quarta-feira, 30 de junho de 2010

Dica de Leitura

A "Dica de Leitura" desta semana é a obra "O livro dos poemas", organizado por Sérgio Faraco. No vídeo abaixo a declamação do poema "Versos Íntimos", escrito por Augusto dos Anjos em 1901 e que integra a obra.

O quadro "Dica de Leitura" integra o programa "Expressão", veiculado na FurbTV (Repetidora dos canais Futura e TV Brasil para o Vale do Itajaí).

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Carta Aberta: sobre o salão de artes visuais de Itajaí

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À Organização do 12º Salão Nacional de Artes de Itajaí,
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Na última segunda-feira tivemos a oportunidade de participar da mesa-redonda e da solenidade de abertura do 12º Salão Nacional de Itajaí. A mesa-redonda composta por oito artistas/curadores foi uma iniciativa indiscutivelmente proveitosa e de teor relevante para os presentes. Mas foi também nessa ocasião que, muitos de nós, nos demos conta da metodlogia de “indicadores” utilizada para a composição do Salão e também de que o Edital, não foi cumprido, tendo sido foi apenas um instrumento de fachada para a realização de um outro "Salão", diferente daquele divulgado no regulamento.
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Não somos contra as mudanças e evolução do formato do Salão, da utilização deste modelo híbrido seleção/indicação. Mas a questão é que, até agora, não sabemos exatamente quem foi selecionado no edital ou indicado (aliás o site da Fundação Cultural de Itajaí está fora do ar), ou seja o resultado do edital não ficou claro e, em se tratando da “coisa pública”, isto é preocupante.
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Numa inciativa que pretendia beneficiar e promover artistas, são justamente os artistas os principais lesados. A começar pelo edital: artistas blumenauenses já haviam reclamado do regulamento, que praticamente inviabilizava a participação, haja visto que não se previa nenhum pró-labore ou ajuda de custo aos selecionados (o artista tem custos significativos material, trasporte, montagem, seguro para participar de um salão, sem mencionar todo trabalho do autor), apenas a gloriosa premiação no valor de R$ 5.000 para quatro artistas (aliás, este formato de ‘premiação’ já não é também por demais utrapassado?).
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Passado o problema do edital em si, vem a questão do resultado. O que se presumiu ao visitar o Salão e ouvir as falas do curador Josué Mattos é que, a organização, no meio do caminho, optou por não seguir o edital, mudando as regras e prejudicando nitidamente todos os inscritos legalmente (que investiram numa inscrição e acreditaram estar participando de um processo público, legal e idôneo), e passando a privilegiar os 'indicados', que foram agraciados com o apoio da organização do evento.
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Reforçamos, não somos contra a reformulação do Salão, visando um formato mais contemporâneo e adequado, mas, mudar as regras no meio do jogo realmente não pega bem.
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Pensamos que a metodologia da indicação pode acrescentar muito ao processo e permitir um interessante mapeamento da produção nacional, mas acrescentamos que consideramos importante também a manutenção do processo de seleção via edital, que pode ser o único caminho que possibilite a artistas distantes dos grandes centros, anônimos e sem uma rede interessante de relações e contatos, o acesso ao sistema.
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Como deveria ser feito nesta edição, o Salão tem que declarar oficialmente suas pretensões combinando então as seleções através do edital e as indicações, oferecendo suporte igualitário para ambos grupos de artistas e, o mais importante: que isso seja divulgado de maneira clara e transparente neste edital que é público.
Gostaríamos de uma explicação por parte da organização do evento sobre as alterações feitas neste Salão, bem como também a lista que indique os que foram aceitos via inscrição (se é que houve algum). Na medida que é um edital público, o processo precisa ser feito com isonomia e respeito aos inscritos no edital.

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Estamos a disposição para dialogar e trocar.
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Atenciosamente,
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Fórum de Políticas Culturais de Blumenau
Setorial de Artes Visuais
22 de junho de 2010.

Edital para exposições do Museu de Arte de Blu

...para quem quer expor no 2º semestre de 2010
no Museu de Arte de Blumenau.
inscrições até 31 de julho.

Edital e Ficha de inscrição no site da Fundação:

Acessar no menu:
"Espaços Culturais" > "Museu de Arte de Blumenau"

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Escambau, e o diabo a quatro

4º edição da festa ESCAMBAU:
traga suas artes, suas coisas e venha escambalizar com a gente...

04 DE JULHO
NO RANCHO DO PASTEL DO CENTRO

veja fotos da última festa...


JÁ CONFIRMADOS:

artes visuais:
ALINE ASSUMPÇÃO
BRUNO BACHMANN
CHARLES STEUCK
CLAUDIO PERUZZO JR.
CLOVIS TRUPPEL
DIETER HEISS
DAIANA SCHVARTZ
FABIANO WURR
FABRÍCIO SCHMITT
IVAN SCHULZE
MARCO STRUVE
MARIANA FLORENCIO
NANCI MERIZI MOSKORZ
OPIOPTICO
TELOMAR FLORENCIO

música
BANDA BIPOLAR
CAPIVARA CULTURA RITMICA
ELETROLDO MONOBANDA
JOÃO NEUMANN/ LORD HERBY
MARCELO LABES / NARCISO APRENDE A NADAR
MAX BULARQUE
NANA TOLEDO
TRAVESSEIRO POLAR

literatura
NANA TOLEDO
TÂNIA RODRIGUES/ ALINE ASSUMPÇÃO
TEREZINHA MANCZAK
MARCO STRUVE

moda
ART-SHIRTS - VANESSA NEUBER
BÊ DA SILVA - ATELIER COISAS DE ALICE
DEDA SILVEIRA
ESPAÇO COLETIVO - RENATA LIBARDO
ROCKET CAMISETAS

brechó
BRECHÓ DA CAROL LUZ
'MINIBRECHOZINHO' DA CAROL PASSOS
BRECHÓ DA ANA CLÁUDIA E DA GABI
COISARADA DAS MARICREUZAS



in progress....

OBS: contato para músicos, bandas: labesmar@hotmail.com ou no 9170-8592. Importante saber que equipamentos cada atração necessita e dispõe.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Abertas Inscrições para o Fundo Municipal 2010

Está aberto o edital do Fundo Municipal da Apoio a Cultura, que contempla projetos culturais

destinados ao apoio do Fundo Municipal de Apoio à Cultura, contemplando as áreas de

Música; Artes Cênicas; Cinema, Fotografia, Vídeo; Literatura; Artes Gráficas; Artes Plásticas;

Folclore, Cultura Popular e Artesanato; Patrimônio Cultural; Biblioteca; Arquivo, Pesquisa e Documentação; e, Dança.

Informações sobre o Fundo são possíveis pelo telefone 3326 6846 ou através do e-mail jurídico@fcblu.com.br

O regulamento está disponível através do site http://www.fcblu.com.br/

Inscrições até 23 de julho.

Unidos do Botão....


 mais em: http://unidosdobotao.blogspot.com/

Minhas leituras de Saramago

Minhas leituras de Saramago

Viegas Fernandes da Costa

Recém havia saído da adolescência e, por uma razão ou outra, li “Ensaio sobre a cegueira”. Não que isso importe algo, essa experiência que tenho da leitura dos textos de Saramago, mas diante da intransigência da morte e do sentimento de impotência que esta nos imputa, não vejo por onde me rastejar senão pela memória das impressões que o universo saramaguiano me concedeu. Então, como dizia, li o “Ensaio sobre a cegueira” e pude compreender a potência de uma literatura visceral e honesta. Não se é possível ler tal texto, parábola de nossa condição humana, sem a sensação de se ter vivido uma experiência que lacera o espírito e nos envergonha de nosso individualismo e imobilidade, que mascaramos com gestos vãos e palavras estéreis. “Ensaio sobre a cegueira” me desloca, sempre, ao genocídio tutsi em Ruanda, ao genocídio palestino perpetrado sob nossos olhos ocidentais e hipocritamente cegos, ao silêncio a respeito do povo de Timor Leste e às vítimas dos desgovernos e terremotos no Haiti, cuja capacidade de comoção duram o tempo de uma passarela, porque enfastiados de vermos as mesmas ruínas, buscamos saciar nossa eroticidade mórbida em outros charcos de sangue, em outras postas de carne humana desmembradas de seus corpos. Assim, sempre houve esta sensação de vergonha e culpa, sim, vergonha e culpa, que este primeiro contato com um texto de Saramago me provocou.
Movido pela inquietude provocada por esta primeira leitura, busquei mais. Foi quando me tocou o corpo o “Memorial do convento”. Marcou-me a poesia de um certo padre Bartolomeu, inventor de herética geringonça alada movida pelas vontades humanas que seu ajudante, Baltasar Mateus, colhia em um frasco em meio à multidão. Claro está, não há melhor combustível que faça voar um sonho senão a vontade humana. Entretanto, esta escapa-nos do corpo tangido pela necessidade de sobreviver. “Memorial do convento” ensinou-me que não há humanidade onde as vontades dão lugar à necessidade, onde se confunde sonho com devaneio. Sei que não cabe à literatura dar lições. Não, claro que não. Entretanto, o diálogo que estabeleço, enquanto leitor, com as provocações de um texto, apesar de socialmente construído está profundamente marcado pela subjetividade. Por isso posso reconhecer que sempre serei grato a Saramago por tudo que aprendi com Blimunda, Baltasar e Bartolomeu, personagens centrais desse seu “Memorial”. Grato por compreender aquilo que afinal nos constitui tão únicos, mas que nos foge quando tangidos qual gado a mover a roda do engenho.
Feitiço lançado, segui estupefato o fio de Ariadne, acompanhando os passos do Senhor José – o personagem – pelo labirinto de prateleiras vergadas e empoeiradas da velha Conservatória, guardiã do esquecimento. Falava Saramago – o autor – nas páginas que me remeteram a um Kafka revivido para concluir sua obra, tão tensa e intensa a trama e a fábula de “Todos os nomes”. Como possível uma história tamanho extraordinária? – a questão que me incomodava a cada linha sem pontuação que se desdobrava ante meus olhos de criança deslumbrada! Criança deslumbrada, com o perdão do pleonasmo, porque não há infância sem deslumbramento. Pensei ter lido o cume; engano! Indisciplinado, encontrei-me com um Cristo humano e carnado que, reconheço, quase me convenceu. Ironia do insólito! Como um ateu declarado podia reescrever uma história dois mil anos recontada e ainda assim torná-la inédita? E mais, como podia este mesmo ateu, ourives da palavra, construir uma das mais poéticas e profundas passagens da literatura universal, conquista sublime do espírito humano, quando nos transporta para o interior de uma barca atracada no centro de um mar tomado por intransponível nevoeiro? Saramago enfrentou Deus! Desfiou-nos um rosário de martírios e barbáries inconcebíveis e inexplicáveis capazes de dobrar as ambições do Diabo que, como Pastor que é, intervém junto a esse Deus sanguissedento em nome do perdão. A resposta? “Para que eu seja o Bem, é necessário que tu continues a ser o Mal” – ei-la! Espernearam os guardiões do cristianismo. Saramago não fora o primeiro, é certo. Kazantzakis fizera-o antes, tal qual tantos outros. Entretanto, a lucidez e os argumentos do velho comunista moveram o catolicismo português a tentar intervir no reconhecimento literário daquele que viria a ser o primeiro autor da língua portuguesa laureado com o Nobel de Literatura. Mágoa e exílio na insular Lanzarote, onde o mestre da palavra conheceu a diferença entre estar e não já não mais estar.
Depois do “Evangelho” não houve texto de Saramago que não me interessasse ler. É bem verdade, reconheço, que nem tudo foi deslumbramento. No “Ensaio sobre a lucidez”, por exemplo, a impressão de um resvalo planfetário; e em “Caim”, o gosto de uma sopa requentada. Neste meu rastejar pela memória das impressões que o universo saramaguiano me concedeu não há espaço para o desonesto, por isso o registro. Mas não há nada como o bom estro de um artista que se reinventa, e houve a história do Elefante Solimão e seu cornaca Subhro, escrita após grave enfermidade nos estertores de 2007. Ocorreu-me, à época dessa leitura, o pensamento de que a carícia da morte devolve-nos uma leveza e um certo humor que perdemos com o transcorrer dos anos. Isto porque em “A viagem do elefante” encontrei um Saramago mais leve, consciente da importância da sua literatura, porém ciente, também, de que talvez já tivesse dito o que havia para se dizer, e que àquela altura da sua vida e carreira importava mesmo o prazer de escrever uma boa história. E que boa história, tão repleta de sutilezas e ironias!
Enfim, soube que já não está mais. Morreu o corpo de José na manhã de uma sexta-feira, ao lado da mulher que amava. A mim ocorreu-me, então, reler o discurso que proferiu quando da cerimônia de entrega do prêmio Nobel, em 1998, e onde inicia dizendo que o homem mais sábio que conheceu em toda a sua vida não sabia ler nem escrever. Conta ali a história dos seus avós maternos que, nos dias de muito frio, levavam os porcos mais frágeis da pequena criação para dormirem consigo, sob o calor das mantas grosseiras. Alertou-nos Saramago, ao narrar a tradição ágrafa da família que o apresentou ao mundo, que o verbo não se determina nos gens. Que o gênio se constrói na experiência e na coerência. E assim o fez! Neste mesmo discurso, reconheceu que sua voz ecoa nas vozes das suas personagens. E se dizia que a morte era a diferença entre estar e já não mais estar, o Saramago que se consagrou à palavra, que se multiplicou nas Blimundas e nos Raimundos, nos homens e mulheres do Alentejo e nos tantos homens e mulheres que encontraram a eternidade no terreno universal da sua Literatura, se já não está mais nesta matéria perecível que nos compõe a todos, continua estando nas criaturas pelas quais falou e se fez ouvir. Por isso não choro a perda do mestre, pois lágrimas estéreis. Simplesmente lanço meus olhos para a estante e escolho o livro que fará Saramago estar novamente comigo.

* Viegas Fernandes da Costa é historiador e escritor, autor dos livros “Sob a luz do farol” (2005), “De espantalhos e pedras também se faz um poema” (2008) e “Pequeno álbum” (2009). Permitida a reprodução deste texto desde que citada a autoria e mantida a íntegra. Blog: viegasdacosta.blogspot.com

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Susie Asado...



Hello Antena - Susie Asado, Berlim- Alemanha
http://www.myspace.com/susieasado

Morre aos 87 anos o escritor português José Saramago


Morreu nesta sexta-feira (18) em Lanzarote (Ilhas Canárias, na Espanha), o escritor português José Saramago, aos 87 anos. Em 1998, Saramago ganhou o único Prêmio Nobel da Literatura em língua portuguesa.
A Fundação José Saramago confirmou em comunicado que o escritor morreu às 12h30 (horário local, 7h30 em Brasília) na residência dele em Lanzarote "em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila".
Nos últimos anos, o escritor foi hospitalizado várias vezes, principalmente devido a problemas respiratórios.
O velório de José Saramago será realizado a partir das 17h no horário local (13h em Brasília) em Tías, na ilha de Lanzarote. A solenidade será na biblioteca Tías, que leva o nome do escritor.
Saramago publicou no final de 2009 seu último romance, "Caim", obra com um olhar irônico sobre o Velho Testamento e, por isso, muito criticada pela Igreja.
Ateu e integrante do Partido Comunista Português, o escritor nasceu em 1922, em Azinhaga, uma aldeia ao sul de Portugal, numa família de camponeses. Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de produção em uma editora.
Começou a atividade literária em 1947, com o romance Terra do Pecado. Voltou a publicar livro de poemas em 1966. Atuou como crítico literário em revistas e trabalhou no Diário de Lisboa. Em 1975, tornou-se diretor-adjunto do jornal "Diário de Notícias". A partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor.
Em 1980, alcança notoriedade com o livro Levantado do Chão, considerado por críticos como seu primeiro grande romance. Memorial do Convento confirmaria esse sucesso dois anos depois.
Em 1991, publica O Evangelho Segundo Jesus Cristo, livro censurado pelo governo português -- o que leva Saramago a exilar-se em Lanzarote, onde viveu até hoje.
Entre seus outros livros estão os romances O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), Todos os Nomes (1997), e O Homem Duplicado (2002); a peça teatral In Nomine Dei (1993) e os dois volumes de diários recolhidos nos Cadernos de Lanzarote (1994-7).
O livro Ensaio sobre a Cegueira (1995) foi transformado em filme pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles em 2008 (veja mais ao lado).


A primeira biografia de Saramago, do escritor também português João Marques Lopes, foi lançada neste ano. A edição brasileira de "Saramago: uma Biografia" chegou às livrarias no mês passado, com uma tiragem de 20 mil exemplares pela editora LeYa.
Segundo o autor, Saramago chegou a pensar na hipótese de migrar para o Brasil na década de 1960. "Em cartas a Jorge de Sena e a Nathaniel da Costa datadas de 1963, Saramago considera estes tempos em que escreveu e reuniu as poesias que fariam parte de 'Os Poemas Possíveis' como desgastantes em termos emocionais e chega mesmo a ponderar a hipótese de migrar para o Brasil. Esta informação surpreendeu-me bastante, pois não fazia a mínima ideia de que o escritor chegara a ponderar a hipótese de emigrar para o Brasil e por a mesma coincidir com o período da história brasileira em que esteve mais iminente uma transformação socialista do país", disse Lopes em entrevista à Folha.com.

"Não se pode confiar em Deus",
afirma escritor José Saramago

Após lançamento da biografia, Saramago classificou a obra como "um trabalho honesto, sério, sem especulações gratuitas".

Nobel

Saramago ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em outubro de 1998, aos 75 anos.
Em comunicado à época, Real Academia Sueca assim justificou a premiação: "A arte romanesca multifacetada e obstinadamente criada por Saramago, confere-lhe um alto estatuto. Em toda a sua independência, Saramago invoca a tradição que, de algum modo, no contexto atual, pode ser classificada de radical. A sua obra literária apresenta-se como uma série de projetos onde um, mais ou menos, desaprova o outro, mas onde todos representam novas tentativas de se aproximarem da realidade fugidia".

Ajuda ao Haiti

Saramago relançou em janeiro deste ano nova edição do livro A Jangada de Pedra, que tem toda a sua renda revertida para as vítimas do terremoto no Haiti. O relançamento da obra foi resultado da campanha "Uma balsa de pedra a caminho do Haiti", que doa integralmente os 15 euros que custará o livro (na União Europeia) ao fundo de emergência da Cruz Vermelha para ajudar o Haiti.
Em nota, Saramago havia explicado que a iniciativa é da sua fundação e só foi possível graças à "pronta generosidade das entidades envolvidas na edição do livro".

Obras publicadas

Poesias
- Os poemas possíveis, 1966
- Provavelmente alegria, 1970
- O ano de 1993, 1975
Crônicas
- Deste mundo e do outro, 1971
- A bagagem do viajante, 1973
- As opiniões que o DL teve, 1974
- Os apontamentos, 1976
Viagens
- Viagem a Portugal, 1981
Teatro
- A noite, 1979
- Que farei com este livro?, 1980
- A segunda vida de Francisco de Assis, 1987
- In Nomine Dei, 1993
- Don Giovanni ou O dissoluto absolvido, 2005
Contos
- Objecto quase, 1978
- Poética dos cinco sentidos - O ouvido, 1979
- O conto da ilha desconhecida, 1997
Romance
- Terra do pecado, 1947
- Manual de pintura e caligrafia, 1977
- Levantado do chão, 1980
- Memorial do convento, 1982
- O ano da morte de Ricardo Reis, 1984
- A jangada de pedra, 1986
- História do cerco de Lisboa, 1989
- O Evangelho segundo Jesus Cristo, 1991
- Ensaio sobre a cegueira, 1995
- A bagagem do viajante, 1996
- Cadernos de Lanzarote, 1997
- Todos os nomes, 1997
- A caverna, 2001
- O homem duplicado, 2002
- Ensaio sobre a lucidez, 2004
- As intermitências da morte, 2005
- As pequenas memórias, 2006
- A Viagem do Elefante, 2008
- O Caderno, 2009
- Caim, 2009


* Com agências internacionais
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/06/18/morre-o-escritor-portugues-jose-saramago.jhtm

da curitiba perdida:


"Pintou estrelas no muro 
e teve o céu ao alcance das mãos" 

Helena Kolody

A SUBJETIVIDADE DO ATOR E O CLOWN com Marianne Consentino


Olá Amigos

O L.E.G.U.M.E. PALHAÇOS está a promover um retiro de palhaço do dia 03 até dia 09 de julho, durante o retiro acontecerá a oficina: A SUBJETIVIDADE DO ATOR E O CLOWN com Marianne Consentino.

Esse retiro será um momento de distanciamento do nosso cotidiano para mergulharmos profundamente no trabalho de pesquisa com o palhaço. Consiste em 7 dias na praia de Pereque em Porto Belo numa casa a 50 metros da praia convivendo e estudando em grupo.

Para participar deve-se mandar a ficha de inscrição em anexo para palhacoslegume@gmail.com .

O investimento para a oficina é:
  • Disponibilidade para o trabalho
  • Disponibilidade para a convivência em grupo
  • 200 reais.
A inscrição só será confirmada após o pagamento de 50% ou 100% do valor de 200 reais. Caso a pessoa pague 50% na primeira parcela os outros 50% deverão ser pagos no primeiro dia de Oficina. O prazo máximo para inscrição é o dia 26 de junho.As vagas são limitadas e será dada preferência para a comunidade Itajaiense caso não cubra todas as vagas será aberta para pessoas de outras cidades.

Embora o retiro seja do dia 3 até o dia 9, o alojamento será feito no dia 2 de julho e a saída da casa será no dia 10 de julho, Isso para não prejudicar o trabalho durante os 7 dias. Para chegar no espaço será organizado o transporte com os inscritos de Itajaí até Pereque.

O projeto tem o apoio da prefeitura Municipal de Itajaí, da Fundação Cultura de Itajaí e do TECONVI através da Lei Municipal de Incentivo á cultura
Apresentação da Oficina:

 De acordo com o encenador inglês Peter Brook, “o teatro talvez seja uma das artes mais difíceis porque requer três conexões que devem coexistir em perfeita harmonia: os vínculos do ator com sua vida interior, com seus colegas e com o público” [1]. Embora Brook não se refira em nenhum momento ao clown, os elementos considerados por ele como necessários ao ator são o que legitimam o clown, ou seja, sem esses elementos o clown não existe.

Nesta oficina o clown é apresentado como a exposição dos aspectos ingênuos e ridículos do ator diante de um público. Esta é a linha de pesquisa seguida sobretudo pelos clowns franceses, que consideram mais importante a maneira como o clown faz algo, do que o que ele faz propriamente. Segundo esta linha, a relação com o público e com o ambiente é um aspecto essencial para o desenvolvimento do ator nesta linguagem.

Deste modo tanto a conexão do ator com sua vida interior quanto sua relação com o universo exterior se configuram como princípios fundamentais – o que nos leva a crer que a técnica do clown pode ser um caminho para a arte do ator.

Por incitar o contato do ator com seu universo interior, a técnica do clown propicia, enfim, a exposição da subjetividade – pessoal e coletiva. Assim esta oficina pretende lançar um olhar para as características pessoais do ator e para a maneira como esta individualidade pode ser exposta coletivamente no fazer artístico.

Objetivo Geral:
Estimular o processo de contato do ator com sua subjetividade através de exercícios e jogos de iniciação à arte do clown.

Objetivos específicos:
- Propiciar a experimentação de alguns princípios técnicos essenciais à linguagem clownesca, como a noção de foco, triangulação e relação direta com a platéia;

- Despertar o “estado de jogo” - prontidão, espontaneidade, alegria – através de exercícios de improvisação;
- Estimular o contato do ator com o universo lúdico do clown através de brincadeiras e jogos;
- Promover a relação entre o ator e a máscara através do uso do nariz vermelho;
- Vivenciar a relação em grupo, estimulando as relações de confiança, entrega e doação ao outro.

Metodologia:

A oficina está centrada na experimentação prática; os conceitos relativos à linguagem do clown serão abordados na medida em que forem vivenciados corporalmente. Os encontros/ vivências pretendem abordar:
- Jogos;
- Exercícios corporais;
- Exercícios de exposição pessoal;
- Exercícios de sensibilização;
- Improvisações.

Currículo resumido:
Marianne Tezza Consentino é licenciada em Educação Artística – Habilitação Artes Cênicas pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2004), mestre em Artes pela Universidade de São Paulo (2008) e doutoranda em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (2010-em andamento). Sua formação prática na linguagem da comédia se deu através de cursos com Beth Lopes (São Paulo), Leris Colombaioni (Itália), Ricardo Puccetti (Campinas), Sue Morrison (Canadá), entre outros. Sócia-fundadora da Traço Cia. de Teatro (2001 – Florianópolis/SC), dirigiu os espetáculos mais recentes da companhia: Fulaninha e Dona Coisa, de Noemi Marinho e As três irmãs, de Anton Tchékhov. As montagens participaram de festivais nacionais e internacionais, recebendo diversas indicações e premiações, entre elas melhor espetáculo e direção (As três irmãs) e melhor atriz (em ambos os espetáculos).

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[1] BROOK, Peter. A porta aberta: reflexões sobre a interpretação e o teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002, p. 260.


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Vamos Escambalizar!!!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

SESC Blumenau convida Sonora Brasil neste sábado




Em sua 13ª edição o projeto apresenta como tema A OBRA DE CLAUDIO SANTORO E GUERRA-PEIXE, compositores que cumpriram importante papel na estruturação das bases da música erudita contemporânea no Brasil.Nesta primeira etapa, o projeto Sonora Brasil traz o Quarteto de Brasília, formado por Ludmila Vinecka - 1º violino, Cláudio Cohen - 2º violino, Glêsse Collet - viola e Guerra Vicente - violoncelo para apresentar as composições para duos e quartetos de cordas.
Serviço:
Sonora Brasil - 1 Etapa - Quarteto de Brasilia
Local: Fundação Cultural de Blumenau - Auditório Edith Gaertner
Dia: 19 de junho - sábado
Horário: 20h
Ingressos: 1,00 (inteira) 0,50(meia)
Duração: 1h10min.

OFICINAS DE ARTE DE RUA


Últimos dias para se inscrever na II Oficina de técnicas de Arte de Rua.

Adolescentes terão dois meses de aulas com o designer Carlos Felipe Urquizar

Fecham, neste sábado, 19, as inscrições para a segunda edição das Oficinas de Técnica de Arte de Rua, em Jaraguá do Sul. Interessados devem comparecer ao Espaço CrossCristo, na Rua Ângelo Schiochet, no período vespertino ou no Sarau Cultural no Museu Emílio da Silva no sábado 19. Voltada para jovens entre 13 e 19 anos, as oficinas iniciam no final de junho e seguem por dois meses, sempre nos domingos de manhã. É preciso estar estudando ou ter concluído o ensino fundamental para se inscrever.

As aulas serão ministradas pelo designer Carlos Felipe Urquizar, mais conhecido como Chilenus, grafiteiro nas horas vagas. Os módulos passarão por fundamentos de desenho, cores, Gestalt, estêncil, serigrafia, sticker e graffiti. “Um processo importante para a criação é se alfabetizar visualmente, ter consciência do desenho, e para isso, precisa-se de prática”, explica Urquizar. Um caderno de esboços é uma das principais formas de exercitar a observação e também o próprio traço. Quem já possuir um desses, deve apresentar no dia da inscrição.

O projeto Oficinas se caracteriza pela metodologia de criação e desenho, e proporciona aos participantes acesso a todos os materiais gratuitamente. Além disso, artistas jaraguaenses, como Charles Klitzke, Celaine Refosco e Vera Bagatoli, também estão ajudando. “O melhor é poder contar com o apoio de mais gente nesse projeto de 2010, é o resultado da primeira edição”, frisa.

Neste ano, o projeto Oficinas recebeu apoio do Edital Elisabete Anderle, que contempla um investimento de R$ 6,8 milhões para o setor cultural no Estado de Santa Catarina. O projeto recebeu R$ 10 mil, que auxiliaram na compra do material completo, desde máscaras a luvas, latinhas de spray, tinta, solvente, pincéis, etc.

O projeto-piloto das Oficinas foi contemplado pela Prefeitura Municipal de Jaraguá do Sul e a Fundação Cultural de Jaraguá do Sul, através do Fundo Municipal de Cultura. Em 2009, realizou cinco oficinas de técnicas de arte de rua no município de Jaraguá do Sul, com 10 alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Luiz Gonzaga Ayroso.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Entrevista com Maicon Tenfen, no quadro Dicas de Leitura

Entrevistamos o escritor Maicon Tenfen para o quadro Dicas de Leitura, apresentado no programa Expressão, da FURBTV. Nesta entrevista, Maicon fala da caixa de livros intitulada "Contos" e sobre seu novo romance, "Galeria Wilson", a ser lançado brevemente. O quadro "Dicas de Leitura" é uma parceria entre a Biblioteca Universitária, através do Sarau Eletrônico, e o Núcleo de Rádio e Televisão da FURB.

2 anos do Blog Um Escambau!

Pessoas, nessa segunda-feira, dia 14 de junho o blog www.umescambau.blogspot.com completou dois anos!

Nesses dois anos foram quase 30 mil acessos (29.951), vindos de 70 países diferentes, e de 659 diferentes cidades. Em 730 dias, foram 738 postagens. As tags mais populares são "políticas culturais", "agenda", "artes visuais", "música" e "literatura". 


O Escambau é um espaço tão legal porque é colaborativo, conta com a contribuição e participação de diferentes personas...e tudo que é coletivo é sempre mais legal! 

Gracias a todos que tem escambado com a gente!!...e vida longa a este escambau....

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ps. dia 4 de julho, domingo, esperamos todos na Festa Escambau no Rancho do Pastel!

f i n a l i z a r t e









 


História e Memória do Apartheid na África do Sul*


Por Ricardo Machado**

Este ano a África do Sul foi colocada no centro das atenções da mídia internacional devido a realização do campeonato mundial de futebol. De uma maneira geral, as atuais representações sobre o país reproduzem uma continuidade daquilo que Edward Said chamou de orientalismo . Segundo ele, através de um conjunto de descrições sobre este outro não ocidental, buscou-se reforçar elementos do exotismo, sexualidade, primitivismo como uma forma de formar o próprio conceito de oriente em oposição ao de ocidente. Se para Said foi a literatura e as artes visuais que tiveram o papel de construir estas imagens no século XIX, hoje as imagens televisivas e a publicidade, em sua nova roupagem multicultural, apresentam a África do Sul através dos elefantes, selvas e povos nativos. Não significa dizer que a estas realidades não existam, mas de que o investimento discursivo sobre estas imagens construíram unidades e efeitos de verdade que acabam definindo uma única identidade na forma de olhar para esta regiões do mundo.
Recentemente pude conhecer algumas das principais cidades sulafricanas. Isto me permitiu conhecer outros elementos desta África do Sul contemporânea. Atualmente é um país que se inseriu na globalização como uma das principais economias do mundo, mas que por outro lado, ainda luta para construir uma unidade nacional, resolver os novos conflitos étnicos surgidos com o fim do apartheid e, sobretudo, resolver desigualdades sociais e os problemas de saúde pública. Diante destes desafios, o país vivencia um significativo investimento na política de memória que busca dar sentido à África do Sul de hoje. Por isso, neste texto, me aterei mais especificamente ao tema da história recente deste país e os investimentos na memória através da descrição e problematização de alguns dos principais lugares de memória, como museus e monumentos.
No centro da Cidade do Cabo , onde encontramos o núcleo político e administrativo da cidade, com antigas construções portuguesas, holandesas e inglesas, fica o Museu da Escravidão, conhecido como Slave Lodge Museum . O prédio foi construído ainda no século XVII para abrigar escravos da Companhia das Índias e atualmente abriga uma ampla coleção de peças e reproduções sobre a história da escravidão. Neste caso, o que impressiona é a possibilidade de compreender esta história vista do outro lado do Atlântico. Afinal, a história da escravidão estabeleceu a ligação, de pessoas e mercadorias através dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. Além disso, no período em que estive na cidade, estava justamente acontecendo no Slave Lodge uma exposição itinerante que rememorava os trinta anos da morte de Bantu Stephen Biko. Através de amplos estandartes com fotografias e textos, a exposição recontava a trajetória pessoal de Biko e sua relação com outros movimentos de resistência ao apartheid. Líder fundamental do movimento Consciência Negra, em 1977 foi torturado até a morte pelo governo, no auge do regime do apartheid. Atualmente sua memória muitas vezes é polarizada com a imagem que se construiu de Mandela. Enquanto Biko incorpora a radicalidade à sua imagem, Mandela é signo da moderação que tornou a África do Sul possível após o fim do regime.
Na Ilha Robben , à onze quilômetros da costa da Cidade do Cabo, situa-se a prisão que abrigou Nelson Mandela durante boa parte dos 27 anos em que esteve preso. Originalmente, local de isolamento de leprosos, doentes mentais, já desde o século XIX serviu como prisão para presos políticos. Evidentemente, sua estrutura de segurança máxima vai se constituindo na medida em que o apartheid vai se consolidando, afinal a resistência a este regime aconteceu de formas diferentes, mas sempre de maneira permanente. A prisão desativada, hoje se configura como um museu e é um dos que possui maior apelo turístico na cidade. Para chegar até a ilha o acesso é feito por uma luxuosa escuna que parte do Waterfront (local que mistura entretenimento e compras, e onde a classe média da cidade e turistas ricos se sentem mais a vontade, afinal, apesar do exotismo de alguns ambientes, o local reproduz muito o estilo globalizado das redes de fast-food). É um local fundamental para entender o sincretismo entre entretenimento e cultura, tão comuns nas políticas de patrimônio em todo o mundo. A visita à prisão na ilha não traz muito daquilo esperado em um museu, pois o que há de importante são os muros, as celas, as cercas e fundamentalmente, o relato do guia que se apresenta como antigo preso político. Ao longo de toda a visita, a presença de seu relato, muitas vezes carregado de emoção, é constante e permanente. Novamente, interessa refletir sobre as políticas de memória como a construção de uma unidade discursiva sobre o passado, e em mundo onde o turismo passa a dar valor à cultura, esta unidade está intimamente implicada com as possibilidades de afirmação política e econômica do tempo presente. Da mesma forma, a visita tem o seu ponto auge, de maneira quase ritualística, na visita da cela em que Mandela ficou aprisionado. Uma cela como todas as outras, mas que neste caso sua originalidade é o sentido dado pelo investimento simbólico da biografia de Mandela.
Na cidade do Cabo, o museu que mais me impressionou foi o Distrit Six Museum. A região do Distrito Seis fica muito próxima do centro da cidade e de lugares socialmente privilegiados perto da conhecida Table Montain. Desde o início do século XX era considerada uma área cosmopolita, na medida em que ali viviam distintos grupos étnicos como xhosas, malaios, indianos, africânderes pobres ou imigrantes de outras regiões do continente. Nos anos de 1960 esta diversidade presente no distrito foi considerada um “problema social” para Partido Nacional , o que levou a remoção de 60.000 pessoas que viviam no local e a completa destruição das habitações (conservando-se somente alguns templos religiosos). Com o fim do apartheid e por iniciativa dos próprios ex-moradores foi criado o Museu do Distrito Seis. Sua coleção é composta das fotografias, objetos e lembranças individuais e das famílias que ali viveram. No chão do museu há um grande mapa, onde se reconstitui as ruas originais do distrito. Até hoje sua gestão é de caráter comunitário, e mais do que um museu, o espaço funciona como um lugar de encontro para o ex-moradores ou aqueles que se identificam com sua história. Este processo de organização do museu e mobilização comunitária levou a reivindicação das terras e casas dos antigos moradores e seus descendentes. Desde 2004 há um processo de regresso destes para o Distrito Seis.
Na cidade de Johanesburgo, o bairro de Soweto se transformou no território fundamental para conhecer a história da luta contra o apartheid. As ruas, igrejas e a antiga casa de Mandela são hoje apropriados como lugares de memória no bairro. Certamente, destes lugares, o mais significativo em Soweto é o Monumento e Museu Hector Pieterson. O museu narra a história das manifestações de estudantes contra a obrigatoriedade do ensino do africâner nas escolas. Em junho de 1976, cerca de dez mil estudantes caminhavam em protesto até um ginásio, onde haveria um comício e foram duramente reprimidos, levando a morte de mais de quinhentas pessoas, dentre eles o jovem de 12 anos, Hector Pieterson. Se durante décadas o mundo fechou os olhos para o sistema de segregação na África do Sul, a imagem de Hector baleado ganhou o mundo e levou ao lento desgaste político internacional do regime. No museu, além dos relatos e imagens do acontecimento, usa-se grandes janelas de vidro com indicações de texto como parte da exposição, ou seja, a própria paisagem de fora do museu foi museificada. Também do lado de fora do museu há um grande monumento com a histórica fotografia de Hector Pieterson, onde lê-se: “Em honra dos jovens que deram suas vidas na luta pela liberdade e pela democracia”.
Para encerrar é preciso ainda tratar do Museu do Apartheid em Johanesburgo. A grandiosidade e dinamismo deste museu é talvez a maior ilustração do investimento na memória pela África do Sul contemporânea. Para acessar a entrada é preciso passar por uma rampa, onde em tamanho real depara-se com imagens de pessoas de costas. Não há como saber se são brancos ou negros. Somente ao ultrapassá-los que é possível identificar. E neste processo constante de identificação e separação que o visitante do museu passa a ser envolvido. Ao chegar na porta do museu todo visitante passa a ser identificado pela cor de sua pele, o que garante acessos distintos ao prédio. Assim, a exposição se apresenta em forma de um grande labirinto, onde você acompanha o movimento de outras pessoas em outros caminhos e que conforme a cor de sua pele você não acessa da mesma forma. Desta maneira o visitante também é marcado pela diferença e passa entender que a segregação era sentida principalmente nas possibilidades de acesso aos espaços. Além disso, o Museu do Apartheid é constituído de um impressionante acervo de imagens, filmes, objetos que são expostos de maneira extremamente interativa, estimulando os visitantes tocarem e serem tocados pela história.
Estes e outros museus e monumentos se tornaram ponto de encontro fundamental para tornar possível a África do Sul após o fim oficial do Apartheid em 1990. Afinal, não se constrói uma unidade nacional somente incorporando novas cores na bandeira . Um dos elementos mais ilustrativos de uma política da memória deste processo é a organização da Comissão Verdade e Reconciliação, encabeçada pelo bispo Desmond Tutu. Esta comissão tomou a busca pela verdade e a legitimação da memória dos desaparecidos como elemento central de sua ação. A história do apartheid só poderia ser conhecida com maiores detalhes com a colaboração daqueles que foram agentes da violência do regime. Por isso, a Comissão Verdade e Reconciliação organizou verdadeiros “julgamentos” públicos onde aqueles que foram acusados de terem cometidos crimes durante o apartheid, somente ganhariam anistia se estivessem dispostos a falar abertamente diante da comunidade e familiares dos desaparecidos sobre as violações que cometeram. Dito de outra maneira: o perdão só seria possível se os agentes do apartheid declarassem publicamente seus crimes. O direito à memória das vítimas pelas suas famílias e comunidades foi ponto chave para estabelecer a justiça: mesmo que esta justiça implicasse o perdão do carrasco.
Mas estes investimentos na memória não estão separados de uma política do tempo presente, afinal, a busca pela verdade e o direito à memória trazem para o presente a necessidade de ações e reparações feitas a uma parcela da população. Por isso, apesar das musas da História e Memória serem distintas, elas estão intimamente implicadas. A memória de um passado não se apresenta ao mundo por si, mas é resultado de um conjunto de investimentos que estão ligados às circunstancias históricas em que se vive. Assim, para a África do Sul contemporânea se tornar possível foi preciso investir na memória. Mas também é preciso lembrar a África do Sul, para que o mundo não se esqueça do significado da palavra apartheid.
(Foto: Monumento Hector Pieterson. Ricardo Machado. 2009)

* Artigo originalmente publicado no Jornal Expressão Universitária. N. 10. Junho 2010. p.6-7.
** Professor do Departamento de História da Furb

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Teatro: A GRANDE PARADA (ou o que ainda resta dela)

TEMPORADA BLUMENAUENSE DE TEATRO apresenta


A GRANDE PARADA
(ou o que ainda resta dela)



De 16 a 20/06, sempre às 20h
na Fundação Cultural de Blumenau 




O VísCera Teatro mergulha no cotidiano do povo alemão durante o regime nazista e encarna o terror e a miséria que margeavam o ufanismo de um tempo inglório para os seres humanos. Através do corpo dos atores e suas histórias, propomos uma visão ao alerta de Brecht acerca da luta contra toda forma de dominação e suas máquinas de propaganda e submissão.

O épico, o político e o irônico desta obra são tomados pelos atores e atualizados a partir da vida que pulsa em cada corpo-em-arte. A direção interage o Teatro Épico com a Estética e Atuação Contemporânea criando um cenário onde a materialidade da vida é evidenciada pelas suas próprias máscaras. A fatal necessidade de sobrevivência, o medo, a censura, a farsa e a manipulação permeiam esse itinerário entre a resignação e a resistência.

O texto, adaptação de obras de Bertolt Brecht, tem a direção de Pépe Sedrez, atuação de Cleiton da Rocha, Jean Massaneiro, Lu de Bem, Maicon Keller e Sabrina Marthendal, a produção de Adélia Eccel e Márcio Cubiak.


RECOMENDÁVEL PARA MAIORES DE 14 ANOS.
INGRESSOS: R$ 10,00 E R$5,00.

Exposição NOVOS COLONOS


domingo, 13 de junho de 2010

Um poema de Eduardo Alves da Costa

No Caminho, com Maiakóvski


Eduardo Alves da Costa
Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.

Não importa o que me possa acontecer
or andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de me quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas manhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

sábado, 12 de junho de 2010

Frase para um Stencil em Blumenau:


O DEPARTAMENTO RETRÔ ALERTA:
PODERÁ HAVER UMA ESCASSEZ DE PASSADO

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Exibição Vídeo Andares


O Ponto de Cultura Fotografia Para Todos - Foto Clube Santa Catarina está promovendo sua primeira realização dia 16, quarta-feira, projetando o vídeo "Andares", em parceria com o SESC 
O vídeo será projetados às 19h no auditório do SESC, na sequência, haverá bate-papo com os artistas Bruno Bachmann e Suzana Sedrez, que participaram do Projeto Andares, e membros do FCSC.
O que é: Andares foi um projeto de residência artística, em Florianópolis,
onde 10 artistas de diferentes cidades do estado foram selecionados
para desenvolverem em 4 dias pesquisas, intervenções e performances
no Edifício das Diretorias.O resultado deste trabalho foi a produção do vídeo Andares, um registro poético desta ocupação.
Entrada Franca.

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... e, às 20h abre, também no SESC, a exposição NOVOS COLONOS de Nestor Jr, Ewerton Duarte e de Bruno Bachmann.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Atrizes Aldeia Blumenau

Aldeia SESC Blumenau precisa de 15(quinze) idosas, dispostas a participar no espetáculo Filhas da Mata no dia 10 de junho - quinta-feira às 20h. Buscamos e levamos em casa.
Caso alguém conheça, peça para entrar em contato conosco - 3322 5261ou jamildias@sesc-sc.com.br

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Exposição fotográfica


Exposição fotográfica do Projeto Patrimônio em Movimento nesta quarta, dia 09, às 20:00 no Salão Angelim da Biblioteca da Furb. Prestigie!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Charles Steuck e Aline Assumpção são selecionados para Panorama SESC de Artes Visuais

"O corpo das coisas" reúne 12 artistas catarinenses.


Abre nesta terça (01) o Panorama SESC de Artes Visuais de Santa Catarina, em de Jaraguá do Sul, reunindo 12 artistas de diversas cidades catarinenses.
 
A seleção das obras e a curadoria da mostra, de nome "O corpo das coisas", ficaram a cargo de Fabiana Wielewicki (Florianópolis) e Gabriela Motta (Porto Alegre). A exposição pode ser visitada até 15 de julho na Galeria de Arte do SESC de Jaraguá do Sul.

Artistas selecionados: 
 
1) Aline Assumpção (Blumenau) 
2) Camila Barbosa (Florianópolis): 
3) Davi Denardi (Tubarão):
4) Diego de Los Campos (Florianópolis):
5) Franzoi (Joinville):
6) Letícia Cardoso (Florianópolis):
7) Priscila dos Anjos (Joinville):
8) Rogério Negrão (Joinville): )
9) Sandra Reis (Chapecó): )
10) Tiago Romagnani (Florianópolis):
11) Zilda Debastian (Xanxerê): 
12) Aline Assumpção e Charles Steuck (Blumenau) 
 
O CORPO DAS COISAS

    O Panorama SESC Artes Visuais reúne propostas de onze artistas que já participaram do projeto Pretexto. O recorte aqui apresentado evidencia um jogo entre o que as obras são formalmente – cabelos, livros, papéis, eletrodomésticos, tecidos, móveis... – e o que elas significam a partir das operações associativas desencadeadas pela ordenação do artista.
    Esse procedimento norteia boa parte da arte contemporânea e, nessa exposição, pode ser percebido em alguns grupos de sentido: objetos do cotidiano em que articula-se apresentação e representação dos elementos, (Aline & Charles, Davi Denardi, Franzoi, Rogério Negrão e Sandra Reis); as coisas vivas em que o movimento interno do objeto é carregado de sentido poético, (Tiago Romagnani e Diego de los Campos); o sujeito híbrido em que o corpo do artista estabelece ralações simbióticas com outros materiais (Aline Assumpção, Priscila dos Anjos, Zilda Debastiani e na performance de Franzoi) e a coisa em si, em que o objeto apresenta-se em sua condição de origem sugerindo aproximações com o campo da pintura (Letícia Cardoso e Luciana Knabben).
    Todos esses grupos são intercambiáveis, o que reforça a irredutibilidade das propostas à classificações estanques. A potência das obras aqui reunidas possibilita a criação de novas leituras a partir da nossa disponibilidade para com a arte.

Fabiana Wielewicki e Gabriela Motta
curadoras

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As curadoras:
 
Gabriela Motta
Além de curadora, é crítica e pesquisadora em Artes Visuais. Mestre em História, Teoria e Crítica da Arte pela UFRGS. É membro do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo e foi curadora assistente do programa Rumos Itaú Artes Visuais 2008/2009. É professora da disciplina de Curadoria no curso de Gestão Cultural da Unisinos. Autora do livro "Entre olhares e leituras: uma abordagem da Bienal do Mercosul", pela editora Zouk. Tem artigos publicados em revistas como Dasartes, Bravo!, Istoé, Aplauso, Teorema e Tatuí. Já realizou diversas exposições como curadora, entre as quais destacam-se Terra de Areia, em 2009, no Centro Cultural Arquipélago, em Florianópolis; Passagens Secretas, em 2008, no Centro Cultural São Paulo; Campo Coletivo, em parceira com Fernanda Albuquerque, em 2007, no Centro Cultural Maria Antônia SP; Linha POA - CXS, em 2007, na Casa de Cultura de Caxias do Sul, e Câmara Rasgada, em 2006, na Galeria do Arcos da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre.
 
Fabiana Wielewicki
Fabiana Wielewicki concluiu o curso de Bacharelado em artes plásticas, em 2001, na Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, ingressando em 2005, no mestrado de artes visuais do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. A artista realizou exposições individuais dentre as quais: Paralaxe (MIS, Florianópolis, 2001), Os Segredos da Boa Fotografia (MASC, Florianópolis, 2003), Paisagem programada (Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, Porto Alegre, 2005). Participou de diversas exposições coletivas: Estranhamento (MAC, Curitiba, 2002), Grafias do Lugar (Itaú Cultural Belo Horizonte, 2002), Rumos da nova arte contemporânea brasileira: Programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais (Palácio das Artes, Belo Horizonte, 2002), II Panorama da Arte Contemporânea em Santa Catarina (MASC, Florianópolis, 2003), Um território da fotografia (Galeria dos Arcos: Usina do Gasômetro, Porto Alegre, 2003), Efeitos de Borda: subjetividades e espaço público (Memorial do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005), Diálogos com a Desterro (Museu Victor Meirelles, Florianópolis, 2006), Pretexto (Museu Histórico de Santa Catarina, Florianópolis, 2006), Fiat Mostra Brasil (Porão das Artes da Fundação Bienal, São Paulo, 2006), foi premiada no Salão Vitor Meirelles 2009 entre outros. Fabiana Wielewicki, começa a introduzir a foto em seus trabalhos a partir do ano 2000, incorporando-a em sua pesquisa, sendo tema de sua dissertação de mestrado. Atualmente ministra cursos de fotografia e arte contemporânea, trabalhando como assessora no Projeto Pretexto, do SESC/SC e é sócia no espaço cultural Arquipélago.

Artesanias lá da Ucrania


Tradição ucraniana em exposição no Espaço da Cultura Popular, em Blumenau

inicia no dia 02 de junho, na Fundação Cultural


Será inaugurada no dia 2 de junho, às 19h30, no Espaço da Cultura Popular da Fundação Cultural de Blumenau, a exposição "Pêssankas: ovos escritos, poemas imagéticos". O público terá a oportunidade de conhecer e adquirir as pêssankas produzidas por artesãos descendentes de ucranianos da comunidade de Iracema, distrito do município catarinense de Itaiópolis. A mostra ficará aberta até 31 de agosto.


A exposição é uma realização do Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural (Promoart) da Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro (Acamufec), em convênio com o Ministério da Cultura no âmbito do Programa Mais Cultura, Prefeitura Municipal de Blumenau/Fundação Cultural e tem o apoio da Ong Cultura Popular, de Blumenau.


Tradição e religiosidade

Pêssankas são “ovos escritos”. A palavra deriva do verbo pessati, que significa escrever. Nas pêssankas, cada traço, figura e cor têm significados especiais – por exemplo, as figuras de peixes remetem ao cristianismo, as de flores, ao amor e à felicidade, as de animais, como o cavalo, à riqueza e à saúde. O roxo, na pêssanka, é a cor da alta vibração e representa a fé e a confiança, o amarelo é a cor consagrada às divindades da luz - lua e estrelas – e simboliza pureza e luz, boa colheita e sabedoria, e assim por diante. Alguns desses símbolos são comuns em toda a Ucrânia; outros são específicos de determinada região daquele país. No Brasil, estão presentes na produção atual, conservando significados que expressam a intenção daquele que faz da pêssanka objeto para presentear parentes e amigos.


As pêssankas confeccionadas pelos artesãos de Iracema fazem parte dos costumes trazidos pelos imigrantes ucranianos que vieram para o Brasil no final do século 19, em busca de melhores condições de vida, e mantidos ainda hoje por seus descendentes. Entre esses costumes estão a língua, a culinária, a intensa religiosidade – são católicos do rito oriental – e o rico artesanato.


Em Iracema, existem variações no modo como as pêssankas são feitas. Uma delas é muito disseminada entre os moradores, que as produzem especialmente na Semana Santa. Ainda crus, os ovos são desenhados com cera de abelha derretida. Depois, cozidos em água misturada a pigmentos naturais ou artificiais. Em seguida, com um pano macio, a cera é retirada e, assim, as imagens inscritas com a cera se revelam. Juntas a outros alimentos, como manteiga, pães, lingüiça, toucinho, carne de porco assada, bolos e hrim – mistura de raiz forte, beterraba e temperos –, as pêssankas são levadas para a bênção do padre, que percorre toda a comunidade, visitando as residências onde as pessoas aguardam reunidas.Essas pêssankas são consumidas como alimento bento no café da manhã do domingo de Páscoa.

Serviço

Exposição "Pêssankas: ovos escritos, poemas imagéticos"

Espaço da Cultura Popular / Fundação Cultural de Blumenau, SC

Rua XV de Novembro, 161 - Centro, Blumenau, SC

Inauguração: 2 de junho, às 19h30

Exposição e venda: De segunda a sexta-feira, das 8 às 12h e 13h30 às 17h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h


Apoio

ONG de Cultura Popular de Blumenau

Cristiane Soethe Zimmermann


Presse Comunicação Empresarial
Fone: (47) 3041-2990 / 9943-2992
http://www.presse.inf.br/