Alguém já se perguntou o porquê de Carlos Tonet cobrir tanto os “barracos” que andam acontecendo entre artistas e a FCBLU? Qual seu interesse? Quis ser colunista social, mas não teve sucesso e hoje cobre a ‘sossaite’ e os ‘bafões’?
Ele dedicou sua coluna inteira (edição 315) a narrar detalhes sobre a Audiência Pública que debate Políticas Culturais. No caso, bom apenas ele, apesar de seu complexo de humildade (é um simples marceneiro). Aliás, nem sei o Tonet foi. Se não foi, é lamentável sua coluna.
O debate foi rico, as pessoas estavam ansiosas para falar, afinal dona Marlene não compareceu a mesa proposta durante o Nosso Inverno e os artistas se comportaram até bem. Tonet assim sintetiza o debate: rasteiros, imediatistas, individualistas, corporativistas e, muitas vezes, desconexos e sem propósitos. Foi um espetáculo vergonhoso. Entre tapas, sopapos e catiripapos (ele buscou rimar, estava inspirado Tonet), pudemos ver que os agentes culturais de Blumenau andam se nivelando por baixo. No entanto, ele mesmo aponta que quem foi grosseira e evasiva foi Dona Marlene, que não teve “nível” nem mesmo com outro caso perdido, Ivo Hadlich.
Não consigo entender tamanho despropósito e falta de senso. Talvez queira chamar atenção, esteja precisando, carente. Talvez queira que tolos como eu escrevam coisas sobre ele. Ele é um péssimo exemplo do que a liberdade de imprensa pode trazer de péssimo gosto na sua cara, caso queira se informar lendo um jornal.
Qualquer um pode e deve dar pitaco, emitir opiniões e produzir reflexão e questionamento. Isso gera movimento – um passo a mais e não se está no mesmo lugar. Mas é exatamente isso que o filósofo de botequim Carlos Tonet detesta: o que ele pensa a respeito dos agentes culturais da cidade é uma agressão do antigo, de um passado que sabe que tem os dias de poder contados (escrever num jornal é uma forma de poder). Esse tipo de cara tem a cabeça do tipo burguês e sofre de uma frigidez vitoriana. Para o bem e apara o mal, uma infinidade de coisas boas, fecundas vem acontecendo em Blumenau. E nenhuma delas vem do que Tonet representa. Ele não passa de uma canoa furada. Então, onde hay gobierno que seja a cara do Tonet (essa coisa carrunchada), soy contra!
O que o lenhador da montanha propõe pelo que estou entendendo, é que a única atividade cultural que todo mundo deveria ter é assistir, no xópis, o filme Transformers. Porque todo mundo sonha em ser um Transformers um dia.
_____________
Por favor, leia a coluna desse senhor aqui. (Edição 315)
Um comentário:
Olá Márcio!
Li teus dois comentários a respeito da audiência pública, e quero te parabenizar pelos relatos. Infelizmente não pude comparecer, haja visto o horário em que se deu a audiência, que conflitou com meu horário de trabalho. De qualquer forma, consegui acompanhar a audiência pela TV Legislativa e pude ver o circo que o PMDB tentou armar.
Apesar de não ler o Tonet com frequência (prefiro investir meu tempo em coisas menos inúteis), fui até a coluna motivado pelo teu texto. Certamente, a xenofobia do articulista da Folha dói (mas não ataquemos a liberdade de expressão por conta disso. É importante que ele diga, e mais importante ainda que possamos contradizer, com argumentos, suas bazófias), entretanto, ele tem razão em alguns dos seus comentários. O bate boca de Marlene e Ivo foi esdrúxulo. Gosto do Ivo, considero-o muito enquanto ser humano, mas sua contribuição à CULTURA (enquanto presidente da Fundação)foi pífia. Claro que considero suas dificuldades, afinal, Pequeno Kleinubing era também o prefeito em seu tempo. Assim, os aplausos que recebeu da plateia me pareceram descabidos. Arfff... É tudo farinha do mesmo saco. Também acho que não é função da FCBLU abrigar entidades, mas projetos. Projetos literários devem ser abrigados, incentivados, fomentados e pensados na FCBLU, mas não vamos misturar as coisas. Particularmente sempre considerei a SEB nociva ao desenvolvimento da literatura blumenauense, ainda assim, respeito seu direito de existir, mas enquanto cidadão não aceito que a FCBLU ceda espaço permanente à entidade (uma sala). Para que a SEB quer uma sala na Fundação? Uma coisa é abrigar suas reuniões, seus eventos, seus debates (debates?), outra coisa bem diferente é destinar uma sala para a entidade. Daqui a pouco, haverá sala para a ALB, Bluap, Coletivo Nosso Inverno, Associação dos Caça e Tiros, etc...
Também tenho que concordar parcialmente com as críticas de Tonet à classe artística. Se o articulista exagera na mão, colocando todo mundo no mesmo saco, é verdade também o despreparo e oportunismo de muitos de nós. Enquanto alguns poucos artistas lançaram perguntas consistentes, demostrando visão de arte e preocupações com política cultural, outros perguntaram, por exemplo, sobre o catálogo do Elke Hering. Tudo bem, festejamos a diversidade e a caminhada de cada um, mas precisamos reconhecer que não dá para chamar uma audiência pública para ficar discutindo o varejo.
Não adianta tirar a Marlene do cargo. Talvez Pequeno Kleinubing até o faça, a fim de calar os artistas por algum tempo. Aí faremos novas reuniões com o novo presidente e seremos engabelados por mais um bom tempo. Está na hora dos artistas sermos honestos conosco mesmo. Está na hora de fuçarmos em nossa própria sujeira. Está na hora de quebrarmos a máscara que usamos, nos despirmos e, honestamente, dizermos a que viemos.
Abraço forte,
Viegas
Postar um comentário