seu quadrado, rolou a pecha de barraqueiros e brigões.
Mas o pior não é isso: o mais baixo dos argumentos é aquele dos desocupados que passam a vida inteira organizando protestos porque não teve a competência de ser um bem sucedido na vida.
Democracia é exercício, é práxis, não bunda no sofá.
Curso Articulações entre ver e dizer: literatura e arte
O próposito é oferecer aos artistas e/aos participantes de pretexto, estudantes de artes, uma curso de critica de arte, que abrange: estética, leitura de imagem, fundamentos das artes visuais, filosofia da arte.
São três módulos de 30h/a totalizando 120h, com certificação reconhecida pela SME e SED/SC
Conteúdo: Teoria da Arte; estética da Arte; Produção e Formação Artistica; Leitura de Imagem; Escrita e literatura
Metodologia e Avaliação: Apresentação de trabalhos, visitas orientadas a museus.
Investimento: R$400,00(quatrocentos reais) divididos em 03 (três) parcelas, está incluido todo o material didático necessário ao curso.
Uma entrada: R$200,00
Duas parcelas de R$100,00;
Inscrições e informações: jamildias@sesc-sc.com.br
VAGAS LIMITADAS a 20 participantes
Os Malvados
Shows do 12º Festival de Música de Itajaí
Teatro Municipal / 21 horas
Ingressos: 30,00 / meia: 15,00
TRIO 202 - 03 de novembro (terça feira)
Teatro Municipal / 21 horas
Ingressos: 30,00 / meia: 15,00
DUO BUXIXO - 04 de novembro (quarta feira)
Teatro Municipal / 21 horas
GRATUITO
MAWACA - 05 de novembro (quinta feira)
Teatro Municipal / 21 horas
Ingressos: 30,00 / meia: 15,00
MONICA SALMASO - 06 de novembro (sexta feira)
Teatro Municipal / 21 horas
Ingressos: 30,00 / meia: 15,00
TOQUINHO - 07 de novembro (sábado)
Teatro Municipal / 21 horas
Ingressos: 50,00 / meia: 25,00
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Ingressos à venda no Teatro Municipal de Itajaí
das 9:00 às 12:00 / 14:00 às 21:00
Rua Gregório Chaves 110
Fone: (47) 3344-3895 (47) 3344-3895
Conservatório de Música Popular Cidade de Itajaí
Rua Felipe Raiser 200 - Bairro São João - Itajaí, SC
Fone: (47) 3344-3895 (47) 3344-3895
Casa da Cultura Dide Brandão
Ruca Carlos Hugo Praun, 128 - Centro - Itajaí, SC
Fone: (47) 3349-1665 (47) 3349-1665
Na secretaria das oficinas durante o evento
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Análise do Desastre Sócio-Ambiental
*Realização do evento: *NEPEMOS ( Núcleo de Estudos, Pesquisas e Extensão) eo Programa de Capacitação e Assessoria Comunitária
*Parceiros: *NEUR ( Núcleo de Estudos Urbanos) e a Liga de Saúde Coletiva.
A realização do evento ocorrerá através de seis (6) Oficinas, sendo elas:
*Análise Ambiental do Desastre.* Ministrada pelo Professor Juarês JoséAumond (geologia), no dia 17/10 Horário: 08h30min às 11h30min. Local:Auditório Bloco J
*Política de Saúde, Impactos do Desastre e Controle Social.
des_locamentos | Por Roseli Hoffmann Schmitt
A arte mergulha em experimentações e excessos, numa condição de estranhamento e instabilidade que desnorteia e intriga - provoca. Os artistas incorporam e comentam a vida em suas grandezas e pequenezas, em suas potencialidades de estranhamento e em suas banalidades. A pintura não morreu tão pouco a escultura desapareceu. Juntam-se, a elas, as instalações, objetos, performances, textos, vídeos, internet e um sofisticado sistema de suportes e possibilidades matéricas.
Artistas contemporâneos buscam sentido. Um sentido que pode ser alicerçado nas preocupações e apreensões da realidade, nem sempre deslocada, mas locada em um tempo e espaço próprio e ao mesmo tempo universal.
Daiana cria fábulas. Suas obras combinam o desenho, a fotografia, a plotagem, as instalações. A obra provoca o estranhamento, tal como em “Alice no País das Maravilhas”, gerando um clima de mistério.
Liberdade, ausência e solidão do mundo pós-moderno convivem com o mesmo espaço com um lacônico cenário de contos de fadas em que o cidadão do mundo viaja por continentes e culturas diversas. Os desenhos sobem pelas paredes, entrelaçam cantos e tetos com as vozes roucas do mundo. Agigantam-se e abafam o silencio do não dito, do oprimido, da violência. É o cântico desesperado do mundo, das muitas vozes, dos muitos povos. Fragmentação e circulariade da Alice – nas grandezas e nas pequenezas.
As etiquetas plotadas no chão formam uma cobertura poética de significância simbólica, beirando os limites do mundo global e da inexistência de identidade e particularidade. Forma um tapete de partículas efêmeras e de memórias pessoais e, ao mesmo tempo, globais. Traçam o itinerário do tempo. Marcam topografias de percursos aleatórios.
Nas mãos da artista, objetos e elementos banais, como as etiquetas de roupas, tão esquecidos e surrados com o tempo de uso, ou não, formam um microcosmos de uma vida em transito. A artista realiza operações mentais que anunciam verdades profundas. Cria uma trama exercícios de subjetividade que se iniciam no ambiente domestico e dele ecoam para uma torre de babel de línguas e culturas. Na somatória das vozes, um clamor de aconchego busca o significado mais amplo de nossa existência - a transitoriedade no mundo.
Memória emprestada de fragmentos imaginários. Retalhos de banalidades que envolvem a etiqueta não só de vestimentas, mas de pessoas. Identidades cravadas no chão onde cada qual pisa. Aqui eu fiz, aqui eu andei, aqui está meu vestígio, quase apagado no tempo, mas feito no mundo, no Brasil, na China, na materialidade e no tecido da voz.
As implicações da arte contemporânea pelas questões do corpo são complexas. Ligam-se ao contexto do final do século XXI, da globalização ao anonimato, aliada a um culto ao corpo que permitem transformações físicas, demandando uma nova e radical fisicalidade.
Emerge, desse contexto sócio-histórico um corpo pós-moderno que não mais se representa. Ele orquestra um jogo multifacetado de conteúdos, manipula materialidades e emoções e, escapa de suas conexões com a realidade, assume contornos rarefeitos, etéreos, artificiais e efêmeros.
Na construção desse jogo de sentidos, Aline apropria-se das possibilidades de representação do corpo para expressar a sua arte.
O corpo que a artista apresenta passa a materializar comentários sobre sexo, morte, religião, vida, decadência, espiritualidade, individualidade, massificação. Passa por um ilimitado campo de experimentações autobiográficas atemporais e universais.
A memória corporal torna-se um valioso bem, de imensurável valor afetivo. A artista desnuda e oferece ao fruidor uma cumplicidade e intimidade de quem abre um diário.
A rigidez da forma do corpo e da fisionomia gélida e comum do rosto instaura a sua própria ausência. O corpo desmaterializa o lugar de sua fisicalidade e intimidade enquanto corpo físico e orgânico e transforma-o em um corpo de simulacro.
A artista corta a materialidade que reveste o corpo (o vestido) e deixa vestígios, marcando territórios e tempos. No vídeo, usa uma fala pragmática de imagens, saindo do espaço individual e temporal para abarcar a universalidade virtual e simbólica.
A ausência do corpo – corpo no vestido, o corpo sem vestido, o corpo sem rosto, o rosto de todos - a cadeira sem corpo, o corte da tesoura, a tesoura no vestido, o tecido do corpo, o corpo de todos - de ontem, anteontem, do hoje, do amanhã. A vida de todos, no chão, a vida toda.
No nosso mundo urbano contemporâneo as coisas não se pretendem representar ou serem representadas, representando verdades externas a si mesmas. No mundo confuso do nosso dia-a-dia, onde as coisas acontecem numa velocidade superior à capacidade humana de apreensão, as aparências simplesmente são.
Charles articula as possibilidades do real no irreal. A questão da identidade é perpassada por uma sensação de impossibilidade e fugacidade.
O artista cria instalações que apresentam a dualidade como tema, a partir dos efeitos de luz e sombra, do deslocamento do real e do irreal. Com o uso da luz, o artista cria um sistema em que as coisas se apresentam como irônicos Trompe l´oeils. Assim, a bicicleta suspensa no espaço, e por isso mesma matéria de desfrute e não de uso, vê-se projetada na altura do solo para ser pedalada, revestida de múltiplas cores.
E o que aparece estranho se apresenta, na verdade, como a concepção mais possível, verdadeira e palpável da materialidade. As tensões das coisas do mundo são apresentadas através das curiosas criações do artista. Charles propõe a impossibilidade de se reter um lugar externo, tanto de se enraizar internamente. Ele discute a falência da sensação de conforto e estabilidade da vida; do sistema de relacionamentos reais e a crescente aldeia global de relacionamentos virtuais; desconstrói mitos e recria verdades.
Os artistas falam do não lugar daquela estranha – no entanto familiar – sensação de não se pertencer a lugar e tempo nenhum – do des-locamento do tempo e do espaço e da materialidade.
* por Roseli Hoffmann Schmitt, crítica de arte-ABCA/AICA
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Mais:
No blog do Solda: http://cartunistasolda.blogspot.com/2009/10/anote-na-agenda_20.html
No Jornal de Santa Catarina: http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,1124,2690959,13361