segunda-feira, 21 de julho de 2008

Eu também vou reclamar...


FALAÇÕES

A vida é um imperativo, está aí, tal qual nosso mal-estar ao constatarmos a sentença: há um princípio, há um fim! Soco no peito saber das coisas assim. Pronto. E temos Falações a preencher toda esta escatologia. Os versos do Labes são este punho de pugilista... sem luvas. Tendões e nervos desnudos da pele, e não sabemos se dói mais nossa face, ou se suas próprias mãos. Porque aqui temos o poema sincero, o poema direto. Porque se há a ferida, há também um dedo a escaranfunchá-la, sem piedade. Incomoda-nos, porém, sabermos que a ferida borbulha em nosso peito, aberta como boca sedenta, e o poeta aqui se mete, invade como seta, revolve e rebenta tudo, órgãos, veias, músculos. Por fim, sabemo-nos irmanados: a dor é sempre a mesma!

Há muito que venho lendo os poemas do Labes; melhor, há muito que os poemas do Labes vêm me revolvendo o íntimo, estabelecendo esta relação bizarra, febril, como o homem que morde os lábios para sentir o prazer da dor. Há um incômodo nisto tudo, claro está, mas para que serve um poeta senão para isto? E os poemas reunidos neste livro têm esta capacidade de desestruturar, de chocar, de socar, de revolver. São curtos, são duros, eloqüentes! Devolvem à palavra todo seu peso de dizer!

Dizer de Falações um livro de poemas, é dizer pouco, muito pouco. Talvez dizer que há muito estávamos precisados de um acontecimento assim, é dizer mais, é dizer o justo. Falações é este acontecimento literário que ainda vai dar muito o que falar.

Viegas Fernandes da Costa
Escritor



Vai lá: www.falacoes.blogspot.com

3 comentários:

Charles disse...

opa, estaremos lá!

Ali Assumpção disse...

ahãã!

Nane Pereira disse...

Olá, hoje estarei testando os acessórios para participar amanha de uma video conferência com os poetas do memento mori de Brasília, mas desejo uma bela noite e muitas emocoes a todos que estarao lá, no lancamento do livro do Labes! abraços!