FALAÇÕES
A vida é um imperativo, está aí, tal qual nosso mal-estar ao constatarmos a sentença: há um princípio, há um fim! Soco no peito saber das coisas assim. Pronto. E temos Falações a preencher toda esta escatologia. Os versos do Labes são este punho de pugilista... sem luvas. Tendões e nervos desnudos da pele, e não sabemos se dói mais nossa face, ou se suas próprias mãos. Porque aqui temos o poema sincero, o poema direto. Porque se há a ferida, há também um dedo a escaranfunchá-la, sem piedade. Incomoda-nos, porém, sabermos que a ferida borbulha em nosso peito, aberta como boca sedenta, e o poeta aqui se mete, invade como seta, revolve e rebenta tudo, órgãos, veias, músculos. Por fim, sabemo-nos irmanados: a dor é sempre a mesma!
Há muito que venho lendo os poemas do Labes; melhor, há muito que os poemas do Labes vêm me revolvendo o íntimo, estabelecendo esta relação bizarra, febril, como o homem que morde os lábios para sentir o prazer da dor. Há um incômodo nisto tudo, claro está, mas para que serve um poeta senão para isto? E os poemas reunidos neste livro têm esta capacidade de desestruturar, de chocar, de socar, de revolver. São curtos, são duros, eloqüentes! Devolvem à palavra todo seu peso de dizer!
Dizer de Falações um livro de poemas, é dizer pouco, muito pouco. Talvez dizer que há muito estávamos precisados de um acontecimento assim, é dizer mais, é dizer o justo. Falações é este acontecimento literário que ainda vai dar muito o que falar.
Viegas Fernandes da Costa
Escritor
Vai lá: www.falacoes.blogspot.com
3 comentários:
opa, estaremos lá!
ahãã!
Olá, hoje estarei testando os acessórios para participar amanha de uma video conferência com os poetas do memento mori de Brasília, mas desejo uma bela noite e muitas emocoes a todos que estarao lá, no lancamento do livro do Labes! abraços!
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