Quinta-feira
05 de maio
18h3005 de maio
Fundação Cultural de Blumenau
Sala Oficial
Coletivo Lugares é uma mostra formada pelos artistas Felipe Góes, Fernanda Izar, Jeff Chies e Jorge Moura. O grupo tem desenvolvido seu trabalho, focado na pintura. "Olhar e entender a pintura como uma escolha, como linguagem aberta e contemporânea, é nosso ponto de contato mais significativo. Da pintura como linguagem podemos extrair respostas, ou melhor, levantar questões pertinentes ao nosso olhar para o mundo, e é o que nos move como artistas", disseram os expositores. Trata-se de um grupo novo que representa a diversidade do que é a cena das artes plásticas em São Paulo e que está inserido no novo contexto que a pintura vem construindo nesses últimos anos. A produção é individual. É o convívio de seus ateliers - principalmente no atelier A Pipa, mais o grupo de estudos do artista plástico Paulo Pasta, do qual fazem parte, que faz a discussão florescer e ganhar vida.
"O desconhecido é a profundidade com a qual desenvolvemos nossas pesquisas formais, nossa experimentação no interior da linguagem. De alguma forma, na pintura sempre se fala de um lugar, no sentido de espaço pictórico, no sentido de poder estar, ou ainda, um espaço onde caiba uma questão, um problema formal e, por que não, sensorial".
Texto do coletivo
Os artistas residem em São Paulo.
Fernanda Izar é natural do Rio de Janeiro. Graduada no curso de Comunicação Social da UFRJ, cursa Artes Plásticas na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo.
Felipe Góes é natural de São Paulo, graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie, com vários cursos de pintura, história da arte e exposições.
Jeff Chies, graduado em Comunicação Social pela PUC, de Porto Alegre, desde então dirige documentários, curtas-metragens e comerciais. Há algum tempo desenvolve seu trabalho de pintura, tendo participado de várias exposições coletivas - Ateliê Livre Instituto Tomie Ohtake.
Jorge Moura é natural de Santos. Estudou jornalismo na Universidade UNISANTA - Santos, curso de História da Arte na Escuela de Arte Plásticas - Manoel Musto, na Argentina, Curso de Fotografia na ESPM, curso Ateliê de Pintura Acrílica, Museu de Arte Moderna, com o artista Plástico Sérgio Niculicheff. Atualmente cursa Pintura a Óleo no Instituto Tomie Ohtake, ministrado pelo artista plástico Paulo Pasta.
Sala Especial
Entre outras impressões, obras de José Nasser. "A mim satisfaz muito atingir o observador com um trabalho não figurativo, que não é narrativo em sua origem, mas abre-se para uma narrativa proveniente do olho do observador".
Essas palavras do pintor José Nasser são a afirmação do seu compromisso com o abstracionismo e com a pintura. Preferimos chamá-lo de pintor e não artista plástico, apesar de suas incursões por outros meios de expressão plástica (gravura, fotografia, desenho, instalação), porque é na pintura que reside e se mostra o seu laboratório de criação. É nela que o processo artístico de criação plástica torna-se, então, uma aventura do olhar e uma aventura da consciência. Os diversos olhares do artista fazem surgir a obra, enquanto forma e enquanto objeto estético, e se somam aos múltiplos olhares do expectador que com eles se encontram para tecerem a complexa superfície significativa do trabalho. Segundo Cassirer, a visão artística não é uma visão passiva que recebe e registra a impressão das coisas. É uma visão construtiva e somente pelos atos construtivos descobrimos a beleza das coisas naturais.
Na pintura de José Nasser essa visão construtiva escolhe, recorta, redimensiona. A rede de significação é o resultado da ambigüidade de uma visão horizontal, que faz o trabalho ultrapassar os limites da tela, ao apropriar-se do seu entorno, e uma visão vertical - para dentro - que mergulha na própria materialidade da obra e, consequentemente, em sua singularidade. Ambas as visões não se excluem, antes se completam, dialogam entre si, alimentando-se mutuamente.
Considerando-se a trajetória do artista, essa visão construtiva tem selecionado, recortado, relativizado os elementos constituintes da pintura em si e do ato de pintar. A gestualidade informal convive com o desenho, a lavagem, a impressão. A passagem gradativa do figurativo (dos trabalhos iniciais) ao não figurativo caminha de forma a viabilizar uma volta ao figurativo enriquecida pela experiência do ser-abstrato, que acaba por conviver pacificamente com a figura que nele se vela e desvela.
Risco e necessidade acompanham o limite. É preciso arriscar-se além do estabelecido para poder respirar novas possibilidades. É preciso jogar com o limite para se conhecer as potencialidades do ato criador. Assim, as grandes dimensões se tornam médias e pequenas dimensões. O ato repetido não é o mesmo, mas um outro, sob nova luz. O fundo ganha cor: não a cor pura, catalogável, mas a cor ambígua, resultado de inúmeras interferências, superposições, recortes, texturas que criam uma pele, não mais linear e bidimensional, mas tridimensional. O corte que o gesto do artista imprime à superfície revela o enigma de sua profundeza: o processo ali está a um tempo exposto e oculto, instigando o observador a decifrá-lo.
Para adorno, as obras de arte são enigmas que se oferecem à decifração, ao mesmo tempo em que se retraem a uma compreensão definitiva. A obra de José Nasser alimenta-se desse processo: dar forma ao fluido, conviver com a estranheza, ter a coragem de perseguir o caminho aberto pela primeira impressão e de transformá-la num caleidoscópio de novas impressões, individualmente, sem remeter a nada que não seja o ato de pintar, pintura enquanto pintura, metaforicamente carregado de todos os sentidos que essa prática encerra. Com estilo, ecoando a definição de H. Read: Todo gesto humano, desde que expressivo, tem estilo, o que é a justificativa do ato de pintar.
Célia Seabra
José Nasser nasceu no Rio de Janeiro. É graduado pela Escola de Belas Artes/UFRJ; desde 1986 participa de exposições coletivas - já participou de 14 exposições individuais.
Galeria Municipal de Arte - Sala Alberto Luz
Esculturas em Ferro dos artistas Ademir dos Santos - o Russo, Elke Hering, Luiz Carlos Presente e Marlene da Silveira. As obras fazem parte do acervo do MAB.
Sala Elke Hering
A condição humana - drama e humor - é a temática que possibilita à artista Jussara Pires a total liberdade de expressão. A exposição se caracteriza por imagens gráficas impactantes de xilogravuras, com estilo próprio e liberdade artística. As xilogravuras apresentadas são de três grupos: retratos, personagens, temas urbanos e mitologia. O personagem O Mágico - série - surge dos labirintos do inconsciente, do sonho dos arquétipos, dramático, perturbador, misterioso e vigorosamente expressivo.
Segundo Livio Abramo, na gravura, capacidade técnica e capacidade de concepção caminham lado a lado... a qualidade e o valor artístico de uma gravura não dependem nem da legitimidade dos métodos clássicos de gravação nem tampouco do artifício de inovações técnicas.
Natural de Porto Alegre, Jussara Pires participou de exposições nacionais e internacionais, tendo sua obra recebido reconhecimento através de prêmios, menção honrosa e diploma honorário.
Galeria do Papel
Obras de Fernando Alex, em acrílica sobre papel, datadas de 1995, que fazem parte do acervo do MAB. Fernando Alex Oechsler é um artista plástico blumenauense, que possui em seu currículo várias exposições coletivas e individuais. Foi selecionado para o III Salão Elke Hering - Mostra Contemporânea de Artes Plásticas - 1997.
Espaço AlternativoAproveitando a Noite Multicultural, o público também poderá visitar o Porão da Fundação Cultural de Blumenau, que apresenta a exposição Escritos da Carne, da historiadora e professora universitária Carla Fernanda da Silva, que há algum tempo pesquisa questões relacionadas ao corpo, ao erótico e à sexualidade humana. A mostra é composta por 21 fotografias de pessoas/casais com textos eróticos escritos em seus corpos. As imagens são de Aline Assumpção, Carla Fernanda da Silva, Carlos Lobe, Charles Steuck, Ivan Schulze, Mariana Florêncio e Sally Satler.
Noite de Autógrafos:
Gregory Haertel autografa seu novo livro Quarteto de Cordas para Enforcamento
Atração Musical
A Noite Multicultural terá como atração musical a apresentação do Coro da FURB, que é um dos grupos estáveis de produção artística da Universidade Regional de Blumenau, e que iniciou suas atividades em 1986, sob a regência de Frank Graf. Após um breve recesso, o coro retomou suas atividades em 1992, sob a direção artística de Eusébio Kohler. O grupo tem como objetivo a produção musical com enfoque na música popular brasileira. Atualmente lança um olhar sobre a música popular que é produzida dentro do Estado de Santa Catarina, com o objetivo de cantar os compositores catarinenses ou aqueles que vivem no Estado. As apresentações do coro, que costumam ser a capella (sem acompanhamento instrumental), normalmente acontecem nos espaços e eventos da universidade e da cidade. Integram o coro 25 componentes - em sua maioria acadêmicos da Furb, além de funcionários da universidade e pessoas da comunidade. Atualmente o grupo atua no espetáculo "Cinco ou seis coisas que eu sei", montagem do VII semestre de Teatro da FURB, que estará na Temporada Blumenauense de Teatro, de 18 a 22 de maio, às 20 horas, na Fundação Cultural.
Conversa com os artistas
A partir das 18h30 acontece o encontro com os artistas, que vão falar sobre sua trajetória e obras expostas. Professores, arte-educadores, coordenadores pedagógicos, artistas, acadêmicos, alunos de arte e comunidade em geral estão convidados a participar desse bate-papo .
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A Fundação Cultural fica na Rua Quinze de Novembro, 161, e a visitação às exposições poderá ser feita até 22 de maio, de terça a sexta-feira, das 9 às 17 horas; sábados, domingos e feriados, das 10 às 16 horas. Visitas monitoradas podem ser marcadas pelo telefone 3326 6596. A entrada é gratuita.
Fonte: Mia Ávila, gerente do MAB (3326 6596 e 9927 9877)
Assessora de Comunicação: Marilí Martendal (3326 8124 e 9943 0235)
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